Você não vai mais a lugar nenhum

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Eu estava tocando minha barriga olhando desesperado para aqueles dois, era como se eu fosse um louco naquela situação. Eu nunca havia sentido um instinto de proteção forte como aquele, aquele bebê que eu mal soube que existia já havia se tornado algo que eu nem sabia explicar. Nem mesmo por Jungkook eu conseguia sentir aquele sentimento.

— Acalme-se, Taehyung, nosso filho não vai morrer — Changyo era um demônio, mas normalmente suas palavras se tornavam realidade. — Doutor, quanto custa uma cesariana?

— Bem... falando em questão de valores, por volta de 6 mil won (38 mil reais)* — Changyo coçou a nuca um tanto nervoso. Merda, como eu ia matá-lo se eu precisava dele vivo para fazer aquela cesariana?

— É um pouco salgado esse valor, mas por que tão caro?

— Vejamos que o equipamento é novo e são poucos médicos especializados na área. Infelizmente, é a única forma. Caso o senhor Taehyung tenha o útero invertido, como a maioria dos ômegas macho, porque que durante o nó, a entrada para útero se abre na região anal para que o pênis entre, o bebê pode nascer por onde entrou. E ele irá entrar em contato com substâncias do corpo que se não o matasse, o deixariam deficiente. Por isso os bebês dos ômegas macho sempre nascem doentes, porque nossa ciência não é desenvolvida o suficiente para cuidar de uma minoria tão problemática.

— Eu vou pagar! Tudo pelo meu ômega!

Ele ficou me olhando. "Minoria problemática"? Quem aquele médico pensa que é? Toquei minha barriga e a acariciei delicadamente. Por que eu não nasci uma mulher? Fechei meus olhos e me sentei novamente no sofá. Changyo estava conversando com o médico sobre como deveria ser minha rotina de agora para frente. Eu apenas fechei os meus olhos pensando. Tudo o que eu queria era fugir, mas como eu teria meu bebê?

Eu estava sentado no balanço no quintal da casa. Já fazia uma semana que eu havia descoberto que eu estava esperando um filhote. Eu ainda não sentia nada mais que apenas uma sensação que ele estava ali. Mas eu me sentia estranho, era agoniante saber que meu corpo não havia sido feito para isso. Olhei para a lua, engoli seco e deixei que as lágrimas descessem pelo meu rosto.

— Por que você sempre está me prendendo ao Changyo se a minha alma gêmea é o Jungkook? — Falei a encarando. Ela estava cheia, ela poderia me ouvir com mais facilidade. — Você me odeia, deusa lua? — Toquei minha barriga. — Meu bebê... por que você o fez estar na barriga de uma aberração como eu?

Me levantei lentamente e caminhei em direção aquele laguinho que ficava logo de frente para a minha casa. Me abaixei de frente a ele e olhei na direção da lua refletida na água.

— Agora que preciso passar por isso por esse bebê também... — olhei para a água, por que eu sinto que essa água quer me dizer algo? — Foi em frente ao rio que eu me encontrei com Jimin.

Agora eu precisava manter segredo de Jungkook, se ele soubesse que eu estava esperando um bebê, ele mataria Changyo e dessa forma, eu não poderia ter a cesariana que vai fazer nosso filho nascer. Eu não posso dizer a ele que ele vai ser pai.

Os meses foram se passando, eu sempre dava um jeito de visitar minha mãe de coração no porão. Até mesmo consegui dar um banho nela e trocar suas roupas enquanto Changyo não estava em casa. Comprei algumas frutas para ela comer. Todos os dias ela dizia que queria morrer por estar tão feliz. Eu entendia seu sentimento.

Changyo estava me tratando bem desde que soube que eu estava grávido, pelo menos até agora. Eu estava sentindo que eu deveria ficar alerta. Aquele cuidado era um sinal de perigo. Minha barriga estava crescendo, eu devia estar com uns seis meses. Passei meu aniversário em um parque com Changyo, meu cheiro de ômega havia diminuído por conta da gravidez, eu ficaria nove meses sem estar fértil, com isso ele não estava mais me incomodando daquela forma obcecada. Por mais que eu não quisesse ficar perto dele, pelo menos eu me sentia seguro. Antes ele que pessoas desconhecidas querendo me matar.

My Sweet ÔmegaWhere stories live. Discover now