Batalha Sangrenta

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Capítulo 6

Ao longe das terras amaldiçoadas dos Valero o reino de Sea festeja pelo elo de paz, uma festa nada discreta que agitava o palácio onde apenas aqueles que tinham conhecimento da verdade participavam, o medo agora era um pensamento do passado porque com a oferta de um belo jovem ao membro mais velho, líder dos mais poderosos que com um estalo de dedos pode acabar com todos mesmo que estejam atrás dos majestosos portões do palácio pois, o poder de um ser como eles é imprevisível fazendo até seus mais leais servos, aqueles que possuem o sobrenome Dominic e o sangue submisso temer sua ira sob o reino.

O soberano Vitia apenas observava a alegria daqueles que o rodeavam, em sua mente ele ainda se culpava por mais uma vida que havia deixado ser apagada, apenas um jovem que talvez pudesse ter um futuro diferente onde ele não precisasse se entregar de corpo e alma para um ser inumano que o devoraria enquanto seus gritos jamais seriam ouvidos, aquele lugar distante guarda muitas almas, vidas tiradas e agora ele sentia como se o peso de cada vida tirada estivesse sobre seus ombros e se odiava por festejar algo dessa natureza porque em seu interior o desejo de mudança gritava e o medo o congelava o impedindo de empunhar sua espada contra aqueles que possuem as trevas.

Ele era apenas um fantoche e mesmo que aquele trono, o cetro em sua mão e a coroa sobre sua cabeça parecessem lhe dar o poder absoluto essa não era a verdade, era apenas uma peça montada por eles onde todos os pobres plebeus veneravam um falso rei que se ajoelhava diante de criaturas profanas, tudo ao seu redor era preparado para concretizar uma farsa desde sua bela esposa membro dos Dominic até os cinco cavaleiros que administravam os reinos conquistados por Sea.

Cada um deles, com suas armaduras douradas acreditavam fielmente nos Valero, a presença do rei não era venerável e eles apenas se ajoelhavam diante dos verdadeiros governantes, entre os cochichos ele ouvia o quão fraco era para servir os mais poderosos e sabia que muitos ali desejavam seu posto principalmente porque diante de seus novos pensamentos e forma de ver a gravidade do que está acontecendo ao seu redor ele fraqueja, sua esposa se mantêm firme e ele se torna uma peça de enfeite para deixar os súditos felizes.

Uma taça atrás da outra, as dançarinas rodopiavam com seus véus vermelhos pelo salão e em uma salva de palmas cortinas se abrem revelando uma das pinturas raras dos sete membros da sombria família fazendo com que todos se ajoelhassem e muitos agradecessem por ainda estarem onde estão guardando consigo um segredo mortal de um plano maligno e Vitia permanecia imóvel em seu trono causando desconforto á todos presentes, ele não havia se ajoelhado ou reverenciado e mesmo que em suas veias possua sangue real tal ato era visto como uma afronta fazendo com que a rainha o olhasse com desprezo.

A festa continuou assim como os murmúrios e sem se importar ele apenas virava uma taça de vinho atrás da outra, ao longe se avistou um dos cinco cavaleiros, aquele que regia Onfroi que com sua armadura dourada se aproximou do soberano, seu sorriso era singelo e mesmo que aquele ao qual ele se dirigia soubesse que apenas havia lealdade aos mais poderosos sua índole era rara na corte porque muitas vezes ele se sentia rodeado de pessoas sedentas por sua queda sem discrições, tão transparentes como água e tão venenosas como uma serpente e isso era de fato sufocante porque além de um fantoche ele era vigiado por muitos, um passo em falso e sua coroa cairia.

— Wilfred, cada dia você parece mais jovem. — o rei se dirigiu ao regente de Onfroi, agora território de Sea.

— Peço perdão se estiver interrompendo suas festividades mas, preciso conversar com o senhor.— o jovem de cabelos loiros e barba rala disse com uma expressão séria o que fez o soberano saber do que poderia se tratar a tal conversa.

Os dois deixaram o salão agitado sem alardes e atravessaram os corredores até uma sacada onde não era mais possível ouvir as canções e gritos de alegria, era uma bela e assustadora noite que ao se tornar silenciosa parecia revelar o quanto os dois estavam pensativos, suas emoções não correspondiam aos demais e isso era visível, pareciam exaustos e hesitantes em começar um diálogo apenas observando o vento soprar as tantas árvores no jardim que rodeava o palácio.

A Mansão Escarlate (Romance Gay)Where stories live. Discover now