O QUE ELE REALMENTE QUER?

12.3K 1.1K 255
                                    

Eu estava petrificado, confuso, sem a menor noção do que dizer ou como agir

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Eu estava petrificado, confuso, sem a menor noção do que dizer ou como agir. Eu não sabia o que aquilo significava, nem o porquê ele estava agindo daquela forma. Eu estava tão confuso...

— C-como assim, senhor...? — Consigui formar uma frase concreta, com a voz trêmula de tão nervoso que eu estava. E mais vermelho que meu rosto, não existia nada.

— Estou com ciúmes, Emílio. Entendeu? Não quero te ver com outros homens. Ou você gosta do Paulo? — Questionou, me deixando mais perdido ainda. Mordo o lábio inferior, não sabendo o que dizer. O que ele queria que eu dissesse?

— Eu... eu gosto... O doutor Paulo é um bom amigo... — Murmuro, me sentindo pressionado. Aaron se aproximou mais de mim, com seu rosto quase grudado com o meu, o que me deixou ainda mais pressionado contra o carro.

— Só como amigo? — Assenti, o olhando, confuso.  — E se eu te dissesse que você é meu? Que eu te quero somente para mim? — Perco a capacidade de falar, o olhando sem entender. Porém, não consigo manter contato visual por muito tempo, e logo abaixo a cabeça, me sentindo envergonhado e sem jeito. Mas Aaron segurou meu queixo, erguendo meu rosto e me obrigando a olhá-lo. — Já beijou alguma vez?

— Sim... No rosto. — Comento, o vendo sorri.

— E se eu te beijasse agora? Você se importaria? — Eu não estava entendendo nada, mas ele estava querendo ser meu amigo, não era? Como a Helena. Então assenti, o olhando. Ele sorriu novamente, erguendo meu rosto com a ponta dos seus dedos, e para a minha total surpresa, ele colou seus lábios nos meus, me fazendo arregalar os olhos, espantado. Mas não me movi. Estava em choque demais para mover um músculo sequer. Logo ele cessou o beijo, se afastando e me olhando com curiosidade. Mas eu permanecia imóvel. Levo a ponta dos meus dedos para meus lábios, os tocando levemente, desacreditado.

— Está tudo bem? — Questionou. Apenas balancei a cabeça em afirmação, não conseguindo falar. — Certo. Entra no carro, eu vou te levar em um bom restaurante. — Diz e logo acordo para a realidade, o olhando.

— Hm... N-não precisa, eu... eu trouxe minha comida... — Falo, ainda atordoado. Mas ele ignorou, abrindo a porta do carro e indicando que eu entrasse. Sem escolhas, entro no veículo. Aaron sorriu, dando a volta no carro e entrando no banco do motorista. Aaron se inclinou para o meu lado, o que me fez ter um leve pulo de susto. Ele sorriu, puxando o cinto de segurança e colocando em minha volta. Logo se ajeitou, dando a partida e seguindo por uma rua na qual eu não conhecia.

Olho pela janela, vendo uma rua cheia de shoppings dos mais prestigiados do país e locais de entretenimento, na qual eu certamente nunca iria pôr os pés dentro, já que eles cobravam uma fortuna nesses lugares.

Me assusto ao sentir uma mão tocando minha coxa. Olho para Aaron, que apenas me enviou um sorriso, dando um leve aperto em minha coxa. Suspirei, não sabendo ao certo o que fazer. Nem sei o que estava acontecendo realmente. Minha mente estava uma completa bagunça.

Logo Aaron estacionou em frente a um enorme restaurante. Tudo era muito luxuoso e isso porque eu nem havia entrado ainda. Na verdade, nem queria. Me sentiria melhor comendo minha comida mesmo, que por sinal, estava bem farta hoje.

— Vamos. — Aaron já estava fora do carro, e agora havia aberto a porta para mim, estendendo a mão. Hesitei, mas de qualquer forma, o obedeci, pegando sua mão e saindo do carro, o acompanhando para dentro do restaurante.

— Ah, Sr. Albatroz! Que honra! — Uma mulher nos recebeu, ou melhor, recebeu Aaron, porque acho que nem notou minha presença. Fiquei até com vergonha ao verem todos tão bem vestidos e elegantes, pois eu ainda estava com o uniforme do hospital, com algumas gotas de sangue em meu jaleco, já que hoje a manhã foi um pouco complicada no hospital e tive que auxiliar em uma cirurgia de um homem que havia sido vítima de bala perdida. Foi complicado, mas agora ele está bem.

— Mesa para dois, Ana. — Aaron falou, com um tom seco. E só então a mulher me olhou, me avaliando de cima abaixo com um olhar de desgosto.

— E ele vai entrar assim? — Questionou, insinuando minha vestimenta.

— Ah, não tem problema, eu posso voltar para o hospital, senhor... — Falo, mas Aaron estende a mão, me pedindo para ficar em silêncio. Obedeci novamente.

— Se o Emílio não pode ficar, então eu também irei embora, e faço questão de nunca mais pôr os pés neste lugar! — Intimou, deixando a mulher com uma expressão preocupada.

— Não, senhor! Tudo bem, claro que ele pode ficar. — A mulher falou, forçando um sorriso.

— Emílio, se quiser reclamar com o gerente, eu te levo até ele. — Aaron falou, chamando minha atenção.

— O quê? Não, não! Tudo bem, não foi nada. Eu entendo que ela estava seguindo ordens provavelmente, e eu não estou apresentável mesmo. Desculpa, moça. — Falo, sincero.

— Emílio, você não tem que pedir desculpas de nada! Ela que te destratou!

— Eu não me ofendi, senhor... — Murmuro. Ele suspirou, assentindo.

— Tudo bem, vamos. — Chamou, pegando minha mão e me puxando até uma mesa vaga. — Devia ser menos passivo com as pessoas, Emílio. — Aaron comentou. Dou de ombros, pegando o cardápio.

— Eu não me importo, senhor.

— Já disse para me chamar pelo meu nome. — Repreendeu, o que me fez sorri sem graça.

— Desculpe. É o costume. — Abro o cardápio, e na mesma hora meu sorriso some ao ver os preços dos pratos. É uma piada, não é?

— Está tudo bem, Emílio? — Aaron questionou. Abaixo o cardápio para olhá-lo, lhe enviando um sorriso, porém, nervoso.

— Sim... eu... acho que não estou com fome. — Falo, fechando o cardápio e o deixando na mesa, longe de mim. Aaron sorriu, chamando a garçonete.

— Queremos duas porções da sugestão da casa e de bebida um vinho branco. — Disse e a mulher anotou o pedido em um Tablet, se retirando em seguida.

— Hm... Aaron eu não posso pagar... — Murmuro, envergonhado. Ele sorriu, assentindo.

— Eu o trouxe aqui, portanto, eu pago.

— É que... não me sinto bem. É muito caro... — Sussurro, tentando ser discreto.

— Não é nada para mim. Fique à vontade e peça o que quiser, Emílio. — Ditou, despreocupado. O pedido logo chegou, e mesmo morrendo de vergonha, tive que comer, já que ele também havia pedido para mim. E nunca em minha vida tinha comido algo tão gostoso!

NOSSO PERFEITO CLICHÊ - Máfia Negra (Romance Gay) Where stories live. Discover now