— Certo, você já está ficando obcecado por esse garoto! E até agora não aconteceu nada entre vocês. Deixa o garoto em paz, Aaron. Não vê que ele não é tão fácil assim? — Anders resmungou, preenchendo milhares de documentos que envolviam as empresas que abasteciam a máfia.
— Ele é fácil. Eu dormi com ele ontem e ele nem sequer olhou torto. Eu vou conseguir tê-lo aqui, na palma da minha mão em poucos dias. — Falo, convicto. Anders me olhou, entediado.
— E depois?
— O que tem depois?
— O que vai fazer depois que conseguir levá-lo para a cama? — Dou de ombros, sorrindo.
— Aproveito o que eu quiser e depois digo que não rolou. Pronto. Fim de história. — Falo, risonho.
— Não sei não, Aaron. Ele nem faz parte da máfia. Se ao menos fosse uma dessas filhas dos capos loucas por um casamento, bem, seria mais fácil. Mas e se ele te descobrir?
— Ele não vai descobrir! Eu desliguei meu carro e ele acreditou na desculpa esfarrapada de que estava quebrado. Como ele vai imaginar que comando uma máfia inteira?
— Quem pouco fala, muito pensa. Ele é jovem, inocente, mas é muito inteligente. Não o subestime. — Reviro os olhos, suspirando.
— Ele não vai descobrir, ok? E se descobrir, eu o mato. Pronto. — Anders me olhou.
— O mata?
— Claro! Primeiro o levo para a cama e depois o mato, caso ele descubra.
— E se não descobrir?
— É um interrogatório? — Rebato e ele bufa.
— Eu só estou tentando abrir seus olhos, Aaron! O garoto nem deve saber o que é sexo, não faz parte da máfia e tudo que ele quer na vida é ficar trabalhando dentro da porra de um hospital porque acha legal ajudar pessoas. Acha mesmo que um garoto como ele combina com você?! Ele merece ser feliz e encontrar alguém que o vá levar a sério de verdade! — Bato a palma da mão na mesa, o assustando.
— Ele não vai ser de mais ninguém a não ser eu! Ouviu bem?!
— Você já está obcecado por esse garoto! E quando tudo isso der merda, não venha correndo atrás de mim para resolver os seus problemas de gente sem juízo! — Rebateu, saindo do escritório. Bufo, irritado. Anders faz parte de uma máfia e mesmo assim quer sempre bancar o justiceiro.
Cômico!
Ouço baterem na porta. Anders jamais seria, já que ele nem bate na porta, simplesmente invade.
— Entre! — Ordeno, tentando manter minha calma. E toda a raiva que sentia vai embora ao ver Emílio entrando em meu escritório. Tão fofo com aquele uniforme de enfermeiro e os cabelos meio bagunçados; a boca rosada e aqueles olhos tão maravilhosos por detrás dos óculos de grau.
— Bom dia, senhor. — Cumprimentou, corado.
— Já disse para me chamar de Aaron. — Ele assentiu, meio incerto.
— É que estamos no ambiente de trabalho, então... Bem, eu... queria fazer uma pergunta.
— Quantas quiser.
— Por que me mandou todas aquelas coisas? — Questionou, o que me fez sorri.
— Eu quero te ver saudável.
— Eu agradeço muito pela gentileza, senhor. Mas é que eu me sinto mal por isso. Não quero que pense errado de mim. Eu deixo tudo vazio porque como pouco, ou tenho preguiça e ir no mercado... Mas eu consigo me virar. Não precisa gastar comigo. — Por todo o tempo que ele falava, eu fitava sua boca se movendo, me levando à fantasias insanas que eu queria fazer com ele. Entre elas, jogá-lo sobre minha mesa e marcar seu corpo inteiro.
Inconscientemente, vou até ele, o deixando contra a porta e empurrando uma mecha do seu cabelo para detrás da orelha. Porra, ele era tão lindo!
Emílio estava parado, confuso, segurando firmemente sua prancheta.
— Como você faz isso? — Murmuro, fitando seus olhos violetas. Ele ergueu um pouco o olhar, mais confuso ainda.
— Isso o quê, senhor? — Fecho os olhos, respirando fundo. Aquela voz doce parecia uma praga do inferno que insistia em me tentar.
— Esqueça. Nada. Mas eu só quis fazer uma boa ação. Não foi minha intenção te constranger. Eu gosto de te ajudar. — Ele sorriu, assentindo.
— Tudo bem. Mas eu posso fazer isso. Só... quero agradecer pela gentileza.
— Não me agradeça. Foi de coração. — Ele sorriu, assentindo.
— Eu sei que sim. Bem, eu preciso voltar ao trabalho, mas... obrigado novamente. — Apenas assenti, e ele saiu do meu escritório. Por pouco não perco o controle!
No horário do almoço, resolvo sair daquele hospital e ir realmente fazer o que importa. A máfia era bem mais importante e alguns espanhóis estavam me dando uma certa dor de cabeça. Ao passar pelo restaurante, paro ao ver Emílio acompanhado de Paulo, um dos doutores do meu hospital. Ambos riam e trocavam olhares.
Fui consumido por uma raiva incomum, que me fez mudar meu caminho e ir rapidamente até eles, segurando o pulso de Emílio, o fazendo parar de andar.
— Oh, senhor? — Emílio questionou, assustado.
— Vamos, Emílio! — Praticamente ordeno, irritado.
— Para onde...?
— Nós só vamos almoçar, Aaron. — Paulo falou, o que me fez o encarar com sangue nos olhos. Eu poderia matá-lo facilmente se Emílio não estivesse aqui.
— Não vão mais! Preciso de você agora, Emílio. — Falo, não dando tempo para ele responder, o puxando até o meu carro. Ele me acompanhou, totalmente perdido.
— Senhor...? O que eu fiz? — Questionou, ofegante pela correria. O empurro contra a lateral do carro, o encurralando, mantendo nossos rostos quase grudados.
— Você me deixou com ciúmes, Emílio. E eu não gosto disso.
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NOSSO PERFEITO CLICHÊ - Máfia Negra (Romance Gay)
RomanceUm clichê não tão clichê assim... PLÁGIO É CRIME!! CRIE, NÃO COPIE :3