Um coração amargurado

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Dona Sofia foi para o hospital acompanhada de Pedro o faxineiro, os enfermeiros não me deixaram ir dizendo que eu era de menor, eu insistir que já tinha dezoito mas não acreditaram.  Fui deitar,mais não conseguia dormir, estava preocupada com a diretora, está certo que ela nunca foi a mais amável das pessoas mas não queria sua morte, ainda mais depois de ver -la tão vulnerável, coitadinha.  Já passava das 3:00 quando peguei no sono, um sono perturbador.  Quando levantei as crianças estavam prontas para ir para a escola, me arrumei rapidamente e fui para a van sem nem mesmo tomar café.. Na escola não conseguia me concentrar, a diretora estava nos. meus pensamentos  a todo momento.
-Maria flor vieram te buscar.
-como? quem?
-sem perguntas, me acompanhe
Eu acompanhei a professora através do corredor da escola até o portão e logo vi larissa a faxineira do orfanato.
-Que foi larissa?
-A diretora sofia quer te ver
-dona sofia? ela já em está em casa?
-vamos ao hospital
Eu entrei na van e partimos em alta velocidade pelas ruas movimentadas .Larissa presta atenção a rua e eu me perco em um turbilhão de pensamento nenhum animador .
-chegamos
Eu pulo fora da van, e me vejo em frente a um grande hospital, suspiro fundo e adentro o recinto acompanhada de larissa.  Sou conduzida ao quarto de sofia, ela está deitada na cama recostada por travesseiro ,seus cabelos estão soltos descendo em cascata sobre o seu ombro, incrível como ela parece jovial, está bonita, olhando a agora percebo que ela devia ter sido uma bela mulher na  juventude. Me aproximo da cama ela me olha ternamente ,eu limito apenas a sorrir e a passar a mão sobre seu cabelo  que é '''''macio''''
-Tem belos cabelos devia soltar ele mais.
-É ,sim
-A senhora está bem?
-Estou sim,
-fiquei preocupada
Ela nada disse ficou me olhando,eu vejo seu peito subindo e descendo, ela está tendo que esforçar para respirar, .
-Me desculpe
-Pelo o que?
-sabe esses anos todos eu fui uma pessoa horrível  ,vocês me odeia,eu maltratei a todos, não fui uma boa diretora.
-não fala isso nós também aprontavamos muito com a senhora.
-É normal, vocês  são crianças.
-sabe, eu sempre quis ser mãe, sempre imaginei isso, ter uma vida, uma família feliz, mas nunca pude, o  único homem a quem amei não correspondeu meus sentimentos,aos 28 anos descobri que era estéril, imagina a dor que isso me causou. Então eu não conseguia olhar vocês sem pensar que eu nunca teria filhos meus. 
Uma lágrima solitária escorre dos seus olhos que só agora percebo ser azul claro. Eu me deito sobre seu peito, e em segundo também estou chorando, não consigo controlar.
É engraçado como julgamos as pessoas sem conhecer.

Amor Improvável Where stories live. Discover now