Suspiro, um tanto quanto cansado de esperar. Aaron havia saído um bom tempo e até agora não voltou. Pela primeira vez eu me sentia inseguro, mas não sei exatamente o porquê. Eu só queria está com ele agora e ouvir suas palavras de conforto.
Ouço a porta da entrada ser aberta, e eu corro até a sala, achando ser Aaron, mas meu sorriso se desfaz ao ver que era o amigo dele.
— Você de novo? — Questionou, se aproximando de mim e me olhando da cabeça aos pés. — Onde está Aaron?
— Ele... saiu. — Falo, um pouco receoso. Eu sabia que Aaron não me machucaria. Mas eu não conhecia suas amizades.
— Já que ele saiu, podemos conversar? — Questionou, mas aquela pergunta soou mais como uma ordem. Ele se encaminhou até o sofá, se sentando no mesmo e me olhando sugestivo. Respiro fundo, me sentando no sofá de frente para ele. — Emílio, certo? O que você espera de Aaron? — questionou, me deixando confuso.
— Como assim?
— Aaron é o Capo da Máfia. Você aceitou isso? — Assenti, permanecendo em silêncio. — Você por acaso conhece as regras da Máfia? Aaron tem que se casar com alguém que lhe dê herdeiros, e que tenha o sangue da Máfia. Emílio, você só irá se machucar ainda mais estando com ele.
— Ele não disse nada disso... — Murmuro, contrariado.
— Eu sou o melhor amigo dele, Emílio. Aaron me conta tudo. E sabe qual era o plano dele no começo de tudo isso? Apenas te levar para a cama e te descartar quando ele se cansasse. — Me levanto rapidamente, o encarando desacreditado.
— Aaron nunca faria isso comigo! — Ele suspirou, se levantando.
— Ele já fez com muitos. Por que você seria diferente? Agora que encontrou sua mãe, deveria viver com ela, antes que se machuque ainda mais. Aaron não ama e nunca vai amar você, Emílio. É só uma diversão. — Ditou, saindo em seguida.
Sinto as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Isso... isso não pode ser verdade.
Subo para o quarto, arrumando minhas malas o mais rápido possível. Eu não poderia continuar ali. Estava confuso e triste. Aaron foi capaz disso? Ele não iria só brincar comigo... iria?
— O que está fazendo? — Me assusto quando Aaron entra no quarto, minutos depois, me olhando seriamente. — Por que está chorando?
— É verdade que você só está brincando comigo?! — Questiono, vendo ele me olhar confuso.
— Emílio, do que diabos você está falando?!
— Seu amigo me contou! Ele me disse que você só queria se divertir comigo. Até quando iria com isso?! — Exclamo, aos prantos. Aaron suspirou, passando a mão nos cabelos.
— Anders, seu filho da...! — Resmungou, me olhando em seguida. — Emílio, eu não estou brincando com você. Ao menos... não mais.
— O que quer dizer?
— Acha que se eu estivesse te enganando eu faria tudo isso por você?! Eu quis matar o meu próprio irmão só pelo o que ele fez com você! Emílio, para de acreditar no que todos te dizem! A minha palavra não é o suficiente para você?! — Exclamou, agora irritado. Choro ainda mais, não sabendo mais em quem acreditar. Até Emanuelle me alertou sobre ele. Eu sinceramente não sabia mais em quem acreditar.
— Eu estou no escuro, Aaron! Não entendo nada dessas regras idiotas da Máfia. E muito menos o tipo de pessoa que fazem parte dela!
— “Tipo de pessoa”? — Aaron sussurrou, me encarando descrente. — O que está querendo dizer, Emílio? De que tipo está falando? Afinal, eu também faço parte da Máfia, mais do que qualquer um aqui! Anda, fala! — Exclamou, mas eu me calei, abaixando o olhar.
— Eu... acho melhor passar uns dias com Emanuelle... — Murmuro, cabisbaixo. Aaron suspirou, passando a mão no rosto nervosamente.
— Faça o que quiser. Não vou te impedir. — Ditou, saindo do quarto e batendo a porta com força.
Merda...
De qualquer forma, resolvo pegar minha mala e sair dali. Meu peito doía como o inferno, mas o que eu poderia fazer? Mesmo se eu ficasse, ainda assim ficaria um clima estranho entre nós.
Saio da mansão, mas acabo sendo barrado por dois seguranças.
— Senhor, entre no carro. — Um deles pediu, mas acho que não aceitariam se eu recusasse.
— Por quê? — Questiono, e logo um deles pega a mala das minhas mãos, a colocando no carro.
— Iremos deixá-lo em segurança. Ordens do capo. — Ditou, o que me fez suspirar em desistência. Entro no carro, olhando pela janela a mansão. Aaron nem sequer havia vindo me ver, ou ao menos tentar me impedir de ir embora.
Estou tão confuso...
Assim que chegamos, Emanuelle foi a primeira a sair de sua mansão, com uma arma em mãos. Talvez por reconhecer o carro que pertencia a Aaron.
O motorista a ignorou, descendo do carro e abrindo a porta para mim. Assim que me viu, Emanuelle sorriu, guardando a arma e correndo até mim, me abraçando fortemente.
— Meu menino! Que surpresa boa! — Exclamou. E então comecei a chorar copiosamente, a abraçando mais forte. — Meu amor... o que houve?! O que aquele desgraçado te fez?!
— Não quero falar disso agora... eu posso ficar aqui? — Peço, choroso. Ela sorriu, enxugando minhas lágrimas.
— Oh, meu pequeno. Que pergunta é essa? Claro que você pode. Vamos entrar. — Chamou, pegando minha mala e me levando para dentro.
Passamos a noite juntos. Emanuelle me confortando enquanto eu chorava, despejando todos os sentimentos ruins.
Eu não queria ficar longe de Aaron.
Mas ele queria ficar perto de mim...?
VOCÊ ESTÁ LENDO
NOSSO PERFEITO CLICHÊ - Máfia Negra (Romance Gay)
RomanceUm clichê não tão clichê assim... PLÁGIO É CRIME!! CRIE, NÃO COPIE :3