O que devo fazer?

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Os dias percorriam lentamente, a vida passsava lentamente.   As vezes me pegava a contar   cada minuto,segundo.  Hoje no orfanato um novo casal veio fazer a visita, e pelo que parece logo, logo Miguel terá papais novos. Eu não iludo mais pois não tenho mais idade pra ser adotada. Para mim tanto faz não ligo mesmo. 
Me perco olhando a cidade tão alheia a tudo e a todo  ,,gosto de olhar pela janela pois me traz sensação de que eu não faça parte disso, que meu papel é ser mera observadora. Ouço o tilintar de um sino, ou seja hora do jantar. corro escada abaixo e por pouco não trombo com a diretora, e ela apenas me olha feio, não sei porque mas eu acho que ela não estar bem, parece ainda mais pálida do que o normal.
-tudo bem diretora
Ela me olha surpresa mas logo seu rosto volta a carranca costumeira e ela segue seu caminho.
Pego meu prato e me sento na mesa junto com as crianças. A janta se resumia numa sopa rala de macarrão, ouvi dizer que o orfanato estar em crise, corre o risco de fechar e todos ter que ir para a rua.
-Crianças vamos rezar primeiro.
Todas fecham os olhos e junta as mãos, logo dou início ao agradecimento.
senhor vos damos graças por este alimento que recebemos hoje .Abençoe que jamais falte na nossa mesa e multiplicai na mesa dos outros irmãos.
-Amém
A voz da diretora soa as minhas ,me viro e sorri ela meneia a cabeça . comemos a sopa insossa em silêncio, e 'a diretora nos acompanha é a primeira vez que ela faz suas refeições conosco.
Ela deu um doce para cada um de nós de sobremesa, eu sorrio ao lembrar que minhas expedições a cantina para roubar doce a muito tempo que não ocorria. Era por belinha,Era pra belinha, agora não havia mais motivo.
As 10:00 tocou o sino, era hora de  recolher, mesmo que o sono não dava nem sinal eu subi junto com os outros, a diretora não permitia que ninguém ficasse perambulando depois das dez.
Me deitei na cama e fiquei olhando para o teto com as mãos no peito, sentindo aquele costumeiro vazio, como eu queria que ele acabasse,  e em si ainda não seio que mais me faz falta. Minha garganta está seca, o jarro de água que está no quarto está vazio ,abro a porta e caminho devagar pelo corredor escuro. Quando estou quase chegando ao fim do corredor ouço um gemido rouco vindo do único cômodo iluminado que é o quarto onde as vezes a diretora ocupa. Tento ignorar continuo andando, mas o gemido de dor ecoa mais alto pelo corredor.  Eu dou a meia volta e bato na porta nenhuma resposta,então  empurro e para minha sorte está destrancada.  vejo a diretora deitada na cama, banhada em suor, seu rosto contorcido pela dor.  Fico atonita sem saber como agir, o que fazer.
-Diretora Sofia
- ma...ma....ria
Ela gagueja entre gemidos, me aproximo dela, seu rosto lívido, ela mantém a mão empalmada no peito .
-O que a senhora tem?
Ela esforça mais nenhum som sai de seus lábios. Eu encho um copo de água e  levanto sua cabeça, e coloco uma pequena dose de água na sua boca. 
-re....re....medio
-remédio, onde estar.
A diretora aponta para uma pequena cômoda, eu vou até lá e encontro uma sacola cheia deles. Me aproximo dela e ela aponta uma caixinha rosa. Abro a caixa tiro um comprimido, coloco na boca de Sofia e dou água para que ela o engula.
-vou ligar pra emergência 
saio correndo do quarto e ligo para a samu, .Me encosto na parede e respiro fundo.
-Florzinha.
Levo um susto me viro bruscamente e encontro Miguel parado me olhando.
-Que está fazendo aqui?
-A diretora está passando mal, vou ficar com ela, !!!!!-
-Posso ficar com você?
-sim, vou precisar de você.
voltamos ao quarto e a diretora Sofia retorcia na cama, Miguel não teve coragem de entrar ,ficou na porta eu entrei e  me aproximei coloquei a cabeça dela no meu colo comecei a fazer cafune. Sentia ela estremecer apertando a mão no peito com força., Sofia me lança um olhar doce de agradecimento e eu  não posso nada. mas fazer do que retribui seu olhar . Então eu ouço as sirenes da ambulância .

Amor Improvável Where stories live. Discover now