Sangue nos cacos de vidro parte I

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Eu desci do ônibus assim que avistei aquela casa novamente. Aquela casa que eu havia vivido o maior inferno da minha vida, mas também, foi ali que Jungkook e eu selamos nosso amor. Caminhei até a frente da casa, e vi que Sojoon estava parado com um walkie-talkie, ele era o traidor, eu sabia que ele era quem tinha me feito cair na armadilha. Ele agarrou meu braço com uma força que nem se eu tentasse fugir, eu ia conseguir.

— Ele acabou de chegar — ele me arrastou para dentro e eu fechei meus olhos, obedecendo e indo com ele. Eu não tinha escolha. Era o meu bebê ali.

Traga ele para dentro!

— Entendido!

Ele abriu a porta e me empurrou para dentro. Eu tropecei no degrau em que subíamos após tirar os sapatos. Ele saiu logo depois. Assim que eu levantei minha cabeça, eu avistei meu filho. Ele estava no colo dele, estava brincando uma seringa. Eu arregalei meus olhos, aquela era a seringa que matava alfas, se meu filho fosse um alfa, ele ia...

— Olha só quem fugiu de casa... se divertiu dando para os dois?

Fechei meus olhos para aturar aquelas palavras. Eu já havia aguentado por mim, eu precisava ser forte para aguentar pelo meu filho. Levantei minha cabeça e caminhei até ele. Parei em sua frente, engoli seco, seu olhar era duro e meu coração estava em um verdadeiro pânico.

— Eu não estive fazendo nada!

Ele colocou meu bebê no sofá e se levantou. Ficou segurando a seringa sozinho. Foi por prestar atenção nisso que eu nem percebi o tapa que eu levei logo em seguida fazendo meu rosto se virar de uma vez, me fazendo sentir um forte ardor.

— Está marcado por outro alfa?!

Ele me empurrou no chão, bati minha cabeça com força por conta da queda. Fiquei zonzo, mas eu tinha que ficar de olho no meu filho. Eu não podia deixá-lo com aquilo nas mãos, mas como eu ia pegar com ele ali? Senti chutes contra meu estômago e minhas costas. Parecia que seu pé ia atravessar meu corpo. A dor era tão forte que parecia que eu ia vomitar meus órgãos a qualquer momento. Eu estava começando a me sentir sem ar, será que eu ia morrer ali mesmo?

Ele parou. Eu estava tremendo de tanto dor, mas não o olhei, olhei para o meu filho. Mesmo que eu estivesse sem forças para manter meus olhos abertos. Eu ia salvar meu filho, eu fui para lá para isso.

— Eu não estou acreditando nisso!

— Changyo — sussurrei — eu nunca mais vou fazer isso de novo... eu prometo.

— Claro que não vai! Você vai ser meu brinquedinho todas as noites quando eu me livrar dessa aberração — ele apontou para o meu filho. Ele se referiu ao meu filho como aberração? Ele podia me chamar de qualquer coisa, mas não o meu filho. Meu filho era aquilo de mais perfeito que existia na minha vida. — Eu vou me livrar dele no mesmo lugar que eu me livrei do outro!

— Não! — Me levantei lentamente me apoiando no sofá e o encarei. — Você não vai fazer isso, você não matou seu filho, não vai matar o meu. Minhyuk é o seu neto, Changyo!

— Minhyuk? — Seus olhos começaram a ficar vermelhos e eu me assustei, se Changyo se transformasse, seria impossível fazê-lo acordar ou sequer me defender, eu não tinha aquela habilidade. — Você colocou o nome daquele alfa nele por quê? — Ele veio até mim apertando meus braços.

— Porque ele é o pai dele...

— Você sabe quem é Minhyuk? — Ele me empurrou na direção do meu filho, se eu decidisse me proteger, eu cairia em cima do meu filhote, mas como eu não podia machucá-lo, eu acabei caindo para o lado no criado de vidro e vários cacos entraram na minha pele. Fechei meus olhos para aguentar aquela dor, a dor era tão imensa que chegou uma hora que parecia que eu não estava sentindo mais nada. — Minhyuk é o nome do homem que aquela mulher me traiu!

My Sweet ÔmegaWhere stories live. Discover now