Rosa Vermelho Escarlate

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Capítulo 42

Elaja se põe à frente de Ulric e Adam, sua sombra se espalha pelas paredes úmidas e um sopro vindo de seus lábios as poucas tochas que haviam nas masmorras se apagam por completo. Os passos pesados parecem cada vez mais cautelosos, ele pode ouvir a respiração ofegante de cada um que se aproxima assim como seus corações acelerados e o perfume do sangue que corre em suas veias. Suas garras ficam á mostra e as cicatrizes ao redor de seus olhos parecem estar ainda mais fincadas em sua pele, ele sente o poder que nunca desejou ter, sente a força que agora o consome enquanto o gosto do sangue de Adam permanece em seus lábios.

Os guardas chegam hesitantes, seus olhos procuram se acostumar com a escuridão enquanto temem o silêncio que permanece. Muitos gritam para retornarem, muitos desejam fugir porque mesmo sem enxergar eles sentem que o perigo os ronda, que como uma brisa da ventania é capaz de passear entre eles e tirar suas vidas antes que possam encará-lo frente a frente.

Elaja caminha entre eles, seus passos ecoam nas masmorras enquanto os homens não sabem para onde direcionar suas espadas. Ele aparece e reaparece como uma sombra e sua presença é como de um fantasma, seus olhos percorrem os tantos soldados que ali estão em nome daquele que lhe condenou á tanto sofrimento, que condenou aquelas almas a esse medo que jamais as deixarão.

— Almas que temem minha presença, caiam em sono profundo. — disse em um sussurro.

Uma brisa invadiu as masmorras e os soldados ouviram a voz calma de Elaja em seus ouvidos sentindo seus corpos e pálpebras cada vez mais pesadas os puxando como Imãs para o chão. Se deixaram levar e se entregando nas mãos daquilo que sentiam caíram soltando suas espadas e um amontoado de corpos desacordados preencheu o sombrio local que voltou a se iluminar.

Ulric olhou ao redor estupefato e se abaixou para pegar a espada de um dos pobres guardas que agora em sono profundo estavam livres de ver o que estava prestes a acontecer no palácio. Sangue humano não seria derramado mas, sangue das trevas banharia o chão que um dia foi manchado pela vida de inocentes que sofreram por conta da cruel hierarquia. Ele se perguntava se Vitia o encararia com aquele olhar cheio de ternura ao vê-lo lutando por Sea mesmo que isso significasse se aliar á um Valero.

Elaja foi até a mesa próxima às correntes que antes o prendiam e pegou em suas mãos a caixa com a adaga, abriu seu fecho e tocou delicadamente na lâmina que antes seria capaz de destruí-lo, feita por aquele que o adorava como o mais perfeito de todos os Valero. Ao olhar para o objeto reluzente ele enxerga que apenas foi um fantoche descartável, mais uma peça em seu jogo de conquista que agora estava quebrada e precisava ser eliminada para que a partida continuasse.

Deixou a caixa cair no chão e colocou a adaga em sua manga começando a subir a grande escadaria, com Adam e Ulric logo atrás dele. Cada um deles sentia a euforia tomar conta de si, as armas em suas mãos estavam limpas e seus punhos estavam firmes ao segurá-las sentindo o desejo de vingança surgir como brasa se reacendendo, se tornando um grande incêndio incapaz de ser controlado.

Ao saírem pelas portas das masmorras fileiras e mais fileiras de guardas os aguardavam com o medo em suas faces. Eles avançaram urrando ao encontro de seus inimigos e então as espadas se chocaram, as garras cortaram o alumínio e corpos feridos agonizavam enquanto tentavam cobrir suas feridas com as pequenas e frágeis mãos.

Muitos recuavam enquanto suas pernas pareciam perder a força. Adam e Ulric se defendiam com maestria, os dois não eram mais aqueles jovens inocentes que foram arrancados do casarão, agora tinham se tornado ainda mais fortes e espadas apontadas para eles já não eram aterrorizantes, após tantas trevas e sangue derrubar alguns soldados era como caminhar no paraíso.

A Mansão Escarlate (Romance Gay)Where stories live. Discover now