Capitulo 1 - Destiny

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ANTES - 1 Ano e Meio Antes De K.J

Todo mundo diz que destino existe que tudo acontece por um motivo e que está destinado a acontecer. Bom, eu espero que a pessoa que ditou meu destino tivesse me mandado algum sinal ou coisa parecida para me alertar sobre o que estava por vir na minha vida. Queria que tivessem me avisado que uma das pessoas que mais amei na minha vida estava mentindo para mim por mais de dois anos e escondendo um relacionamento extraconjugal durante todo esse tempo e que a mulher era a pessoa que eu mais confiava nessa vida, minha melhor amiga que conheço desde a infância, que eu contei tudo sobre mim e que me conhece até melhor que meu agora, ex-marido. Fui traída duas vezes, pelas pessoas que mais amei e isso é algo irreparável e não vou mentir, dói muito. DÓI PRA CARALHO.

Foi muito difícil tirar as coisas do apartamento que eu e Finn vivíamos e ver todas as coisas que me traziam varias lembranças, muitas delas, boas. Os porta-retratos que retratavam vários momentos bons do nosso relacionamento como nossa primeira foto juntos, nossa primeira viagem, nosso casamento e lua de mel. Não foi fácil encarar aquilo tudo, era horrível o sentimento. Lembro-me de olhar para aquilo tudo e sentir uma mistura de vários sentimentos. Ódio, decepção, tristeza tudo junto como uma combinação fatal. Naquele dia eu quebrei todas as fotos, me cortei no vidro espalhado pelo apartamento que foi o nosso sonho por um bom tempo e que ralamos muito para conquistar e agora era só um lugar que me trazia lembranças amargas. Peguei tudo aquilo que me interessava ali e sai o mais rápido que pude. Deixando pra trás tudo aquilo, não queria contato com Finn ou Hallie nunca mais. Infelizmente o rancor é algo que provavelmente vou guardar por um tempo, não consigo sequer imaginar a ideia de perdoa-los, é incabível.

Fico pensando o que o destino tem reservado para mim, já que segundo o destino isto estava destinado a acontecer. Espero que não seja mais uma decepção, pois não sei se aguentaria mais alguma coisa desse tipo.

(....)

Olho as mensagens que Finn havia me mandando nas ultimas 72 horas, centenas de mensagens que eu passo em menos de 5 segundo enquanto dou uma risada sem graça ao ver aquele monte de palavras esdruxulas que já não valem nada para mim. Será que ele não entende que não quero vê-lo de forma alguma? Canso-me de ver aquela estupidez e guardo o celular e me ajeito em minha Poltrona. Estou partindo para bem longe de Washington DC. Felizmente consegui transferência do meu emprego para Califórnia, achei que seria uma boa opção para poder fazer uma mudança na minha vida. Algo diferente daquilo que já estava acostumada e, bem, eu estava cansada e precisava de algo mais distante daquele lugar que nasci e cresci. Olho pela janela e vejo o avião pegando altitude e se distanciando de tudo que havia me feito sofrer. Encosto minha cabeça na janela por um bom tempo e tento ser positiva mesmo com todo o sentimento ruim que ainda sinto.

(...)

-Não se preocupe senhorita Allen. Tudo está bem encaminhado para a venda da propriedade que pertencia a você e o senhor Fern. Já estamos com todos os documentos de posse em mãos, como você já assinou os papeis e o senhor Fern também logo ligaremos confirmando a venda. O dinheiro referente será imediatamente transferido para sua conta assim que fecharmos o negocio. - Falou meu advogado, Kyle Miles, enquanto eu me respirava aliviada pela a primeira vez em um quatro meses, desde que eu parti.

-Obrigada Miles, você melhorou meu dia! - Respondi.

-Por nada Senhorita Allen, é apenas o meu trabalho. - Riu Miles.

-Enfim, obrigado por resolver as coisas pra mim, qualquer coisa me avise ok?

-Sem problemas Senhorita. - ele desliga e eu sento no meu sofá com o sentimento de dever cumprido.

Fazia pouco mais de um mês que havia assinado os papéis do divorcio e o que a única coisa que ainda me prendia a Finn era o bendito apartamento que compartilhávamos em nosso nome, mas agora está tudo se encaminhando para ser resolvido e finalmente me distanciar por definitivo daquele homem.

Á quatro meses estava morando na Califórnia, mais precisamente em São Francisco. Havia conseguido uma transferência do meu emprego pra cá quase como um milagre divino, pois meu chefe é um senhor bem ranzinza e quase nunca aceita transferências de ultima hora e sem prévio aviso, mas após explicar toda a situação ele demonstrou um pouco de empatia e aceitou o meu pedido. Nesta questão estava tudo nos conformes, mas o divorcio me quebrou, digamos assim. Gastei todas as minhas economias com advogado, mudança e outros. Agora eu moro em um apartamento e que eu teria que dividir com alguém para poder equilibrar as contas e num bairro um pouco afastado do meu emprego, mas me sinto bem mais em paz morando aqui do que na minha antiga casa. Meus vizinhos são bem amigáveis, nunca tive o que reclamar. Donna, a minha vizinha do andar de baixo era uma senhorinha muito amável que sempre fazia bolo e quase sempre vinha deixar um pedaço pra mim. Ela me fazia sentir-se um pouco em casa, pois minha avó também adorava fazer bolos e só em lembrar-se dela meus olhos se enchem de lagrimas que escorrem involuntariamente. Levanto do sofá e vou até minha estante e observo uma foto em família em especial, uma tirada no dia do meu casamento com minha mãe, minha avó e o indesejável... Claro que o cortei da foto, não rasguei, pois eu a amava. Minha avó ainda estava viva e minha mãe também. Sinto o nó se formando na minha garganta e todos os sentimentos que guardei por todos esses meses transbordam pelos os meus olhos e não consigo evitar chorar como não havia feito há meses. Aqui estava eu: sem pais, sem avós, divorciada, traída, desrespeitada, morando em um lugar totalmente distante de onde nasci e cresci. Sozinha. Eu me sentia bem há alguns minutos atrás, mas ao lembrar-se da minha família não consigo evitar me sentir assim. Eu me sentia péssima, só queria esquecer tudo e todos. Sentei-me no sofá e abracei as pernas ainda chorando, assim como fazia quando era menor. Só queria que me sentir bem novamente, sair e me divertir sem sentir essa solidão tão grande dentro do peito.

Choro por mais alguns minutos até ouvir alguém bater na porta. Provavelmente deve ser a pessoa que ficou de dar uma olhada no apartamento. Enxugo as lagrimas com a palma das mãos e dou uma olhada no meu rosto em um espelho que estava na sala, não estava exatamente horrível, mas dava para se apresentar. Caminho até a porta e abro. Dou de cara com três rapazes asiáticos bem vestidos e um deles fala:

- Você deve ser Victoria Allen, prazer, sou Jonghyun, Kim Jonghyun. Vim dar uma olhada no apartamento.



PRIMEIRO CAPITULO ENTREGUE! Espero que gostem! Pretendo sempre colocar uma musica que foi inspiração para mim enquanto escrevia o capitulo :)

My Dear Neighbour - Kim JonghyunOnde as histórias ganham vida. Descobre agora