07 - Fiz um tipo de aborto e, por fim, nosso caso acabou, está morto

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música do capítulo: bilhete - Ivan Lins (mas deixo pra vocês com Fafá de Belém, acho incrível a interpretação dela nessa música e é mais a cara do capítulo!)

*POV: Clarice*

Ao chegar no Rio de Janeiro, Jonas, o motorista de minha família me esperava no aeroporto.

C: Oi, Jonas! Tudo bem com o senhor? - nos abraçamos, ambos com um sorriso no rosto

J: dona Clarice! Quanto tempo! Tá tudo indo por aqui, e você? Parece que está mais bonita! - Jonas segurou o carrinho de minhas malas e saímos em direção ao carro

C: Jonas, por favor, me chame apenas de Clarice! Tudo indo também! E papai? Como está? - a expressão de Jonas mudou, ficou mais sério

J: Eu queria muito dizer o contrário, viu, do... aliás, Clarice! Seu pai não tá muito bem não...

C: O hospital que ele está é aqui perto? Quero ir direto pra lá!

J: A senhora não prefere passar em casa antes? dona Ana pediu que passássemos em casa primeiro, assim, você deixa suas malas, descansa, come, e depois vai pra lá. - Chegamos no carro, ajudei senhor Jonas a colocar minhas malas no carro, entrei na porta traseira e ele entrou na do motorista.

C: Eu prefiro ir direto para o hospital, mamãe está lá? Eu não estou cansada! Além disso, quero ver logo meu pai.

J: Então, vamos pro hospital...

Era um dia lindo de sol no Rio de Janeiro, por um milagre, não fazia tanto calor, estava um vento gostoso e o céu estava incrivelmente azul. Como eu senti falta dessa cidade! E principalmente desse povo caloroso! Passando pelo Flamengo, no rádio tocava Tom Jobim. Nada mais a cara dessa cidade! E de mim! Rio, seu mar, praia sem fim, Rio, você foi feito pra mim... Chegando no hospital, desci do carro e pedi que Jonas fosse deixar minhas malas em casa. Informei na recepção o nome de meu pai, apresentei meus documentos e a moça pediu que eu lhe acompanhasse, fomos até a porta do quarto que meu pai estava, ela bateu e me deixou entrar. Entrei em silêncio, papai estava dormindo e mamãe velava seu sono numa cadeira ao lado da maca, mas logo levantou-se e veio até mim.

A: Minha filha! Que saudade! - mamãe me deu um abraço apertado e começou a chorar

C: Eu também, mãe. Tanta! - chorei junto e sorri pra ela

Nos aproximamos juntas da cama de papai, dei um beijo na testa dele e deixei cair uma lágrima. Ele mexeu um pouco a cabeça, temi que o acordasse.

C: Como ele está, afinal? - olhei pra minha mãe ainda com os olhos cheios de lágrimas

A: Ele teve uma melhora considerável hoje, filha. Os médicos falaram que com sua chegada talvez ele continuasse melhorando e pudesse passar o final de semana em casa. - Meu pai acordou e sorriu assim que me viu

M: Filha! - ele fez como se fosse levantar os braços pra me abraçar

A: Cuidado, Marcelo! A agulha pode fugir do seu braço.

C: É, não levanta muito o braço. - fui pra mais perto dele, que estava com uma máscara respiratória, para que ele não fizesse tanto esforço no braço - Como você está, papai? Senti tantas saudades!

M: Eu vou ficar bem, Clarice. Logo você vai poder voltar e fazer sua faculdade novamente, tá bom?

C: Que isso, pai. Não vamos nos preocupar com isso, certo? Pelo menos não agora. Vamos cuidar de você, sem pressa, e aí, tudo vai ficar bem!

Lembra de mimWhere stories live. Discover now