Num tempo antiquíssimo, do qual a mente dos homens só alcança poucos vestígios, um desolado e poderoso mago desejou uma terra de criatividade e sábios letrados; uma terra onde a magia das palavras e dos livros eram a seiva de toda a vida.
O Arquimag...
Certa vez, um Arquimago antigo, chamado Primus, peregrinou pelos locais mais remotos do mundo à procura de respostas para seus intensos questionamentos. Em seu âmago, ele se sentia desolado, pois, os homens não se atraíam pelos escritos dos grandes sábios, apenas cultuavam as riquezas supérfluas. Angustiado e desacreditado no aprendizado da humanidade, o poderoso mago viajou em busca de um último feito que poderia trazer-lhe ao menos uma ínfima alegria.
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Primus navegou por mares e oceanos desconhecidos em um pequeno barco a velas, até que encontrou uma região de águas escuras nos confins do mundo. Ali, flutuando sobre águas solitárias, sentiu o coração pulsar com veemência, lhe agitavam batimentos de esperança em criar um lugar onde seus habitantes tivessem sede de conhecimento assim como ele.
Livros, pergaminhos, papiros, grimórios... Não importava qual material lhe presenteasse com erudição, Primus sempre se orgulhara do saber que as letras transmitiam, como a história, as conquistas e a cultura de um povo e seus principais ensinamentos.
Nas águas tranquilas, o barco do mago oscilava, suavemente. Mas ele não se importou, pois segurava o seu poderoso e temido Libro Vitae. O sábio contemplou a capa branca livre de adereços e suspirou, pois sabia o que lhe custaria esse sonho excêntrico. Sem pressa, o velho mago ajeitou a túnica branca e apertou o cajado nos dedos calejados, olhou firmemente para o horizonte escuro e suspirando novamente, liberou uma pequena energia de sua magia e o livro flutuou à sua frente.
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– Aqui tens o exórdio do meu anseio. E aqui criarei um continente e lhe darei o nome de Literatus, uma terra destinada à escrita e à leitura. Como criador, desejo que esta obra seja contemplada e abrigue homens questionadores, aqueles que se fartarão com o poder das palavras e do conhecimento. Como um mago tão antigo quanto essas águas que me cercam, abdicarei de uma vida imortal por um sonho grandioso. Literatus, que minha magia lhe conceda grandes virtudes e benevolentes conquistas!
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