Elena nunca iria imaginar que ao colocar o colar que sua amiga Bonnie deixara consigo, na realidade, ela estava se metendo em um pacto com um demônio chamado Damon Salvatore, agora, seu demônio particular.
(A descrição da fanfic fora tirada há muito...
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POV – A restauradora da honra familiar.
Ela não deveria ser tão mal-agradecida e mesquinha, mas na realidade – mesmo que nunca confessasse em voz alta - estava cansada.
Cansada das meias verdades que ouvia da avó – que nunca explicavam o bastante sobre as suas "raízes bruxas, oh trovões ao fundo"–, da solidão à qual fora condenada não podendo falar nem com Lenn; de tantos deveres e tarefas complicados que lhe eram passados por Sheila; da escola nova, de tudo.
Estava no limite da sua sanidade. Queria fugir a qualquer momento e voltar para a sua vidinha de sempre ao lado das amigas sob os ares pacatos e tediosos de Mystic Falls.
Sentia falta de ser a garota desligada rindo e censurando a rebeldia de Elena ou a futilidade de Carol. Sendo censurada também pelas mesmas, apenas por aparentemente buscar sempre a perfeição.
"Mania idiota" praguejou sabendo que esse mesmo defeito-qualidade era o que a impedia de fugir daquela prisão domiciliar sem sentido e voltar para o seu lar acolhedor.
Tinha que ser a neta perfeita e boa que obedecia a tudo para "comprar" o amor da avó. A filha exemplar que ouvia os conselhos maternos de "oh fique um tempo por aí, Bonn" para deixar a mãe feliz. A amiga ideal que deveria ficar longe das pessoas que amava para não contaminá-las com o erro que ela cometera.
Ah se pudesse voltar no tempo e jogar o colar aterrador no lixo em vez de dá-lo a Elena... O que estava pensando afinal naquele dia?
Gemeu querendo apagar aquilo da memória passando as mãos pelos cachos ruivos. Podia sentir pela temperatura, cheiro do vento e luz solar que eram exatamente oito horas da manhã.
Ela aprendera a prever as horas com a avó no dia em que foi comunicada que ficaria hospedada ali por meses e não semanas como pretendia.
"Para que sinta que o tempo corre depressa, meu amor" murmurara Sheila na ocasião quando a viu pasmar ante a notícia.
A partir daí a cada dia aprendia coisas novas. Infusões, controles mentais e brincadeiras com a natureza como aquela. Ok. Tinha todo um lado meio Harry Potter ou Brumas de Avalon que a faziam sentir-se bem especial, mas qual era a graça se não podia contar para alguém e dividir aquelas experiências?
A sua Hogwarts era apenas um casebre de madeira e a floresta que o abraçava, e vovó Sheila era um péssimo Dumbledore.
– Querida? – Soprou a voz da porta como se lesse seu nome em seus pensamentos. Sheila vestia um belo roupão japonês com ideogramas indecifráveis e exibia um sorriso calmo e acolhedor no rosto.
Ela conhecia muito bem aquele tom. No simples apelido carinhoso continha uma ordem implícita: "Vá se arrumar e preparar-se para mais aulas malucas que a fortalecerão para que possa restaurar a honra das Bennett". Todo dia era a mesma coisa.