Stefan não era tão ruim assim. Era pior.

12 0 0
                                    

POV- Elena Gilbert

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

POV- Elena Gilbert.


Você deve ser Elena. – O anjo sorriu com um aceno de cabeça como cumprimento.

A menina sentiu seu namorado ao lado ficar tenso e achou melhor tomar cuidado com as ações ou palavras.
Ainda mais naquele dia no qual já havia abusado tanto da sorte correndo atrás de Matt.

– Sou. – Os olhos castanhos seguiram para a loira que sorria para um Damon de sobrancelhas unidas. – E a sua amiga é...?

– Rebbekah. – A própria respondeu com um sorriso curto e muito menos simpático que o de Stefan, mas seu interesse na humana não durou muito e logo fitava o demônio de novo. – Estou impressionada Salvatore... Não vai mesmo falar comigo? Pensei que éramos bons amigos.

Ah, chega. Puta que pariu! Ela acabara de se livrar de uma vadia que dava em cima do seudemônio e aparecia outra? Que palhaçada!

O filho mais velho de Lúcifer riu com escárnio.

– Não me obrigue a notar a sua presença e constatar que a visita de Stefan é ainda pior do que eu imaginava, Rebbekah.

. Toma essa loira de farmácia.
A garota alargou seu sorriso como se fosse inabalável e encarou Elena.

– Pressinto que esteja confusa com tudo, Srta. Gilbert. – Murmurou com uma voz angelical que a lembrava de canções com harpas. – Mas, sei que nos entenderemos muito bem já que nós duas temos relações contratuais com o Damon.

A menina encarou aquele sorriso meloso por alguns segundos sem muita reação.
Nada parecia fazer muito sentido no momento, afinal, a outra não era um anjo?
O seu servo apertou os punhos como se estivesse cada vez mais furioso e Lenn se permitiu ser enlaçada pela cintura como se isso a protegesse da confusão.

Stefan, que apenas observava tudo com um ar avaliador, resolveu intervir.

– Tudo a seu tempo Rebbekah. – Censurou aproximando-se mais do irmão e da garota agarrada a ele. – O que importa saber agora é que temos ordens superiores para ajuda-los.

E as coisas só ficavam a cada minuto mais estranhas...

O moreno riu.

– Estou lisonjeado irmãozinho. Afinal é tão comum trocarmos gentilezas sem armações por trás. – Entoou sarcástico virando os olhos acinzentados para a loira-vadia como forma de acusação.

Viu pela postura corporal de Stefan que aquele comentário o incomodou e ficou imaginando quais eram as partes que faltavam naquele quebra cabeça de tanto ódio e mágoas.

– Deixe o passado onde ele merece ficar filho de Lúcifer.

– Que por sinal, também é seu pai. – Damon provocou com um sorriso que deixou o ar mais sombrio.

Pôde comprovar que todas aquelas histórias que ouviu sobre o anjo odiar suas origens eram verídicas. O Salvatore mais novo quase tremeu de fúria.

– Sim, infelizmente ele é. – Concordou contrariado apertando a base do nariz como se quisesse se controlar. – Mas agradeceria se poupasse o meu tempo com essas discussões. Eu e Rebbekah realmente pretendemos ajuda-los. – As palavras soram firmes, mas "gentis" se é que isso era possível.

– Em troca de...?

Stefan pareceu se recusar a dar qualquer resposta.

– É muito desconfiado, meu amor. – A anja observou cruzando os braços. – Não estamos fazendo isso apenas por bondade, Rafael ordenou que cuidássemos da Besta antes que o mundo virasse um pandemônio novamente. Sabemos que Elena está sendo acusada, mas temos bons motivos para achar que é uma acusação equivocada.

Damon e Elena trocaram um olhar reflexivo. A garota odiaria admitir em voz alta, mas era tão bom ouvir que era inocente uma vez na vida.

– Vai detalhar esses motivos?- O demônio indagou parecendo ainda muito relutante.

– A sua contratante é uma pessoa conceituada e conhecida por sua bondade no meu mundo. – O irmão iniciou encarando a menina com um carinho que a incomodara. Talvez por ela sentir que Damon estava odiando aquilo. – E obviamente há alguém muito interessado em incriminá-la, o que soa ainda mais estranho. Mas, sobre esse último assunto, eu prefiro conversar apenas com você.

– Teria sido mais convincente se tivesse usado uma das desculpas horríveis de Elena. – A voz linda soou cética. – Esses dois motivos não seriam capazes nunca de fazer com que Rafaelmandasse vocês como "advogados" de uma contratante.

Por mais que estivesse voando naquela conversa confusa, sentiu que as palavras do servo eram verdadeiras.
Ela mesma tinha dúvidas quanto ao seu caráter e ter alguém interessado em comer seu fígado e difamá-la não era novidade.

Os olhos esverdeados ficaram mais duros como se os azuis tivessem desvendado algo proibido.

– É claro que nenhum dos arcanjos tem certeza quanto a isso, mas pensaram em... Dar proteçãoa ela enquanto investigamos melhor.

– Ou em outras palavras, enclausura-la como fizeram com Lívia. – Damon adivinhou parecendo ser capaz de matar o irmão ali mesmo.

– Tente entender que é o melhor para a garota, ela ficaria protegida e segura. Eu mesmo me responsabilizaria por ela.

Os olhos azuis se tornaram vermelhos.

– Tente chegar perto dela e morre.

Uma exposição de argumentos e réplicas furiosas começou a acontecer e Elena se desvencilhou de Damon encarando a cena de forma apreensiva.

Chave, Besta, Híbrida, Assassina e futura prisioneira. Ficava cada vez mais mágico!

– Exatamente como a Helena de Tróia. – Rebbekah murmurou suave bem ao seu lado a fazendo estancar de susto. – Você só causa discussões e brigas.

Não soube exatamente o porquê, mas se lembrou de Damon dizendo que ela era a sua ruína.

Ele podia fazer isso, aquela vaca não.

– Olha eu também não fui com a sua cara, mas agradeceria se conseguíssemos deixar isso mais civilizado, Ok? Não me interessa o que você pensa.

A loira balançou a cabeça parecendo incrédula.

– Não quero brigar, Srta. Gilbert! Quero apenas que ouça a voz da razão. Você faz mal ao mundo, mal ao Damon e mal a si mesma. Venha conosco e estará garantindo a sua segurança e a dos outros! – Expôs com aquela voz angelical e branda como o canto de uma sereia hipnótica. – Eu não posso obriga-la a ir, mas Damon também não tem poder para obriga-la a ficar aqui se essa for a sua vontade... Não ficará presa, só aguardará lá até que as coisas esfriem. Não será ótimo voltar para o seu demônio quando todos os problemas já estiverem resolvidos?

Era uma proposta tão tentadora... Ficar tranquilamente no céu sem perseguições, poderes que não entendia, distúrbios de personalidade e sem o perigo de um dia machucar o seu contratado.

– Quando eu comecei a fazer mal ao Dan, soube amá-lo o bastante para abrir mão dele... Você também consegue isso? – A loira provocou a enchendo de raiva.

Estava prestes a meter a mão naquela imbecil quando a anja arfou parecendo sentir dor.
Percebeu naquele instante que as vozes dos Salvatore não eram mais audíveis e agora sabia o porquê.

– É sério que está tentando convencer Elena com essa técnica velha de ex-namorada altruísta? - Damon torcia o pulso feminino que fumegava como se a pele demoníaca fosse ácida. Ou, melhor dizendo, como se um fosse ácido ao outro.

Os olhos castanhos se arregalaram não parecendo suportar ver o homem que amavam sendo "queimado" (o que era meio irônico). Nem sequer conseguia pensar em porque os dois citavam tanto esses tais envolvimentos amorosos.

– Damon solte-a já! – Ordenou altiva, indo ela mesma tentar separá-los. – Você está bem? – Quis saber em sussurros desesperados vendo uma marca leve de queimadura tingir a mão do seu servo e depois desaparecer.

O corpo angelical tombou ao lado enquanto Stefan socorria a parceira parecendo atônito com a situação.

– Vou ficar melhor da próxima vez em que aceitar ir para Dubai quando eu sugerir. – Sorriu de lado acariciando seu rosto de forma carinhosa. – Ela morreu? – Virou-se risonho com súbito interesse por Rebbekah.

– Eu só... – A loira arfou levantando-se com o apoio do "companheiro" de céu. – Queria ajuda-los. Vocês dois precisam entender a gravidade da força com a qual estão lidando.

– Desista, Beckie. – Stefan a alertou lhe dando sustentação mesmo que ambos já estivessem em pé. – Nós tentamos fazer isso do jeito mais politizado, se eles não querem ajuda não insistiremos.

Damon riu sem muito humor da "politização" deles.
É. Mentiras e chantagens emocionais... Que anjos eram aqueles?
O seu demônio a enlaçou sem muita paciência para continuar escutando aquilo e os teletransportou para o corredor "real" já vazio graças ao horário.

Mesmo assim, Elena conseguia ver a bolha mágica onde os dois servos de Deus os observavam.
Não se sentiu intimidada, mas quando passou a centímetros dos olhos verdes de Stefan soube que aquilo não era um assunto acabado.

____________________________________________________________________________

Encontrou Carol na porta da saída conversando algo entre sussurros com Jeremy e, por um minuto, teve medo que a amiga estivesse dando em cima dele.
Johanna já parecia ter "superado" o interesse platônico pelo menino, mas Elena ainda desconfiava que a garota-infernal mataria Caroline se soubesse dessa aproximação.
Ou ela ou Lucy, que por sinal havia desaparecido desde que voltaram de Purplerock, deixando até o próprio Jeremy confuso.

Ao perceber a presença do casal, a loira levantou-se de rompante rindo e enlaçando o braço de Elena enquanto ralhava com ela por tê-la abandonado junto a Matt e cinco garotos da terceira série.
Óbvio que o preço do perdão não foi outro a não ser fofoca. Fora durante todo o trajeto contando e recontando como tudo aconteceu com ela e Damon (Sim, mentiras rolaram) sendo seguida de perto pelo demônio e por Jeremy.

Se despediram na encruzilhada que separava a cidade e o lugar onde Judas perdeu as botas, e os três residentes da casa dos Gilbert permaneceram o trajeto em silêncio.

J exibia um rosto cansado e estava mais magro também. Tudo por causa da tal Lucy. Homens eram tão sacanas e indiferentes e, no entanto, quando se apaixonavam eram piores que as mulheres.

Elena quis ajuda-lo de alguma forma, mas sentia sob os ombros o peso aterrador dos seus problemas a impossibilitando de dar qualquer passo.
Como se ser perseguida por demônios, sua consciência, bruxas e padres malucos não fosse o bastante, ainda tinha mais essa agora... Anjos!
Ok, ela teria que se lembrar de agradecer MUITO a Deus por ele ser tão legal com ela.

Damon abriu a porta da casa a deixando passar seguida de Jeremy e os dois irmãos estancaram com a cena que presenciaram.

Os dedos de Miranda trabalhavam laboriosamente pelo cabelo de Johanna o trançando em mechas tão fininhas que aos poucos ela parecia uma regueira alegre.

– Gilly, J-Hot, Idiotore! – Saudou fazendo a Sra. Gilbert dar risinhos divertidos pelos apelidos. – A santa mãe de vocês, com complexo de Angelina Jolie, vai me adotar! Não é emocionante? – Ao terminar a frase, a trançadora ergueu os braços em uma tentativa de deixar a afirmação da Jô mais ridícula, digo, animada.

– Como é que é? – A adolescente perguntou totalmente desnorteada percebendo Damon com o cenho franzido e Jeremy com um sorriso educado no rosto.

Ah querida, a Caltron só tem o Damon de família e pensei então que ela deveria ficar conosco até o Dan voltar para Inglaterra ou mais tempo se ela quiser... – Os olhos esverdeados encararam os da cor do mel com uma meiguice maternal.

, eu vou ser uma "Gilly" também! – Johanna escancarou os lábios como uma criança vendo uma montanha de doce. – Hey, o que estão esperando? Venham já trocar calor humano comigo agora. Jeremy, aceito trocar mais coisas com você. - Brincou marota erguendo os braços e fazendo Miranda, mesmo corada, rir.

Elena correu para se jogar nela e viu Jeremy e Damon mais acanhados se aproximando ao enlace maluco da Johanna.

Estava feliz de verdade por ter, de alguma forma, arranjado uma "família" para a sua treinadora louca. Mesmo sabendo que demônios não tinham sentimentos, era quase impossível acreditar que ela não estivesse feliz.

– O que o papai achou disso? – Perguntou lembrando-se do quanto o Sr. Cinza encrencou com Damon quando o "inglês" chegou.

Para a sua surpresa o próprio senhor-encrenca respondeu da cozinha.

– Não tive problemas com a Jô, agora tenho um agregado predileto!- Gritou aparecendo no umbral com um pote de rosquinhas na mão. – Sem ofensas Damien, meu problema com você só vai durar até eu convencer Elena a participar de uma seita que pregue o celibato.

Algumas risadas soaram enquanto a garota corava tentando não rir ao lembrar que "Damien" era o nome do Anticristo filho do Diabo no filme "A Profecia".

O demônio pôs as mãos nos bolsos com a testa formando um vinco.

– Quando voltar para a Inglaterra não vou lembrar meu nome depois de ser chamado de tantas formas diferentes. – Comentou balançando a cabeça em pesar.

Jô riu sacudindo as trancinhas só para exibi-las.

– É mesmo... Idiotore, Dan, Dandankinho, Hellboy...

– Porque Hellboy? – Jeremy interviu curioso.

Elena coçou a nuca tentando pensar em alguma boa desculpa, mas Johanna Marshall –futura defunta- se adiantou para tristeza geral da torcida do Boston Red Sox.

– Foi a Gilly que colocou o apelido, é porque ela acha o Idiotore tão quente que chega a ser um pecado.

Tipo... QUÊÊÊÊÊÊ?

Deve ter ficado mais vermelha que um pimentão vendo seus pais e seu irmão virando-se para o demônio como se pedisse que confirmasse ou negasse e ele dando de ombros com a expressão totalmente inocente.

– Boa hora para achar meu facão. – Grayson gritou mexendo no faqueiro para fazer barulho enquanto Jeremy e Johanna sorriam maliciosos para o casal. – Aliais, matar um só não adianta... Lenny, vamos para o convento que o papai leva você. – Zombou já rindo e dessa vez chegando à sala.

Vish, mas foi justamente assim que o Damon nasceu, Sr. Cinza. – Johanna falou com a boca maior que o mundo fazendo todos pararem estáticos. – É brincadeira, calma. – Riu bem convincente dispersando a tensãozinha que se criou e todos acompanharam.

– De qualquer forma, religião não resolve o problema. Lembra-se da história da Katherine Pierce? – Miranda virou-se para Grayson que assentiu sentando-se ao lado dela e comendo uma rosquinha de chocolate.

– Quem é essa? – Sentiu a curiosidade se agitar em seu corpo enquanto procurava o lugar junto ao demy.

– Uma prima de segundo grau da Abby Bennett que se parecia até demais com você fisicamente Lenna. A mãe da menina resolveu que a criaria em uma cidade pequena para que ela tivesse uma educação religiosa e estivesse a salvo dos "perigos" do mundo... Bem, aos dezessete anos ela foi encontrada morta. Foi um crime que abalou toda a cidadezinha.

– Descobriram quem a matou? – Jeremy inclinou-se parecendo tão chocado quanto a irmã.

– Ao que parece um adolescente perturbado que era muito religioso. – Grayson respondera analisando o pote de vidro semivazio. – Alguns murmúrios de que foi um padre louco que o mandou fazer isso também ecoaram, mas por pouco tempo.

Um arrepio cortou suas costas e sentiu o olhar de Damon atento sob seu rosto.
Óbvio que não tinha nada a ver, mas a junção das palavras padre + louco a lembravam de Gregory com sua tia indefesa em uma cidade anônima.
Será que o seu novo "tio" seria capaz de matar alguém ou ordenar isso? Não achava que ele chegasse a tanto por mais estranho que fosse.

Passaram mais um tempo conversando e a contratante perseguida até pelo E.T resolveu subir para tomar banho, trocar de roupa, fazer dever ou qualquer outra atividade do tipo.

Ou pelo menos era isso que pretendia fazer se não tivesse um leve... Contratempo na hora do banho.

Sério, um dia eles ainda seriam pegos e ela iria para um convento de verdade!

O expulsou a tapas do chuveiro tendo que usar toda a sua força de vontade para resistir a pele molhada dele sob a sua. Seus pais estavam em casa e esse fato estranho falava mais alto.

Além do mais... Tinha que checar algumas coisinhas bem sérias com o Sr. Salvatore.

Arrumou-se rapidamente indo para o quarto e deixando os deveres para um "Nunca" bem próximo.
Desde que o demônio chegara, ela virara uma péssima aluna mesmo!

Suas mãos tocaram o pentagrama que cada vez mais parecia "invisível" em sua pele e esperou pacientemente Damon chegar com seu sorriso malicioso e olhos lindos.

Sentiu seu coração dar os costumeiros "defeitos" que sempre dava com aquela visão e se recompôs colocando as mãos na cintura.

– Agora, Salvatore trate de me explicar o que você e aquelazinha tiveram. Que história de contrato é essa? Ela amava você? Vocês já namoraram? Já pegaram na mão um do outro? A tal "Besta Apocalíptica" consegue matar anjos? – Iniciou o interrogatório aproximando-se do homem e o fazendo rir.

– Isso tudo é ciúmes Elena Gilbert?- Os olhos azuis faiscaram em plena diversão.

ÓBVIO QUE NÃO ERA.

– Pesquisa de fábrica. Sou uma chefa muito legal que se interessa pelos relacionamentos do funcionário, apenas isso. – Respondeu o fazendo rir novamente. – Vamos Hellboy! Está me enrolando por que? Você dormiu com a vaca? Será que posso mudar a receita que pede para depenar um frango e usar uma anja no lugar?

O demônio revirou os olhos a puxando com cautela pela cintura até que seus corpos se colassem mais.

– Rebbekah me invocou séculos atrás e fechamos um contrato. O problema é que era uma armadilha do Stefan para ajudar Emily a me prender. – Disse fazendo carinho no cabelo castanho com a mão livre. – Quando eu já havia conseguido sair daquela droga, ela se aproximou com essa história de estar apaixonada, resolvi me vingar dizendo que correspondia e a manipulei um pouco até conseguir que ela fosse rebaixada a uma mera humana. – Um sorriso orgulhoso coloriu seus lábios. – Não sei como ela foi aceita de novo. – Deu de ombros.

Elena uniu as sobrancelhas sentindo um incomodo um pouco maior.

– Como fez com que ela fosse "rebaixada"?- Perguntou e instantaneamente se arrependeu. Sentiu seu coração reclamar quando o viu desviar os olhos como se quisesse fugir do assunto. Uma coisa que mais a frente ela deveria aprender era que certas perguntas eram melhores sem serem feitas. – Damon, você dormiu com ela?

– Foi há séculos, Elena...

Ela se desvencilhou dele fazendo "arghs" mentais. Em pensar que aquela maldita engolidora de água oxigenada já tinha estado com o SEU demônio!

Argh, Argh, argh, Argh.

Cruzou os braços sentindo o ombro ser beijado enquanto ele a abraçava pelas costas.

– Você era ciumenta assim com o Donovan ou é privilégio meu? – Sussurrou risonho a fazendo corar.

Não se lembrava de ter tido essa preocupação com o loiro. Sei lá, óbvio que ela não gostava de ouvir historinhas de ex namoradas, mas não chegava nem aos pés da dor que ela sentia quando via Damon com outra.

Suspirou alto sentindo em cada veia o quanto aquilo estava ficando mais louco e complicado.
Havia jurado para si mesma que não iria amá-lo mais, porque sofreria em proporções maiores, mas... Lutar contra isso era tão difícil...

– Foi só uma vingança. E, além do mais, você é a única capaz de me tornar essa figura patética que virei. Eu deveria me vingar de você também. – Brincara com a voz divertida enquanto beijava novamente o ombro feminino.

... Principalmente quando ele fazia aquelas coisas.

– Você já se vingou. – Disse se virando e encarando o azul hipnótico a centímetros do seu castanho. – Fazendo com que eu amasse o que pode me destruir.

Ele sorriu segurando o queixo da garota.

– Temos um empate então. – Concluiu colando sua boca à sua.

Elena fechou os olhos enlaçando seu corpo enquanto sentia a mão dele em sua nuca a chamando mais para perto.
Seus lábios queimavam sobre os seus vagarosamente provocando-os com mordidas que a faziam sorrir.

Não sabia o que seria da sua vida daquele momento em diante e, com tantos problemas, era melhor nem saber mesmo, mas se tivesse o direito de escolha... Pediria para ficar a eternidade ao lado do seu demônio.

Sentiu que ele forçava espaço entre seus lábios e os entreabriu constatando que sua pele se arrepiara quando sentiu a língua demoníaca roçando sob a sua.
Seus beijos possuíam alguma espécie de droga viciante que não davam a mínima chance dos viciados se reabilitarem.
Uma vez colada a ele, nem o Diabo poderia separar.

Uh, Delena em chamas, Delena em chamas. Liguem para os bombeiros. – A voz de Johanna soou animada fazendo com que o casal se desgrudasse muito a contra gosto.

– O que você quer, Jô?

A garota-infernal fechou a porta a olhando com censura.

– Olha o respeito que eu sou sua guardiã! O correto é "Por favor Johanninha, o que a senhorita sexy e jovem deseja?" – Avisou com o dedo indicador em riste e o tom brincalhão. – Damon, temos que ir agora para o nosso México particular... Seu irmão Harry tem informações privilegiadas sobre a morte da sua irmã. Seu pai não quis me contar nada e pediu que fossemos lá. Parece que a Diti foi presa, não entendi direito.

O coração da garota perdeu o compasso enquanto o demônio assentia devagar parecendo absorver as informações.

– Você fica Johanna. Elena não pode ficar sozinha. – O filho de Lúcifer declarou altivo beijando rapidamente a adolescente e se distanciando.

Cara se eu não aparecer lá, vou ter que virar fugitiva para sempre. Seu pai ordenou que eu fosse também e pelo tom dele senti que, se fosse remunerada, eu estaria demitida. – Disse ajeitando a peruca que ela havia posto em cima das trancinhas como um chapéu. – Lenny sabe se cuidar, não sabe? Se um demônio aparecer querendo os poderes da Valddie o que você faz?

– Chuto a bunda dele.

– E se for uma bruxa ou um padre tarado?

– Chuto todos.

– Voz maluca?

– Canto Macarena até ela parar de falar e depois a chuto também.

– E por fim... A Tarad-Elena?

– Saio de sutiã e calcinha atrás do Damon. – Respondeu todas as perguntas "decoradinha" como lhe fora ensinado.

Johanna riu correndo para abraça-la e deu um beijo estalado no seu rosto.

essa é a minha aluna nota 10! Comporte-se em bicha louca? Se você morrer enquanto eu estiver fora, mato você de novo e chuto sua bunda no final.

Elena riu assentindo e fitou os olhos acinzentados que demonstravam preocupação.

– Eu vou ficar bem! – Murmurara confiante com um sorriso. – Prometa que também vai ficar e que vai voltar para mim e eu fico ainda melhor.

Não era totalmente verdade, mas não queria atrapalhar o compromisso importante os dois demônios tinham.

– Prometo. - Salvatore sorriu saindo do quarto junto a "Tia Glaucócia versão Reggae".


O resto do dia foi tedioso como a maioria das coisas eram sem presenças demoníacas a perturbando.
Pôs novamente algumas matérias em dia, fez sua leitura diária do Códex (por incrível que parecesse, faltavam poucas páginas para o final) e canetou as partes que discordava. Quando ela estivesse prestes a morrer, diria para Lúcifer que ele deveria acatar suas sugestões e melhorar aquela coisa.
Ainda sobrara tempo para falar com Caroline sobre Matthew e aí, de saco cheio com o loiro que não queria as suas desculpas, resolveu dormir.

Não sonhou dessa vez e nem ouviu vozes e isso a fez sorrir abertamente quando acordou com Damon parecendo começar a carrega-la.

– Hellboy. – Sussurrou com a voz rouca levando os lábios aos dele esperando continuar o que pararam durante a tarde.

Pela primeira vez na vida os sentiu em temperatura ambiente.

Afastou-se com as sobrancelhas unidas com a preocupação de que algo ruim tivesse acontecido no Inferno. Será que o tinham machucado?
Era por isso que o seu Damon corava (coisa que nunca fez) e a olhava atônito?

– Oi. – Ele murmurou ainda parecendo tímido e a carregando. – Vamos dar uma volta.

Algo muito estranho estava acontecendo. Sabia que demônios poderiam mudar de forma e se passarem pelo seu servo, mas nenhum espirito maléfico coraria ao receber um beijo.
A menos que fosse Lucy... ELA BEIJARA LUCY?

Franziu o nariz convencendo-se que era bobagem da cabeça dela. Aquele era o seu Damon. Lindo e perfeito, a teletransportando para uma cidade extremamente encantadora que a lembrava do Paraíso das escritu-

Ah não...

Não. Não. Não. Não.


ERA O PARAÍSO DAS ESCRITURAS! Olhou para "Damon" e passou a mão nos lábios com asco querendo tirar o beijo do estranho. Como não pensara nisso antes?

– Stefan Salvatore! – Grunhiu irritada tentando sair do seu colo enquanto era levada para um prédio com colunas gregas. Anjos também podiam mudar de forma?! Argh.

– Olá Elena. Lamento, mas foi o único jeito de proteger você e o teimoso do meu irmão. Um dia irá me agradecer. – Prometeu solene enquanto ela apertava o medalhão (que além de queimar mandava a sua localização exata para o demônio) só querendo abrir os olhos e descobrir que aquilo era um novo tipo de pesadelo.

_____________________________________________________________________________

Demônios Não Amam. || DELENAWhere stories live. Discover now