Como você entrou aqui?

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Já haviam se passado duas semanas que eu estava naquele porão escuro, aquela voz que estava chegando, eu nunca a vi, Jungkook não apareceu, mas por que eu sentia que aquela voz não era dele?

Ali, naquele lugar, eu recebia comida duas vezes ao dia por Yonhwi. Changyo disse que não me tocaria sexualmente, por enquanto, porque eu estava nojento e antes disso ele ia me deixar devidamente limpo. Ótimo, aquela tortura me servia para alguma coisa.

Eu estava emagrecendo muito rápido, embora ômega, meu metabolismo ainda era masculino e por isso eu quase não tinha gordura, eu preciso de muita comida para manter um corpo normal.

Eu sempre ficava no mesmo lugar, o dia todo no escuro, não havia nada que eu podia fazer. Várias vezes tentei quebrar a fechadura, mas isso fazia barulho e Changyo podia me ouvir, sempre que ele me via tentando fugir, ele me batia e me chutava, meu corpo e rosto ficavam inchados de tanta dor. Ele estava furioso com a minha traição.

Joguei minha cabeça no chão, não bati com força, mas o suficiente para ficar zonzo. Foi então que ao ver a imagem se mexendo, vi um risco branco. Eu devia estar começando a ficar cego de tanto ficar na escuridão. Mas mesmo depois do efeito passar, eu ainda estava vendo um risco de luz.

Foi, então, que eu engatinhei até ali. Comecei a apalpar a parede e percebi que havia uma fechadura. Fui a puxando lentamente para não fazer barulho, mas foi praticamente inútil, havia feito um barulho monstruoso de rangido de porta que parecia não se abrir há muito tempo.

Eu vi algo que fez meus olhos se arregalarem imediatamente, mas eu tive que fechar a porta de uma vez quando vi a porta do porão se abrir, aquilo podia ser algo que podia me prender ali ou me libertar?

— Yonhwi — agarrei sua mão fazendo a bandeja que ela segurava cair no chão. Ela se assustou comigo, mas estava sendo fria, infelizmente, eu sabia que ela não tinha escolha. — Me ajuda a sair daqui, pelo amor de Deus!

— E-eu não posso... — ela puxou seu braço de uma vez e pegou a bandeja novamente e correu, fechou a porta me trancando novamente.

Agora eu não podia comer, e aonde eu me deitava, estava totalmente sujo de comida. Algumas horas depois deitado naquele leite derramado no chão, eu me levantei novamente, eu ia mais uma vez atrás daquela porta. Eu estava literalmente um nojo, mas era praticamente impossível ficar limpo e cheiroso naquela situação. Engatinhei novamente e fui abrindo a porta, ali havia luz, então meus olhos se cerraram imediatamente ardendo, foi instintivo.

Fiquei com eles semicerrados para conseguir ver alguma coisa, fechei a porta de onde eu havia vindo e tentei ficar em pé, me aproximei daquela pessoa que estava em um canto encostada. Pelo seu cheiro, era uma ômega. Ela estava de costas para mim e não fez movimento nenhum ao eu me aproximar.

— A...

— Changyo... — ela não olhou para mim, mas começou a falar imediatamente. Sua voz era fina e suave. Ela não me aparentava ser velha, pelo menos, não pelo que eu via. Eu tinha dezoito anos, será que ela tinha idade para ser minha mãe? — Hoje é o aniversário dele. Ele completa dezessete anos. Me deixe ver Minhyuk...

Me aproximei um pouco mais dela e ela se encolheu. Então era assim que a ômega de Changyo havia fugido com outro homem. Então era esse o destino que haviam me reservado. Repetir os mesmos passos de sua ômega anterior.

— Não sou Changyo!

Ela virou seu rosto em minha direção, mas eu arregalei ainda mais meus olhos ao perceber que ela, mesmo completamente suja, era jovem. Parecia até mesmo ser mais nova que minha mãe, que ela já se encontrava na faixa dos seus quarenta anos.

My Sweet ÔmegaWhere stories live. Discover now