Sangue nos cacos de vidro parte II

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Sojoon me segurou com força para eu não fugir.

— Changyo, não mata o meu filho! Por favor!

Ele sorriu para mim, um sorriso diabólico que eu nunca havia visto antes. Ele pegou meu filho dos meus braços. Eu tentei o segurar, mas o Sojoon me prendeu, me impedindo de proteger meu filhote. Eu comecei a ficar ofegante e desesperado. Meu filho, o que eu ia fazer agora? Alguém tinha que salvar meu filho.

— Quais são suas últimas palavras para essa pequena aberração?

— Changyo... — Eu falei baixo, eu queria me ajoelhar e implorar para que ele não fizesse isso, mas Sojoon ainda me prendia. — Por favor... não faz isso... por favor!

— Eu podia facilmente jogá-lo depois de te dar uma injeção para dormir, assim como eu fiz com minha antiga ômega, mas eu tenho que mostrar para você sua punição, senão, você vai repetir de novo. E me trair de novo, não é? Vai correr atrás daquele alfa nojento que diz que é meu filho.

— Não — balancei minha cabeça negativamente várias vezes. — Changyo, Minhyuk é seu filho, eu juro! — Eu não me importava em mentir, eu só precisava salvar meu filho.

— Meu filho? Acha que irei cair nessa de novo?

— Changyo — me aproximei, mesmo que o outro me segurasse — ele é o seu filho... meu primeiro homem foi você — Changyo conseguiria ser manipulado por mim? Será que eu teria essa sorte? — Eu juro... não mate o meu... o nosso bebê. Chan...

Ele se aproximou mais do rio sorrindo. Balançou meu filho por cima da água. Não! Ele ia mesmo matar o meu bebê ali? Foi então que eu reparei que ele ficou tonto. Ele estava na margem, se ele desmaiasse, meu filho acabaria caindo com ele. Eu precisava me soltar!

— Como ousa mentir pa... — Senti um vento forte e um barulho assustador por trás de mim. Eu me vi livre finalmente. Quando me virei para trás, vi uma fera. Um lobo gigante atrás de mim que acertou Sojoon em cheio. Ele havia mordido sua jugular e arrancado parte de sua cabeça para fora, sobrando o pedaço do osso da coluna que ainda unia um ao outro. Depois ele começou a destroçar os membros do corpo. Eu acabei gritando vendo aquela cena, isso fez meu bebê acordar chorando nos braços de Changyo. Changyo estava me segurando no braço e meu filho no outro encarando a fera dilacerando seu capanga, eu tentei não olhar.

Changyo começou a se afastar, ele provavelmente ia se transformar para tentar atacar aquele lobo, mas ele ficou zonzo novamente. Eu fui para cima dele e o segurei. Ele não podia morrer, pelo menos, não até meu filho estar a salvo. O lobo estava vindo em nossas direções para tentar nos atacar. Ele estava mostrando os dentes olhando diretamente para ele. Eu tentei pegar meu filho de seus braços, mas ele me empurrou, voltando a encarar o lobo.

Changyo se afastou quando o lobo foi chegando mais perto, mas eu entrei na sua frente. Eu não podia deixar que o lobo fizesse nada naquela situação. Um lobo que eu nem sabia quem era vinha atrapalhar ou me ajudar?

— Não faz isso! Para trás! — Ele rosnou para mim.

Foi então que eu me virei para trás. Reparei que ele fechou os olhos e seu corpo deu o impulso de cair para trás. Ele estava com meu filho nos braços.

Minhyuk!

Eu nem tive tempo de pensar, eu apenas corri, corri e me abracei ao homem que me abusou para salvar meu filho. Colei meu corpo ao dele. Eu o salvaria se isso salvasse meu filho junto.

Senti nossos corpos se chocarem na água. A água gelada. Meu filho não podia ficar ali dentro. Ele ia morrer afogado. A correnteza nos carregou. Eu segurei meu filho nos meus braços, e por mais que eu quisesse fazer isso, eu não soltei Changyo. Eu estava abraçado a ele, e meu filho estava engolindo água, todos estávamos, menos ele, ele estava desmaiado.

My Sweet ÔmegaWhere stories live. Discover now