chegando afinal

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Depois de lancharmos voltamos para a estrada, o véu da noite nos cobria, uma noite fria e estrelada. Me pego pensando em que ainda ontem eu não sabia para onde ir e agora estou aqui  indopara o  desconhecido. Não sei se eu devia sentir aliviada
ou preocupada com meu destino .
- Estar com frio menina? 
-um pouco
Ele estende  o braço no banco de trás e pega uma coberta ,me entregando em seguida.  Eu me embrulho, encolhendo na poltrona.
-Tenta cochilar um pouco !indaga  .
-Vou tentar
Encosto a cabeça no vidro e  fecho os olhos, o balanço suave do carro me embala logo estou dormindo.
Sinto meu corpo chacoalhar, abro os olhos lentamente, esfrego os com forças.
-Onde estamos?
-chegando.
Eu me sento na poltrona, abro o vidro do carro e a claridade fere meus olhos eu o fecho involuntariamente.
-UE  seu Manuel, já é dia ?
-com certeza ,a senhorita dorme que é uma beleza.
Ele sorri amplamente, eu fico rubra, nossa eu passei a viagem toda dormindo. coloco a cabeça na janela vejo que estamos em estrada de terra, ao lado diversas vegetação, desde o embauba a sorocaba, gambeleira. O vento morno nos meus cabelos, o aroma agridoce do campo, o cheiro de terra molhada ,tudo tão novo para mim mas imensamente delicioso .
-É taaao lindo
-isso que você ainda não viu metade. indaga Manuel
Mais adiante começo a  ver casas espalhadas pelas  campinas ,casas pequenas com chaminé rodeada de flores e aquele cheiro gostoso de café da manhã, há também grandes casas com cerca na frente, vacas  soltas pelo campo verdejantes com sua cria berrando atrás, palmeiras na entrada, e letreiro indicando o nome da propriedade. Percebo que a maioria é nome de gente, Daniela, serafina, Justino. Mais a frente vejo duas
meninas vestida calças com botas cano alto, e chapéu brincando de pega -pega em frente a uma casa amarela com um pequeno jardim na frente. Manuel para o carro, as meninas vem correndo na nossa direção, ele desce e as abraça apertado contra o peito. Eu fico alheia olhando aquela cena, logo uma mulher alta, esguia com longo cabelo preto aparece na porta da  casa e ao ver Manuel vem ao seu encontro ele a rodopia no ar, dando um beijo rápido nela.
Depois ele larga eles lá ,vem em minha direção e abre a porta,.
-venha cumprimentaram minha família.
Eu pego nas mãos das meninas que dizem se chamar Alice e verônica, recebo um abraço afetuoso da senhora silvana.
-tome um café conosco? indaga verônica.
-Não meu amor, tenho que chegar logo lá na fazenda. indaga Manuel.
voltamos para o carro,logo estamos cortando estrada novamente.
-sua família é linda
-obrigada flor
-ainda vai demorar chegarmos?
-É logo ali
um quilômetro percorrido a mais e logo estamos adentrando por uma cancela branca. O carro para a uma pequena distância da casa.Nos descemos do carro, me perco observando o lugar , estou deslumbrada.O terreiro da fazenda é coberto  de árvores, desde o pé de mamão, ao pé de manga, jabuticaba, jambo, goiaba etc. um chafariz de onde a água jorra da boca de um anjo logo adiante, do lado oposto tem um engenho, uau engenho nem sabia que existia mais.
-vamos entrar menina.
A voz suave de Manuel me tira desse torpor.  Entramos na sala, somos recebidos por uma velhinha chamada nana e  uma mais moça dizendo ser a Renata. Ela pareceu não simpatizar comigo, também eu não gostei muito dela .
-cadê o patrão dona nana? indaga Manuel.
-O que é que você quer comigo, não estamos casado para eu te dar conta de minha vida.
Essa voz meu deus, grossa e rouca fez os pelinhos do meu braço arrepiar.
-juliano meu velho. indaga Manuel.
Ele vai ao seu encontro e dar um abraço desajeitado.
-Que horas você chegou?
-Agora juliano.
-Então vamos tomar um  cafezinho.
- só se for agora
Os dois saíram do meu campo de visão e eu fiquei ali parada, sem saber o que fazer, nem um """Oi sou juliano, a partir de hoje você vai morar aqui.
Ele me ignorou totalmente era como se eu não tivesse ali
-venha tomar café menina.
A voz acolhedora de nana me tira do torpor. Eu a seguir até a cozinha, que por sinal era ampla na cor marrom ,tinha uma mesa  de madeira e dois bancos, mesa esta que estava  repleta de um café da manhã farto . suspirei fundo e me sentei ao lado de Manuel que me pareceu menos inofensivo.













Amor Improvável Where stories live. Discover now