My Dear Neighbour - Kim Jonghyun

Capítulo 4 - Such a Beautiful View

20 de Setembro

Fazia pouco mais de um mês que eu e Jonghyun morávamos juntos. Eu ainda estava tentando me adaptar que havia alguém mais ali comigo. Pela manhã é quase sempre a mesma coisa, eu tenho o hábito de tirar o pijama e ir só de calcinha até o banheiro e foram no mínimo umas cinco vezes que fiz durante esse tempo que se passou desde mudança do rapaz para cá. Felizmente ele só me viu de calcinha uma vez e foi só de relance para a minha felicidade (ou infelicidade). Ele sempre acordava antes de mim para ir ao seu trabalho como administrador do estúdio de dança que montou com Taemin (daqui a pouco explico um pouco melhor). Jonghyun era alguém agradável de viver, confesso que não esperava que fosse tão gentil, mas ele era um doce de pessoa. Não consigo me esquecer da sua primeira noite aqui, quando compramos pizza e colocamos um filme para assistirmos, bem, filme que ele colocou e que eu acabei adormecendo abraçada a ele. No outro dia lembro-me de ter acordado na minha cama, pois ele havia me levado até lá e ainda por cima havia deixado um post-it falando que eu tinha dormido e que já havia feito o café da manhã para mim. Senti-me especial, ele era um fofo. Conversávamos sempre que podíamos, descobri que Jjong morava aqui nos Estados Unidos desde seus dezoito anos, veio estudar música em Stanford por meio de uma seleção muito rigorosa quando ainda morava na Coréia. Acabou trancando o curso, após dois anos cursando, mas a música ainda era uma de suas paixões segundo o mesmo, me contou que mais tarde, dois anos após começar a estudar na universidade, seus amigos Key (Kibum como ele frequentemente o chama) e Taemin vieram morar aqui também, mas com suas devidas circunstâncias. Taemin veio aprender sobre dança, que é sua paixão e Key para expandir sua carreira como modelo, que por sinal, ia muito bem. Os meninos são bem amigos entre si e isso fez que Taemin e Jonghyun abrissem sua própria academia de dança, The Pace, onde Taemin é o professor principal e que de vez em quando Jonghyun também participa como professor, mas que na maior parte do tempo é o mesmo quem a administra. Jjong(sim, ele me permitiu que o chamasse assim) também me contou que seus pais que forneceram o dinheiro para que o sonho dos dois fosse realidade, na verdade, foi mais como um empréstimo já que eles ainda pagam os pais (devido a isso, Jjong veio morar aqui. Taemin dividia um apartamento com Key também). E por falar em pais, Jonghyun se limitava muito em falar dos seus, ele falava constantemente de sua mãe e irmã, falava com Sodam, sua noona, por ligação quase todo dia, mas seu pai... Tinha algo de errado com o relacionamento dos dois, dizia que seu pai era alguém muito rígido e conservador e que não aprovava que o filho morasse no EUA. E eu? Eu não falava muito sobre mim, preferia ouvir suas historias de faculdade e situações que ele vivenciou com seus amigos. Claro que me questionou sobre a foto recortada em minha estante e tive que falar que quem estava recortado da foto era meu ex-marido, coisa que o deixou em choque e confuso em por que eu ter casado jovem. Decidi me abrir para ele, contei toda a situação com Finn e Hallie, a traição em seus mais altos detalhes. Contei que Finn foi à pessoa que mais amei e que me apaixonei por ele no primeiro dia da faculdade. Ele havia sido a primeira pessoa que eu amei de verdade e que por isso aceitei de primeira seu pedido de casamento quando tinha apenas um ano e alguns meses de relacionamento. E que mais tarde, após dois anos de casados o mesmo me traiu com minha melhor amiga de infância. Falei que descobri sua traição por meio de mensagens e que presenciei pessoalmente os dois se pegando em um evento em que Finn era o estilista e Hallie modelo de suas obras. Quatro anos de relacionamento jogados no lixo e doze anos de amizade também. Contei que não suportaria viver no mesmo lugar que os dois e por isso mudei para a Califórnia. Neste dia eu chorei na sua frente pela a primeira vez e ele não tentou me confortar com palavras, ele só me abraçou. Não falou nada, apenas me abraçou enquanto eu soluçava em seus ombros tão acolhedores. Naquele dia senti a infinita conexão que tínhamos e que ele era mais que alguém que eu sentia uma atração fora do normal, acima de tudo ele havia se tornado um amigo. Alguém que eu poderia contar, sempre! Nós estávamos nos aproximando muito e eu gostava disso, toda dia que eu chegava cansada após um dia difícil ele estava lá me esperando, bem, quase sempre. Contava-me como tinha sido seu dia e me ouvia falar sobre o meu, de vez em quando Key ou Taemin estavam presentes também. E os garotos ganharam a minha afeição também, Kibum era alguém que tinha um humor meio acido e comedido, mas que era agradável de conversar. Taemin era alguém que parecia sempre estar ligado no 220v, sorridente por si só sempre estava me provocando ou tirando Jonghyun do sério. Os dois, como se fosse uma tradição, viam buscar Jjong às sextas feiras para saírem e festejarem, me chamavam também só que eu nunca aceitava, não sentia que deveria ir, mas sempre agradecia pelo convite. Bom, até aquele dia.