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Nancy Carter

Foi uma péssima ideia, pensei. Eu pensei nisso por várias vezes no momento antes de entrar naquele quarto em que o mesmo estava completamente distraído. Eu imaginei ele muito zangado me dando fora e imaginei dele dizer um “tudo bem” com a sua gentileza e o seu sorriso carismático, mas tudo o que acontece sempre é o contrário.

Thomas simplesmente estava muito irritado com tudo e tive certeza de que eu seria a última pessoa do mundo em que ele queria ver naquela hora. Parecia irritada com a sua atitude, mas saí sentindo tudo de mim relaxar internamente de uma forma imediata. Todavia, me senti mais triste por ter ouvido “você já fez o suficiente no passado, além de destruir tudo o que eu sentia por você.” saindo de seus lábios e me observando com desprezo para mim.

Fui andando pelos corredores até chegar na recepção, onde entreguei o meu crachá de visitante e saí do hospital, entrando no carro onde Nick comia batata frita.

— Como foi, mana? — Indagou de boca cheia.

Eu não falei nada, por causa do choro que veio de vez e sentindo um nó na minha garganta.

— Nancy, tenha calma. — O loiro deixou o pacote de batatas em cima do porta luvas e ficou olhando pra mim. — Ele foi rude contigo?

Assinto tentando enxugar as minhas lágrimas teimosas. Comecei a soluçar e o meu irmão deu o seu ombro, me abraçando apertado logo em seguida.

— Eu ainda o amo muito, Nick. — Digo ainda soluçando. — Mas eu sei de que ele não me quer de volta.

— Nancy, o Brian só pode estar com sentimentos negativos a flor da pele. Eu sei de que ele nunca seria assim com alguém e—

— Ele foi assim com todo mundo que viu ele hoje, Gene! — Retruco o empurrando. — E-eu nem imaginaria que o Brian seria tão ruim comigo como foi hoje, você não tem ideia do quanto as palavras que ele disse me matava por dentro!

Nick ficou olhando pra mim chateado e pôs o cinto, ligando a ignição do carro. Eu só queria que ele me levasse pra casa naquele exato momento para eu me trancar no quarto e ficar chorando com a cara enterrada nos lençóis.

Mas eu não desisti daquilo.

Às vezes eu queria ter esse otimismo do Nickolas para criar as esperanças que já se foram há poucos minutos. Fiquei pensando se o Brian falou pra mim era mentira o tempo todo, saber que ele sente muito pelo que falou, que sente a minha falta... mas eu sabia de que se ele falasse isso pra mim, seria uma grande e uma má mentira. E isso tudo foi simplesmente a minha culpa, por isso, pretendo reverter tudo e provar a ele que fui muito bem enganada pela Sophia Dogder.

No dia seguinte, que era um sábado ensolarado, fui acordada pelo Aaron e esse daí me acordar tem motivo aí.

— Oi, Aaron. — Me viro para ver o caçula que estava sentado na beira da cama. — Que foi?

— A mãe do Brian ligou perguntando por você. — Disse enquanto eu me sentava. — Ela disse que precisa de um favor seu antes dele chegar na casa do hospital.

— O que ela disse? — Indago coçando os meus olhos.

— Que fosse organizar as coisas dele no quarto para que tudo ficasse fácil e pra ele não fazer esforço. — Se levantou e puxou o meu cobertor. — Ela disse para você estar lá o mais cedo possível! Vamos, corre, Nancy!!

The OneWhere stories live. Discover now