Partida

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Capítulo 31

Os galopes são ouvidos ao longe, o chão de Sea treme como se um terremoto estivesse acontecendo e os aldeões abrem suas janelas para olhar, seus olhos percorrem os tantos homens se aproximando pelo campo vasto, milhares de cavalos vindos dos reinos vizinhos se agrupando com os cinco cavaleiros à sua frente, era uma visão incomum visto que estavam em tempos de paz após as conquistas sangrentas, mesmo que nenhuma vida dos exércitos tenham sido perdidas os contos do massacre feito pelos misteriosos homens cobertos por um manto ainda corria pelas vilas. Murmúrios começaram a se espalhar, todos falavam do exército majestoso que estava no reino, era um presságio de guerra e tempos difíceis que muitos temiam, era repentino e nada havia sido avisado, ao olhar de cima do palácio se podia ver a multidão de soldados que sob o céu avermelhado pediam para que a batalha que estavam prestes a travar não seja a última de suas vidas.

Os cavaleiros deixaram seus cavalos e se juntaram partindo em direção ao palácio, seus soldados ficaram para trás aguardando nos campos, caminhando firmemente sentindo os olhares curiosos sobre eles enquanto seus nomes eram sussurrados. O senhor das trevas caminhava á frente deles, suas vestes sombrias e pele pálida chamavam a atenção, não fazia muito tempo que ele tinha deixado aquele reino e sua aparência trazia um ar sombrio, muito diferente do habitual, Wilfried era como um raio de sol cortando a escuridão e agora ele parecia fazer parte dela, não havia brilho em seus olhos nenhum sorriso amigável em seus lábios.

Os guardas abriram os grandes portões do palácio e os cinco entraram rapidamente, da janela Lia observava a revolta tomar forma enquanto acariciava os cabelos de seu filho, o jovem menino que também espiava pela janela. Seu olhar cruzou com o de Wilfried e um arrepio percorreu sua espinha, era muito diferente do rapaz de criou uma aliança com seu marido.

Ele sentia o nervosismo daqueles que o rodeavam, ninguém trocou mais do que saudações necessárias, o vermelho escarlate no céu havia ascendido um medo maior neles, as lendas rondavam suas cabeças e nenhum se atreveu admitir isso. Ali eles eram a esperança e fraqueza não seria de muita ajuda, as pessoas precisavam acreditar que seria possível e suas faces confiantes deveriam ser o espelho da revolta.

— Meus caros irmãos, estar caminhando para a sala do trono com exércitos à nossa espera é muito diferente do que eu imaginei para a minha vida e estou agradecido por ser diferente.— Dieter disse suspirando.

— A vida de submisso pode ser entediante, logo teremos um pouco de ação.— Mais uma vez um sorriso indecifrável se formou nos lábios da face de Wilfried.

— Hoje você está tão sombrio quanto os Valero, Wilfried. — Thosten disse rindo soprano.

— Gosto de me adequar à ocasião.— respondeu olhando ao redor.

Eles pararam diante da sala do trono e as portas foram abertas, os passos dos cinco ecoaram pela sala e chamaram a atenção de Vitia que ainda estava na companha do general do exército discutindo as possíveis estratégias para aquela batalha.

— Meus caros amigos. — Vitia se dirigiu a eles caminhando apressadamente.

— Fico honrado em revê-lo Vitia. — o senhor das trevas disse o olhando fixamente.

— Fico feliz que tenham aceitado enfrentar nossos maiores medos. Serei eternamente grato, os filhos dos meus filhos e os filhos deles ainda não vão agradecer o suficiente.— disse apertando a mão de cada um.

A mão de Vitia envolveu a daquele que supostamente era Wilfried, sua pele fria o fez estremecer, sua cor e brilho desapareceram, as vestes tão escuras pareciam pertencer à outra pessoa assim como o cheiro adocicado que emanava de sua pele. Seus olhares de encontraram, não havia mais vida naquele homem, o brilho que tinha neles havia morrido e aquela sensação de estar em frente a um estranho o deixou inquieto.

A Mansão Escarlate (Romance Gay)Where stories live. Discover now