Maria flor

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Um trovão ressoa no meu quarto, me levanto assustada e acendo o abajur. Percebo que está chovendo, as gotas da chuva tilintando  no telhado. Outro trovão, solto um grito e saio correndo pelo corredor estreito. Foram necessários duas batidas, logo um juliano descalço ,vestindo apenas uma calça de moletom aparece na porta.
-O que foi está sentindo alguma  coisa? indaga
-E. ...eu....tenho medo de trovão ,deixe eu  ficar com você, juro que não vou te incomodar eu. ....
Juliano passou o braço na minha  cintura e me puxou para dentro do seu espaçoso quarto. Ele arruma o cobertor na cama e me manda deitar, me encolho debaixo das cobertas.  Juliano senta numa poltrona.Outro trovão ecoa eu tampo os ouvidos gritando e na rapidez da luz juliano está ao meu lado
-calma criança vai ficar tudo bem estou contigo.
-Fica ao meu lado
-sempre
Ele entra debaixo das cobertas eu encosto a cabeça no seu peito nu, ele me enlaça a cintura.Ficamos em silêncio, cortado apenas pelo tilintar da chuva no telhado.
-Por que desse seu medo de trovão? juliano indaga
-Quando eu era criança eu era muito levada, um dia eu estava  brincando de  guerra de cuspe , e acabei cuspindo  na diretora Sofia sem ver .Ela ficou brava e me colocou de castigo num quarto escuro e sujo. Eu passei a noite trancada lá, estava chovendo e os trovões cada vez mais forte ,eu achei que ia morrer ali,então toda vez que chove eu me sinto como se estivesse presa novamente.
Juliano me puxou mais para perto ,com o polegar fez uma leve carícia no meu rosto.
- Eu sinto muito criança!!!!
Ele beijou meu queixo, minha bochecha, meus olhos, e finalmente seus lábios quentes tocaram o meu. seus lábios deslizavam sobre o meu suavemente, suas mãos fortes apertavam minha cintura, eu enfiei minhas mãos nos seus cabelos sedosos e dava leves puxões querendo mais proximidade, parecia que apesar de já estarmos colados ainda não era o suficiente.
Na manhã seguinte quando acordei não vi juliano, fui até a janela e abrir, não chovia mais, o que restou foi muita lama,pelo jeito não sairia de casa hoje
-bom dia
Me viro e juliano está saindo do banheiro vestido uma calça jeans e uma regata,seus cabelos negros estão úmidos.
-Bom dia. .  juju .....liano
--Por que você sempre gagueja quando estou por perto em? .
-É. ..É que você é muito. ......bonito
seu sorriso ecoa no quarto, ele se aproxima de mim roça seus lábios nos meus fecho os olhos mas ele não me beija, abro os olhos e ele está sorrindo.
-Você que é a coisa mais linda do mundo.
-obrigado.
-você aceita ser minha namorada.
-sim, mil vezes sim.
Eu o abraço e ele me roda no ar como se eu não pesasse nada .
-sabia que eu te amo. indaga juliano.
-Eu te amo mais.
Descemos para tomar café da manhã de  mãos dadas, Renata ficou pálida até deixou a xícara cair, Juliano contou para todos que estávamos namorando, laurinha ficou muito feliz.
-Eu vou ter uma  mamãe, uma mamãe.
Ela ficou cantando e batendo palminhas.
- Pare já com isso Laura, essa pirralha não vai ser sua mãe coisa nenhuma, ela serve para ser sua irmã.
-olha aqui Filomena não pense que você vai  conseguir estragar a nossa  alegria com seus comentários preconceituosos  .juliano fala.
-você devia é ter vergonha na cara está se envolvendo com essa pirralha que servia para ser sua filha.
-servia mesmo só que ela não é minha filha, ela é a mulher que eu amo, e quero que agora em diante a respeite como tal ou então saia da minha casa.
-Eu saio mas levo minha neta junto.
-só por cima de meu cadáver, ela é minha filha e vai morar aqui comigo.
-vou reclamar a guarda dela, aqui neste antro de perdição que ela não fica .
-ae tudo bem, se você vai colocar seus advogados saiba que eu também tenho os meus e eu te prometo uma coisa Filomena, eu não só ficarei com a guarda da minha filha como também te tirarei o direito de ver -lá nas férias.
Agora olhando para Filomena percebo que seu olhar determinado  está nublado de medo.
-você está pisando na família por causa de uma pirralha só pode estar mesmo necessitado  para se satisfazer com essa daí .
-Quer saber Filomena  estou cansado de ouvir suas asneiras .você tem até o entardecer para pegar suas  coisas e sumir daqui
-Não precisa  nem mandar ,eu já estava indo mesmo.
Dito isso ela sobe as escadas, fico olhando para o nada. Juliano me abraça.
-Não ligue para o que ela disse, indaga.
-mas em uma coisa ela tem razão,  você está se distanciando de sua família por mim que nem nada sua sou.
-como assim nada minha,  você é a minha namorada,a mulher que amo  em breve minha esposa.
-Já  disse que eu te amo? indaguei
-já disse,mas quero ouvir de novo. -
.-Te amo juliano.






















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Amor Improvável Where stories live. Discover now