06 - Você tem meia hora pra mudar a minha vida

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música do capítulo: vambora - Adriana Calcanhotto (de novo porque sim <3)

*POV: Clarice*

A quarta-feira chegou. Hoje eu voltava pro Brasil. Na terça, passei o dia arrumando o resto das minhas malas e hoje, decidi passar o dia com minhas amigas, Emma e Amanda. Ontem mal tive tempo pra pensar na minha situação com Otávio, porém, já previa o dia de choros que seria hoje. Pelas despedidas e pela provável "não-despedida". Pela manhã, elas passaram na minha casa e fomos tomar nosso pequeno almoço (é como chamam o café da manhã em Portugal!) na Padaria Portuguesa.

A: E aí, amiga? Como está esse coração, hum?

C: Ai, amiga, ontem eu até que gostei de arrumar as malas pra esquecer tudo, hoje, vou adorar nosso dia mas confesso que estou pensando tanto...

E: Dá pra perceber...

A: Queria lhe dizer isso da melhor forma possível, mas já que não encontrei essa melhor forma: ele não levantou da mesa pra lhe impedir, ele não te procurou até agora, ele nem se quer te entregou tuas coisas pessoalmente... sinceramente, amiga? Vai doer muito agora, mas depois passa e eu acho que vai ser melhor assim.

C: No fundo, eu sei disso, amiga. Mas a dor que tá agora tá doída demais pra eu fingir que não é comigo. Mas eu tava mesmo precisando escutar essas coisas...

E: Vamos esquecer por um instante, vamos? Ninguém tá aqui pra falar dele! Vamos fazer as coisas que gostamos, afinal, depois de hoje, a gente nem sabe mais quando vamos nos ver.

C: Concordo! - sorri

Passamos o dia andando por Lisboa, almoçamos num dos melhores restaurantes, na minha opinião, e à tarde, fizemos nosso passeio preferido: fomos à Belém, visitamos a Torre e o Mosteiro dos Jerónimos e finalizamos com um brunch no Pastéis de Belém. Divino! Eu ia sentir muita, muita saudade de Portugal, principalmente porque o Brasil passava por tempos não tão bons, mas apesar de tudo, eu amo meu país e sentia muitas saudades do calor do Rio, das praias, e principalmente das pessoas calorosas e receptivas. E claro, da minha família! Os momentos que vivi aqui eu vou levar sempre comigo, mas agora, minha família precisa de mim e eu sempre a coloco em primeiro lugar.

Quando a noite caiu, Emma e Amanda foram pra casa e eu voltei pra minha. Combinamos que elas iriam me deixar no aeroporto e eu passava lá antes de irmos.

Às 19h30 pedi o táxi, que demoraria 10 minutos. Fiquei aguardando na sala e observando cada detalhe daquele lugar que foi meu lar durante um ano. Almejei voltar logo, mas também pedi que o melhor fosse feito. O melhor pra mim e pra meus pais. Lembrei de tudo que vivi com Otávio aqui: nossas noites de amor, nossos jantares, cafés da manhãs, conversas, cigarros, vinhos... tudo tão minimamente guardado com todo amor do mundo no meu coração.

Quando dei por mim, o táxi já buzinava na porta do prédio, desci com as malas, o taxista me ajudou a colocá-las no carro e seguimos caminho. Passei antes na casa das meninas, as busquei e seguimos caminho para o aeroporto. Chegando lá, era 20:05, fui ao balcão da companhia realizar meu procedimento de pré-embarque e aguardei, conversando com minhas amigas, na sala de espera.

C: 20:30...

A: Clarice, pare de olhar no relógio! Assim você me deixa mais triste!

E: Pelo menos você também é brasileira, pode ir visitá-la mais fácil...

C: Não façam isso comigo! Não tornem esse momento mais difícil do que ele já é... - abracei minhas amigas e choramos juntas. Amanda enxugou minhas lágrimas

Lembra de mimWhere stories live. Discover now