Primeiro beijo

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  Todo mundo havia saído da sala, mas Lydia havia continuado lá, pois não havia guardado seus pertences tão rápido quanto seus colegas. Quando terminou de fechar sua mochila, sentiu seu celular vibrar no bolso traseiro de sua calça, anunciando uma nova notificação. Mesmo sem querer, a garota sorriu ao perceber que era uma mensagem de seu pai.

  "Olá querida, estou mandando mensagem para dizer que estou indo para Magic City com Megan e sua filha, Bella. Agora que teremos mais um integrante na família, quero que todos nós mantenhamos contato. Quero começar do zero. O que acha? Um jantar hoje a noite? Talvez possamos passar o natal todos juntos."

  Seu sorriso se fechou tão aleatoriamente quanto se abriu. Aquela mensagem havia lhe dado náusea e uma porção de sentimentos intensos, entre ele estava a raiva. Ela grunhiu irritada e chutou uma cadeira. O que diabos seu pai estava pensando? Uma família? Todos eles? Ele havia lhes abandonado mais de uma vez por conta de Megan e sua filha Bella e agora ele simplesmente queria que as garotas perdoasse, colocassem uma pedra em cima do passado e seguissem em frente? Para Lydia era revoltante.

  - Ajudou? - James surgiu na porta, parando de forma charmosa e indicando a cadeira que ela havia chutado.

Lydia sentiu mais uma vez a sensação de exposição. Estava de novo em frente a James, parada, de forma exposta. Vulnerável. Sua raiva e mágoa visível. Ele caminhou lentamente até ela, percebendo que a mesma estava em um surto. Atencioso ele foi abraça-la mas a garota recuou e começou a estapear o ar.

  - Me solta! Para! Fica longe de mim! - Ela descontava nele, toda sua raiva e frustração após saber que teria um jantar com a família que havia destruído a sua. Incluindo, uma garota que ela odiava, Bella.

  - Ei, pequena. Calma. - pediu ele, segurando os seus pulsos. Isso conseguiu conte-la. Lydia paralisou, olhando para ele com lágrimas nos olhos. O surto não era passageiro, mas enquanto olhava nos olhos dele, que exalava proteção e tranquilidade, ia se acalmando, cedendo, cooperando. - Se eu solta-la, não vai me agredir? - ele perguntou enquanto ela mantinha uma expressão doce e chorosa no rosto. De partir o coração. Parecia uma criança.

  - Não. - a menina que sempre fora durona, respondeu com uma voz triste e James soltou seus pulsos delicadamente e ainda muito relutante. Em seguida abriu seus braços e ela caiu neles, sendo amparada enquanto chorava compulsivamente.

  - O que fizeram pra você? - em seu ouvido e de forma preocupada e doce, com uma pitada de raiva, o capitão perguntou. Somente ao perceber que ela estava mais relaxada.

  - O meu pai quer que eu conheça sua família perfeita que parece um comercial de margarina. - Ela murmurou, ainda no abraço dele. Sua voz boba, chorosa e infantil, fez James soltar uma risada, encantado com a menininha que se escondia dentro daquela mulher forte, durona e determinada. - Não tem graça, James. - choramingou.

  - Tudo bem, pequena. - ele riu ainda mais, sem conseguir se conter. Ainda sentindo o cheiro viciante dela. - Por que isso é tão ruim? Talvez você devesse dar uma chance para ele e para a família dele. Um recomeço. Ano novo. Vida nova.

  - Não... - negou freneticamente sua cabeleira castanha balançado de um lado para o outro. Ela afastou seus rostos mas as mãos dele continuava em torno de seu corpo. Suas íris estavam magoadas. - Eu não posso, você não entende....

  - Por que não? Me explica. - Sua pergunta havia soado séria, ele lhe desestabilizou inteira quando fitou-a com seus olhos azuis. Parecia que saber aquela resposta, daria a ele mais uma pista para completar o enigma que era Lydia Paker.

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