Capítulo 8

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Ariel é uma doce criatura sob a influência de uma mulher que pelo que entendi, casamento era uma meta de vida e que essa senhora usou todas as armas que se encontravam disponíveis. Talvez dona Lourdes também fora uma doce mocinha que caminhou nas terras desse sítio ao lado do seu José Joaquim.

— Como tua mãe adivinhou que eu vim te buscar pra passear?

— Porque eu contei pra ela que tu me beijou.

Bosta.

— Só isso né?

— Sim. Porque o Horácio gritou comigo na frente dela e disse que eu tava com cara de quem aprontou.

Cavalo, esse cunhado.

Cacete, cunhado?

— Ainda bem que tu não confessou que a gente... deu uma "namoradinha"... teu irmão teria me dado um tiro no saco.

— A minha mãe mandou ele calar a boca, chamou de "encostado", disse que quando ele começar a pegar projetos grandes, precisa ajudar ali em casa.

— Às vezes admiro dona Lourdes.

— Ela é a melhor mãe do mundo, só é mandona. E se a gente não obedece, ela fica emburrada por dias. Bate as portinhas, não almoça junto, fala que a gente sabe onde pega as coisas e resmunga que só depois que ela morrer que a gente vai dar valor.

Puta merda. E o Ariel nasceu no mesmo dia?

— Vocês nasceram no mesmo dia?

— É!!! Como adivinhou?

— Teu pai, seu Cristo... digo, seu Zé que falou.

— A gente nasceu no mesmo dia, só que ela nasceu as duas da manhã e eu nasci onze e meia da noite do dia 28 de junho.

Mais tarde, eu viria a descobrir que ela tinha influência de Áries, enquanto ele tinha Peixes como ascendente. Isso significaria que nem tudo estava perdido.

Parei de repente e me encostei na árvore com o tronco mais grosso que localizei. Ainda estava dentro da propriedade de seu pai, mas há dez metros do meu cercado e qualquer coisa, era só pular o arame farpado. Puxei o distraído de supetão e o colei no meu corpo. Dei um amasso que despertou os dois corpos, tasquei o melhor beijo sagitariano apressado, faminto, safado, afobado e ele reclamou na hora, colocou as duas mãos no meu peito e gemeu pra dizer que queria mais calma. Enfim, pra ele, o beijo parecia mais importante que toda a safadeza que poderíamos fazer escondidos pela árvore.

— Beija eu mais devagar... — até me assustei com o pedido do menino quietinho. Falou em romance, ele manda, né.

Eu só obedeci. Foi como juntar meu Fogo de Sagitário com a Água do canceriano. Primeiro foi água gelada que apagou meu fogo, deixando uma única brasa acesa, pois se contar, seria o primeiro beijo partindo dele. Mas minha "brasa acesa" começou a amornar aquela "água" quando a inexperiência o levou a encher o beijo de um romantismo erótico. Ele gemia abafado pela minha boca na sua. Desci minhas mãos naquela bunda redonda, ele rapidamente as subiu pra sua cintura. 

Maldade dele? 

Ou será que eu que sou afobado?

— Abre a cinta pra eu por a mão dentro da tua calça. — banquei o descarado e ele me empurrou outra vez.

— Calma né. Eu não quero assim apressado.

— Mas ontem, quase que aconteceu.

— Não ia acontecer porque vou casar virgem.

O Centauro e o Caranguejo (Em Pausa)Where stories live. Discover now