∞ ventisette

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Depois De uma viagem cansativa, Robert chegou em sua casa, jogando o casaco no sofá e rapidamente subindo para o quarto onde ele escutou o barulho da água caindo sobre o box, Cecilia estava no banho e ele deixou as malas no canto do quarto e em cima da cama, viu o diário que por anos havia prometido para Cecilia que nunca mais ia pegar ou falar sobre ele.

Ele num impulso sentou-se na beirada da cama e pegou, ficou ali pensando se poderia abrir-lo, ler-lo Quando Cecilia saiu do banho enxugando seus cabelos lavados na toalha branca.

Robert... você chegou, querido que saudade!

- Porque o seu diário está fora da caixa? Prometemos que nunca mais íamos pegar nele.. - Ele disse.

Cecilia não falou nada, somente o olhou, ela não saberia dizer o que tinha acontecido na noite passada.


- Robert... não precisa se dá o trabalho de ler, não é preciso.. agora não há mais nada que me impeça de falar.

- Ele franziu o cenho. - O que você quer dizer?

- Na noite que as bebês nasceram o nosso e o da Olivia com o Michael.. uma delas morreu.

- Eu sei Cecilia. - Robert disse.

- Não foi o nosso.... Foi o deles.

- Que! - Robert disse sem entender.

- A bebê que morreu naquela noite foi o da Olivia, eu troquei as crianças e dei a nossa filha viva pra ela, é isso que tá escrito aí, é isso que você tanto queria saber, é isso que você merece e precisava saber... A Olivia não sei como leu o meu diário ontem a noite e agora não há mais nada a esconder.

- Não, não é possível, isso não é verdade.

- Eu fiz isso depois de saber que ela não podia mais ter filhos, e logo depois eu vi que a filha dela tinha morrido...

- Quer dizer que, minha filha tá viva.... Durante esse tempo todo minha filha estava viva.. e você, e você fez isso por amor a sua filha, como é que você chama de amor um gesto criminoso, desumano, cruel de matar uma criança, porque você matou uma criança, minha filha.. Foi minha filha que eu enterrei no dia seguinte com o coração despedaçado que sangra ainda até hoje... Foi a noite da minha filha que eu chorei dias e noites seguidas com você do meu lado, você sabendo tudo... como você pode olhar pro meu coração partido, sangrando e não entender que por mais amor que você tivesse a sua filha, não podia despor da vida da minha filha. Como você viveu esse tempo todo como uma mãe desiguinada numa perda tão cruel, como é que você conseguia olhar, gozar, aproveitar a presença da sua filha no colo da Olivia se negando a dividir essa felicidade comigo... Sim porque toda vez que você olhava pra aquela menina você via a sua filha viva e podia se alegrar com a vida dela, mas eu NÃO claro, sempre que eu olhava pra aquela menina eu morria de saudades da minha filha que estava morta. Como é que você pode achar que o amor pela sua filha é mais do que o meu amor pela minha filha.. Como é que você pode demonstrar tanta crueldade e frieza e dá isso o nome de AMOR..! - Ele esbravejou sua raiva socando a parede.

- Cecilia o olhou assustada, pensava que ele ia agredir-la novamente como fez anos atrás. - Robert!

- Ele passou as mãos em sinal de nervosismo em seus cabelos. - Como você conseguiu olhar nos meus olhos e ver a dor e o sofrimento... - Ele disse. - E não cair de joelhos me pedindo perdão, eu não acredito que desses anos que passou você não tenha dito vontade de me contar a verdade e me tirar desse sofrimento, me devolver a alegria de viver. Eu não acredito, como você não entendeu que estava nessa relação que eu te pedi durante tantos anos, a retomada da nossa felicidade, do amor que temos um pelo o outro sempre, eu perdi metade do meu coração, da minha vida pelo uma morte que não existiu, e você ali, vendo o meu desespero, incapaz de me estender a mão.... - Robert estava com lágrimas nos olhos. - Você disse que fez isso POR AMOR, não foi por mim, nem pela nossa filha, nem pela Olivia e nem por você... agiu como se fosse um Deus, cruel, egoísta que pode interromper o custo de uma vida, mudar destinos, que pode acabar com um sofrimento sim, e você que pensoj em dar amor e só distribuiu dor e sofrimento entre nós. - Ele disse indo em direção a porta do quarto quando Cecilia foi atrás dele caindo de joelhos aos seus pés.

- Robert... Me perdoa.. - Ela encostou-se na parede e ali, ela derramou as suas lágrimas. - Meu Deus que dor.

Cecilia com sua alma simplesmente despedaçada deitou-se em sua cama gelada por conta do clima gelado e ali ela derramou suas lágrimas até cair em um sono profundo.

Na manhã seguinte ela foi despertada com um bater forte em sua porta, ela pegou o seu Sharpe vestiu-se e desceu para ver quem era, e para sua surpresa era Michael.

- Michael, o que fazes aqui? - Ela perguntou surpresa.

- Me diz que é mentira o que a Olivia me disse, Porfavor Cecilia.

- Entre Michael e eu te explicarei tudo.

Cecilia entrou junto com Michael, já estava na hora de acabar com toda aquele segredo, por longos minutos eles ficaram ali conversando sobre o que Cecilia havia feito.


- Então esse foi o ocorrido, isso foi o que eu escondia todos esses anos de todos vocês. Eu sinto muito Michael, de verdade.

- Porque Cecilia, porque? Eu e Olivia podíamos adotar um bebê, pra você de dispôs a fazer isso? - Ele disse aos tentando se controlar.

- Não queria que o casamento de vocês dois passase por uma crise logo de início, eu tive que fazer isso por ela, pela Olivia. Eu não aguentaria ela sofrer, ainda mais sabendo que ela não podia ter mais filhos.

- Não acredito, olha o nível que você se rebaixou Cecilia, e agora com que cara eu vou olhar pra Celeste, sabendo que ela não é minha filha, como eu vou falar pra ela que Ela não é a minha filha, minha princesinha. - Ele esbravejou.

- Não se preocupe - Ela disse calma. - Eu pretendo contar tudo pra ela, com toda a calma do mundo.

- Você, você... Eu nem consigo olhar em seu rosto Cecilia. - Michael saiu da casa de Cecilia com o choro preso em sua garganta.

- Michael espere!

Cecilia tinha percebido que ela mesma tinha acabado com a família harmoniosa que ela tinha construído todos esses anos, ela se sentia culpada por tudo que ela tinha feito.

Em um canto de sua casa havia um lugar onde ela guardava as garrafas de whisky de Robert, e ela abriu uma garrafa e bebeu, e ali ela ficou em seus pensamentos do passado.

Por amor, amorOnde histórias criam vida. Descubra agora