Cupcake encantado

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Lydia conversava com Belamy Martin de forma animada, o garoto dizia cada coisa que lhe fazia gargalhar. Mas seu coração estava um pouco apertado, estava rolando pela escola um boato de que James havia se envolvido em uma briga, e que o segundo protagonista era ninguém mais e ninguém menos do que Nolan. Os amigos de ambos também estavam envolvidos, mas ninguém sabia exatamente o motivo. O sino já ia bater para dar início às aulas e nenhum deles havia aparecido, o que deixava a escola inteira em uma mútua aflição, todos estavam ansiosos para vê-los, mas tentavam disfarçar conversando no pátio.

  Tudo aconteceu tão rápido e aleatoriamente, a limusine de James Alves encostou e ele pulou para fora do veículo. Literalmente em câmera lenta, Lydia girou sua cabeça para encara-lo, assim como os outros alunos, ele era novamente o centro das atenções. Como em uma perfeita cena de filme, o galã desceu e deixou seu olho roxo visível, o lábio com um pequeno ferimento, não parecia ligar para aquilo. Sabia de seu poder e de sua autoridade.

  O coração da sereia apertou, ela tentou não transparecer o quão vê-lo ferido havia lhe ferido, mas falhou, pois assim que o garoto passou com seus amigos lhe seguindo fielmente, ela foi atrás, o seguindo. Os outros adolescentes o acompanharam até aonde conseguiram, mas nenhum se atreveu a chegar mais perto. Ele era temido, e respeitado. Mas ela não o temia e não o respeitava.

  - James. - o chamou após alguns segundos o seguindo dentro da escola. Ele parou a alguns passos de distância, dispensou seus amigos e quando ficaram só eles dois no corredor, virou para fita-la.

  - O que você quer? - perguntou com  rispidez, os olhos azuis mergulhados nos esverdeados.

  - Você machucou Nolan? Aonde ele está? - ela perguntou séria, mas seu coração estava tão dolorido ao ver ele tão machucado. Era óbvio que se James estava daquela forma, o outro deveria estar muito, muito pior. A briga deveria ter sido feia.

  - Por que acha que eu sou o errado sempre? - perguntou o garoto, parecendo magoado. Era difícil imaginar um cara problema como James, sentindo qualquer coisa menos do que presunção e amor próprio.

   - Porque você é manipulador, egocêntrico, egoísta, e mal. - disse fitando diretamente os olhos dele. As palavras escapavam de seus lábios com naturalidade. Lydia realmente o achava um ser humano horrível, tanto que se odiava por estar atraída por ele.

  - É isso o que você pensa? - ele  semicerrou seus olhos. Havia dor em suas pupilas, mesmo que o garoto não gostasse de demonstrar qualquer emoção. - Mas eu fiz isso por você, eu entrei nessa briga por sua causa! - James estava frente a frente com ela, suas palavras já não soavam baixas, e eles se peitavam. - Porque ele estava sendo a porra de um babaca ao dizer para os seus amigos o que pretendia fazer com você hoje a noite. Entendeu? O seu bom garoto estava te expondo e apostando com os amigos dele. Por isso eu bati nele. Porque eu perco a cabeça quando se trata de você... - As palavras foram morrendo nos lábios dele e o olhar duro com o qual o garoto lhe fitou, podia até faze-lo parecer cubo de gelo, mas Lydia sabia que não era verdade, ele tinha um coração.

  Por pequenos instantes as palavras dele pairaram no ar, tudo o que Lydia conseguiu foi ficar parada aonde estava, fitando os olhos azuis. Até que por fim engoliu em seco e deu dois passos para trás, se afastando. Pois o capitão estava próximo de um jeito perigoso para o seu emocional, para o emocional de qualquer garota.

  - Isso não era sobre você. Por que se importa? - ela quis saber, fazendo esforço para não demonstrar o quanto as palavras dele haviam lhe dado borboletas no estômago e acelerado seu coração.

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