Minha alma está sangrando

379 43 3
                                    


— Eu nunca imaginei que você se interessaria por nosso filho, ainda mais por ser tão conservador — meu pai começou. Eu nem estava o ouvindo direito, meu corpo estava em choque. Por que logo o meu primo? Depois de tudo o que ele me fez, ele literalmente estava ali na minha frente querendo se casar comigo? Queria me fazer seu objeto oficialmente agora? — Tive muito medo de algo acontecer com ele.

— Taehyung é um ômega virgem — ele me encarou com um sorriso, seu olhar era muito mais que apenas um contato visual comum, havia uma mensagem que ele queria me passar me olhando daquela forma nojenta. Eu precisava toma uma atitude, mas meu corpo estava congelado. — Acredito que é a melhor forma de provar que os ômegas machos também podem reproduzir bem.

— Eu tenho certeza disso. Fui duro com ele esses dias — meu pai parecia tão calmo com Changyo, enquanto comigo estava quase sempre me batendo. — Mas é o estresse. Eu nunca imaginei que ele entraria no cio tão rapidamente. Será que eu deveria o levar ao médico?

— Acredito que isso seja apenas porque ele é muito precoce. Isso acontece com vários ômegas. Entrar no cio com dezessete anos está se tornando cada vez comum.

— E você, está com quando anos agora? — Minha mãe se aproximou dele tocando seu ombro e sorrindo, ela estava realmente feliz com aquela situação.

— Estou com trinta e dois. Acho que estou na idade certa de me casar.

— Você não quer mesmo fazer uma festa para comemorar?

Eles realmente estavam focados nisso. Estavam realmente focados em me casar com ele. Meus pais odiavam festas e eventos sociais, e para estarem tão interessados eles deviam estar sendo manipulados por ele, não é?

— Acho que o mais importante vai ser nosso jantar de hoje e quando eu o marcar. Taehyung e eu seremos unidos por nossas almas.

— Eu não quero sua marca... — só bastou isso para eu levar um beliscão discretamente da minha mãe. Apertei meus lábios para aguentar a dor.

— É claro que ele quer. Agora vamos jantar.

Meus pais queriam tanto me proteger e estavam me jogando para a boca do lobo. O pior de todos eles. Changyo a todo o momento durante o jantar estava tentando impressionar meus pais.

Minha mãe me deixou logo ao lado dele para que pudéssemos nos ver como um casal, isso bastou para ele ficar passando a mão em meu corpo. Senti minha alma sangrar enquanto me esforçava para mostrar aos meus pais que eu não estava incomodado com aquela situação, aqueles toques, tudo estava me machucando, mesmo que a dor não fosse física.

A hora mais dolorida do meu dia foi quando eu entrei no meu quarto para pegar minhas malas. Senti como se eu estivesse traindo a mim mesmo. O que eu estava fazendo? Como eu podia aceitar isso com tanta facilidade? Me sentei na cama e toquei meu peito pensando.

Me casar com ele seria algo abusivo e eu sabia disso, eu já havia morado com ele. Será que eu conseguiria ter uma vida comum, mesmo naquela situação? Será que era o melhor a ser feito? Eram tantos questionamentos em minha mente que eu já não sabia explicar o que mais podia surgir na minha mente.

— Taehyung... — Taejin entrou no quarto fechando a porta logo depois, veio caminhando até mim. — O que você vai fazer? Esse cara te machucou tanto — ela aparentava estar a ponto de desabar por minha causa.

— Taejin? — Toquei o pulso dela para que ela parasse de andar. — Acho que Jimin estava certo.

— Do que você está falando?

— Ele disse que nossos pais só nos amam quando somos crianças, depois eles esquecem da gente. Você acha mesmo que ele estava certo?

Ela tocou minha mão, respirou fundo olhando em meus olhos. Seus olhos acabaram me confortado de alguma forma, mesmo que a situação não contribuísse. Aqueles olhos de jabuticaba que só ela tinha. Eu apenas estava me segurando a todo custo para não chorar.

My Sweet ÔmegaWhere stories live. Discover now