Quando você está em um local onde não é "seu" o mais certo a se fazer é tentar se adaptar da melhor maneira possível. Não estou falando em agradar e bajular pessoas, mas o essencial para que a sua presença apenas não seja tão insuportável assim no corrimento do tempo que está ali.
Tentei me manter o mais invisível e parcial possível. Para tentar não chamar tanto a atenção, fingi interesse nos quadros pendurados na parede. Passava a mão sobre eles como se entendesse dos papéis que haviam sido feitos, mas na verdade apenas estava interpretando.
Logo que Luke saiu do banho com uma bermuda de moletom e sem camisa, imediatamente sua namorada ficou ainda mais emburrada que o normal e ele entendeu o que estava acontecendo.
— Pode sentar aqui comigo. — Bryan falou mostrando o espaço que havia deixado para mim.
Sem pensar duas vezes me sentei ao seus pés e o encarei.
Ele mexia freneticamente em seu celular, parecia ser um dos mais modernos que eu havia visto, assim como muitos da minha sala. Eu tinha vergonha de tirar o meu tijolo do bolso e mostrar a eles.
Fiquei encarando as minhas unhas pensando que poderia estar lá fora andando pelo pátio, talvez seria menos constrangedor que estar naquele quarto.
— Não imaginei que viesse tão cedo para a universidade. — Luke comentou ao beijar a namorada.
— Ainda bem que cheguei cedo. — Afirmou olhando diretamente para mim.
Desviei o olhar e voltei a prestar a atenção em Bryan que parecia também escutar a conversa. Revirou os olhos e fez carreta, fazendo-me sorrir. Parecia querer imitar a menina emburrada ao lado.
— Já se apresentou para a Yanni? — Perguntou colocando uma regata. — Talvez ela venha estudar aqui ano que vem.
— Fiquei sabendo. — Deu de ombros.
— Selena pode ser um pouco ciumenta às vezes. — Contou, e fingi não escutar.
Não demorou muito para que eles estivessem aos beijos. Bryan rapidamente levantou-se e calçou o par de tênis. Vestiu uma camisa preta e pegou uma chave em cima da pequena cômoda ao lado de sua cama.
— Vem. — Me chamou. — Vamos dar uma volta.
Quase corri de animação por estar saindo daquele cômodo. Caminhamos lado a lado em silêncio até nos depararmos com uma moto preta.
Olhei para ele e para moto diversas vezes até entender o que iríamos fazer.
YOU ARE READING
O Campeonato (AMOR EM JOGO)
Teen FictionYanni é a filha mais velha entre três meninas. Com seus dezessete anos o seu único sonho é passar oficialmente para o time de futebol da sua futura universidade. O grande problema é ser filha de pais extremamente religiosos que colocam sempre em ri...