Lá no primeiro capítulo quando indago: "precisava casar?", não era um drama. Quis tentar mostrar que até pessoas práticas se desesperam às vezes. Ser casado não é um drama. Pois eu mesmo disse que mais de 90% do tempo é bom. O que me desanima é quando o guri vai visitar sua mãe. Já tivemos inúmeras discussões só em mencionar a véia, sogra querida do meu coração.
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Voltamos para o dia em que fizemos a maior arte, no sentido de aprontar escondido da família dele: a Certidão de União Estável.
Prevendo que perderíamos o apetite depois do sabão que a mulher ia nos dar, já emendei um almoço numa churrascaria com espeto corrido. Pra não voltar imediatamente para o sítio e aproveitar as primeiras horas da "prisão", saímos para tomar chocolate quente num paradouro de beira de rodovia, comprei um celular (da marca Maibarato) pra ele e por fim, decidi leva-lo até a casa de seus pais. Eu não precisava mais fazer isso, porque Ariel era meu e eu tava possessivo mesmo, porque deu um negócio ruim só de imaginar a véia fazendo cena pra prender o filho ou acabar com minha alegria.
Eu tava alegre sim.
— Não vou te devolver. Então, não fica dando muita trela pra tua mãe, se defende...
— Claro né. Eu tô super feliz. Agora sou casado com você. Ai Paulo, eu e você não precisamos mais ficar longe né?
— Espero.
Quando chegamos perto da porteira do sítio do seu pai, eu vi meu desespero de longe... a caminhonete do seu Zé, o carro do Horácio, o carro do Hernandez e mais uns seis carros não identificados.
Eu quase dei meia volta e considerei telefonar praquela família mais tarde. Mas Ariel começou a chorar baixinho.
— O que foi agora?
— Eu tô feliz. Quero voltar pra minha casa bem rápido.
— HÃ?
— Minha casa né... lá contigo.
Eu esquentei a cabeça à toa, afinal, o cheirão de fumaça trouxe cheiro de churrasco na minha cara e a proximidade da casa dos sogros, me trouxe um falatório de comadres de onde eu ouvi perfeitamente:
"O Ariel casou hoje cedo, o tabelião é nosso compadre, padrinho do Hernandez e ligou pra dar os parabéns pra família..."
Gente fofoqueira. Puta merda.
Pelo lado positivo, não ouvi desaforos.
Então o tabelião-fofoqueiro-mor ligou pros sogros e fofocou que tínhamos casado? Eles fizeram fogo de chão e estão assando meio boi? E o que é esse monte de carro chegando? Porque estão todos nos olhando?
— Ah, mãe, olhaaaa. Eu casei hoje cedinho. Poxa, eu que queria contar a novidade.
— Eu só não dou aquela bronca em vocês, porque o compadre Souza do cartório avisou a gente.
— Avisou? Aviso e fofoca são coisas diferentes dona Lourdes.
— Ah, mas eu não ia te perdoar se meu filho ficasse sem festa.
— Mais pra frente, a gente ia fazer, sogra.
— Se a gente depender dos homens não acontece nada.
Senhor. O que essas mulheradas da comunidade estão fazendo? De onde surgiu o bolo? Cadê o Ariel?
— Paulo...
— Ué? Isso tudo é emoção?
— Um cavalão desse desmaiando? Ihhhh...
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O Centauro e o Caranguejo (Em Pausa)
RomanceEm Pausa! Sagitarianos amam sua liberdade mesmo quando estão se relacionando. Cancerianos querem uma relação e não ligam para a liberdade desde que possam viver com quem amam. LGBT. Conteúdo adulto. Romance homo-afetivo. Em desenvolvimento. Se você...