A Mansão Escarlate (Romance Gay)

Fera Incontrolável

Capítulo 8

Ele caminhava entre os corredores na companhia de Sebastian e Derick, suas mãos foram amarradas por fios de ouro e agora que estava preparado como um escravo de nobre do palácio real seguia em direção ao jantar que havia sido mencionado, já não sabia o que esperar porque o que se escondia naquela enorme mansão era imprevisível, um mundo desconhecido que ia se revelando da pior forma possível o trazendo para a realidade obscura de seu reino onde não há voz, onde é impossível alguém sem nome se reerguer diante da sociedade porque assim que a pobre criança é entregue ao orfanato seu destino traçado toma um rumo previsível e ao mesmo tempo imprevisível, sabem que serviram os mais poderosos da elite sem poder revogar seu direito à liberdade mas, era impossível prever algo como os Valero ou a realidade que pode parecer um mero mito que surgiu de um acontecimento longínquo.

A realidade sempre foi algo difícil de se encarar mas, diante de tudo isso a mente humana é frágil, muitos nas masmorras não sabem o que é realidade ou sonho e tudo se mistura em um lugar que arrepia e amedronta, o jovem já se perguntou se estaria em um sono tão profundo a ponto de imaginar as loucuras que presenciou mas, cada sensação era tão real e tudo era tão sólido que mesmo que estranho era verdade, mesmo que beirasse à loucura se tratava de um mundo distante do conhecimento humano sempre longe dos olhares daqueles que acreditam fielmente isolados em uma montanha entre as paredes de uma construção inigualável escondida entre a floresta negra, atrás das árvores mortas o que torna isso impossível de se proferir em voz alta pois, ao ouvir tais palavras até os próprios prisioneiros podem duvidar do que realmente estão vivendo.

Os passos ecoam pelo ambiente silencioso e ao fim de um tapete digno de um rei uma enorme sala de jantar se revela, uma mesa com mais de dezesseis lugares dourada, as cadeiras que tinham desenhos entalhados em sua madeira e candelabros que se espalhavam pela extensão, taças douradas estavam posicionadas e em apenas um dos lugares havia fartura de comida enquanto dos outros estavam completamente vazias.

Quatro deles já estavam acomodados servindo-se de vinho, os olhares se voltaram para Adam, nenhum deles imaginava a beleza que se escondia entre a expressão aterrorizada e as vestes ragadas, o seu perfume doce e convidativo se espalhava pelo ambiente, era inebriante e envolvia o ofato das bestas famintas, seu corpo e alma de acordo com o contrato de sangue pertenciam à Elaja mas, o desejo incontrolável de um ser das trevas não media limites, ele se sentia cercado por eles, os seis rapazes olhando fixamente para cada detalhe de seu corpo enquanto esvaziavam as taças como se suas gargantas estivessem sedentas por algo muito além de vinho simplesmente pelo aroma e a beleza da peça humana sacrificada.

— Chega ser um desperdício uma peça tão bela pertencer à Elaja.— Edgar disse sorrindo para Adam.

— Elaja é nosso líder, contente-se com sua posição Edgar.— Klance disse olhando nos olhos do irmão que apenas riu.

— Você é sempre o defensor de Elaja, não finja que aceita essa submissão tão facilmente porque as mentiras são piores que assumir o pecado da inveja.

— Logo vocês todos entenderão o peso e o futuro sangrento de ser o mais velho dos Valero, a inveja que paira entre cada um se tornará tola.

A fala de Klance fez a todos ficarem em silêncio, ele calou todos e voltar a ter um diálogo era difícil com o clima denso que se instalou entre eles, Sebastian caminhou até seu irmão e sua voz mesmo que baixa como um sussurro ecoou pela sala mostrando algo muito mais sombrio que o fato deles serem seres das trevas.

— Meu doce Klance, suas palavras não farão cada um presente nesta sala mudar de opinião porque mesmo parecendo uma maldição o poder, o grande poder sempre despertará inveja assim como a preferência do pai independente da fraqueza de Elaja e seus tantos dilemas sobre o que está acontecendo em Sea.— sussurrou no ouvido de seu irmão o fazendo deixar a taça sobre a mesa e se levantar de forma abrupta.