Uma nova sereia

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   Lydia se livrou de sua mochila, jogando a mesma sobre o sofá e seu corpo ao lado. Tinha alguma coisa errada com seus pensamentos, não parava de pensar em James sem camisa.  A jovem não entendia muito bem como as coisas funcionavam em sua nova escola, mas conhecia caras babacas de longe e o popular era exatamente isso, um clichê que obviamente liderava o time de Lacrosse e mandava em toda School Magic. 

    Dorota surgiu dentro de seu avental limpo, seus lábios sorriam com uma ótima recepção para a menina, que havia chegada da escola exausta.

    - Fiz o seu bolo de chocolate favorito senhorita, com muito chocolate. - contou a empregada, com a expressão gentil. 

    - Obrigada, Dora. - agradeceu com carinho e educação. - Eu já vou lá me servir. Aposto que está delicioso.

    Ainda com um sorriso, a mulher acenou e se retirou do ambiente, deixando a menina sozinha com seus pensamentos, mas não por muito tempo... Seu pai entrou na sala pisando firme, parecendo irado.

    - Não acredito que se meteu em uma briga na sua primeira semana de aula! Qual o problema com você?

     - Não foi uma briga. - bufou, dando de ombros e sentando corretamente no sofá ao qual estava atirada anteriormente. - Eu apenas defendi uma amiga.

      - Talvez ela não seja companhia para você. Já que se mete em confusões... - alertou o homem, ainda muito zangado e de braços cruzados.

        Completamente incrédula, a jovem encarou seu pai. Não podia acreditar no que ouvia, não podia estar recebendo sermão porque seus colegas de classe eram adolescentes desumanos.

     - Luce é uma ótima companhia! - gritou com rebeldia, erguendo seu corpo. - Você não tem o direito de sumir por meses e voltar querendo decidir com quem eu devo ou não andar. -Ela afastou-se do homem com a intenção de lhe dar as costas e seguir rumo a cozinha.

     - Eu sou seu pai, mocinha! - lembrou com uma voz de poucos amigos, Léo não costumava ser muito sério, mas quando resolvia se irritar...

    Aquelas palavras adentraram por seus ouvidos e atingiram seu coração. Lydia se virou bruscamente para ele, soltando sua mágoa e rancor:

     - Pode até ser! Mas é também aquele que me abandonou mais vezes do que eu posso contar. E apesar de amar você, não vou permitir que finja que é um bom pai. Nunca ligou para quem eu andava ou deixava de andar. E agora quer simplesmente fingir que se importa? Desculpa, mas não vai rolar.

      Havia sido um desabafo. Sim, ela guardava mágoas do homem que amava profundamente e só o fato de ama-lo não era o suficiente para esquecer das dores que a ausência constante dele havia lhe causado.

    O pequeno discurso da filha havia o levado ao seu limite, Léo ergueu seu dedo indicador e apontou para escada, dando uma ordem:

    - Vá já para o seu quarto. Você está de castigo.

    A garota o fitou com raiva, vários protestos subiram ao seus lábios mas nenhum saiu, ela acabou por desistir e bateu o pé antes de subir correndo as escadas. Quando lá chegou, atirou-se em sua cama e dormiu por pelo menos uma hora. Após seu momento de descanso, acordou com alguém sacudindo levemente seu ombro, a mão era pesada e grande. A garota olhou por sobre os ombros e reconheceu a fisionomia familiar de seu pai. Ao ver que havia lhe desperto, o homem sorriu.  Ainda muita brava, Lydia imediatamente levou as cobertas até em cima, virando-se de costas para ele e se cobrindo até a cabeça.

Teen MermaidsWhere stories live. Discover now