O VERDADEIRO LADO DELE

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Eu não podia acreditar

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Eu não podia acreditar... Emanuelle? Minha mãe? Como isso podia acontecer? Meus pais nunca me disseram nada. E ainda estou digerindo essas informações. Parece que meu mundo se destruiu completamente. Tudo parecia tão perfeito, e de repente... tudo se escureceu.

Eu estava me apaixonando por ele... Não. Eu já estou apaixonado por ele, por Aaron. Mas descobrir que as duas pessoas que mais me importam fazem parte de organizações criminosas, me deixou aterrorizado. Eu não sei como iria lidar com isso. E Aaron pareceu ser um homem tão bom. Na máfia... eles matam pessoas, não matam?

Bem, eu não quero saber. Estou com medo. Estou com raiva. Eu me entreguei a Aaron. Estava dormindo com um bandido e nem sabia disso. E se ele me matasse? Se ele me machucasse? Agora entendo o motivo de toda aquela segurança exagerada na casa dele.

Me encosto em uma parede, de uma rua qualquer, deslizando minhas costas até acabar sentado no chão, deixando as lágrimas correrem livremente pelo meu rosto.

— Hey, criança. Não deveria andar sozinho por essas bandas... — Dois homens me cercaram, e um deles pousou a mão em minha cabeça, com um sorriso estranho e nada amigável. Me levanto, enxugando minhas lágrimas.

— Não sou criança. E já estou indo embora... — Murmuro, fazendo menção de sair, mas um deles me empurrou contra a parede, me olhando bravamente.

— Não vai para lugar nenhum, seu filho da puta! — Exclamou, me assustando. — Antes, vai ter que agradar nós dois, gracinha. — O homem debochou, tocando meu rosto com sua mão áspera. Comecei a chorar ainda mais, tentando sair dali, mas eles não deixavam.

Até que tudo parou ao soar de dois tiros. Gritei de susto, sentindo sangue espirrar em meu rosto. Logo vejo aqueles dois homens caídos na minha frente, pelo local dos tiros, provavelmente mortos. Olho para frente, com o coração disparado, e vendo Aaron armado, com o olhar fixo e sério.

Ele matou... duas pessoas...

— Emílio... — Aaron murmurou, e logo cubro meu rosto com as mãos, pensando que eu seria o próximo. Passaram-se longos segundos, e logo sinto ele me puxar para um forte abraço, me deixando surpreso. — Eu jamais te machucaria, Emílio. E eu sei que você sabe disso. — Ditou, me apertando mais forte em seus braços.

Mordo o lábio inferior, negando com a cabeça e o empurrando. Ele me olhou, parecendo confuso por minha atitude.

— O que quer de mim? Eu... eu não tenho nada a oferecer. — Murmuro, me afastando um pouco. Aaron suspirou, me encarando.

— Eu só quero estar com você, Emílio. Nada mais. Sei que é um absurdo para você tudo que dissemos. Mas nascemos nisso, e não tem como sair. E se quer saber, eu não quero sair. Alguma vez eu já levantei a mão para você? — Nego com a cabeça, confuso e perdido. Não sabia o que pensar, mas sabia que isso não era certo. — Então, baixinho? Eu quero te proteger. Cuidar de você...

— Não! — Exclamo, em meio aos soluços. — Isso não é certo. É perigoso. Como pôde mentir para mim?

— Porque eu sabia que você ficaria assim! — Exclamou, agarrando meus braços e me colocando contra a parede. Me encolho, assustado.

— E resolveu me levar para sua casa mesmo assim?!

— Emílio... — O empurro, me afastando.

— Eu preciso de um tempo... Um longo tempo. De você... e de Emanuelle. — Falo, me afastando. Ele tentou falar algo, mas virei às costas, voltando para minha velha e simples casa, aos prantos.

. . . .

Acordo um tanto quanto perdido, olhando em volta e vendo que estava em meu quarto, na minha cama. Só depois de algum tempo, lembro do dia anterior, da decepção que Aaron me causou. De descobrir a verdade sobre minha existência.

Pego meu celular, vendo incontáveis ligações e mensagens, tanto de Aaron como de Emanuelle. Ambos me disseram que iam me dá o tempo que fosse para eu perdoá-los e procurá-los. Ignorei as mensagens, deixando o celular de lado e indo para o banheiro.

Por que eu iria procurá-los?! Me enfiar no meio de assassinos? Isso é assustador só de pensar. Bem... Emanuelle não parece ser alguém que me faria mal... ela foi tão gentil comigo. E agora eu sei que... que ela é a minha mãe. E isso é muito estranho. Muito estranho mesmo pensar nisso. E Aaron... ele me proporcionou tantos momentos bons e intensos que jamais vou conseguir esquecer. Afinal, minha primeira vez foi com ele.

E pensar nisso só me irrita ainda mais!

Balanço a cabeça, tentando não pensar mais nisso e muito menos nele. Visto uma roupa qualquer e logo avisto meu comprovante de inscrição na faculdade medicina. Felizmente eu planejava isso há um bom tempo, então entrei com bolsa de 100%, já que havia feito um vestibular antes, justamente pensando no meu orçamento que não existe.

Minhas aulas começavam na próxima semana, e eu queria arrumar um emprego, mesmo que não fosse da minha área. Por mais que eu tivesse a bolsa de 100% na faculdade, eu não poderia viver do vento. Precisava me alimentar e pagar as contas. Resolvi parar de ser exigente e procurar qualquer emprego que fosse. Tanto o trabalho como os meus estudos iriam me distrair dos problemas, ao menos por um tempo.

Ao ver meu livro de medicina em cima da mesinha de centro, lembro do motivo por querer exercer nessa área. Pelas pessoas. Por um mundo melhor. Curar os doentes e ver aqueles sorrisos de agradecimento dos pacientes. Ter compaixão por cada um. Por amor ao próximo.

E pensar que Aaron e Emanuelle são os tipos de pessoa que fazem do mundo um lugar violento me deixa sem chão, sem saber como agir. Não é com essas pessoas que quero ao meu lado, ou ao menos...

Ahgr... Eu não sei mais o que pensar. Estou tão confuso...

NOSSO PERFEITO CLICHÊ - Máfia Negra (Romance Gay) Where stories live. Discover now