Capítulo 17 - Somebody that I used to know

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À medida que eu andava para trás, tentando me afastar dos cacos de vidro espalhando aos meus pés, eu tentava me afastar do homem a minha frente. Dou alguns passos para trás, tomando distância de Finn com o coração mais acelerado do que qualquer outra coisa. Caminho quase correndo na medida do possível. Até que sinto as mãos firmes segurarem meu braço enquanto tento me despistar entre as pessoas.

- Não vou deixar você fugir. - Viro lentamente, respirando fundo, até dar de cara com o rosto impassível de Finn. - Não dessa vez.

Minha vontade é de empurra-lo para longe, gritar para que fique longe de mim, porém, algo me impede. Encaro seus olhos brilhante a luz do luar e me desvencilho dele. Cruzo meus braços, encolhendo meus ombros.

- Não toque em mim. você não tem minha permissão para isso. - Resmungo, dando de ombros para ele mais uma vez.

Ouço sua risada irônica cortar pelo ar e rapidamente ele está a minha frente.

- Eu não morder você, Victoria. Que droga! - Ele responde quase num tom mal humorado. - Pare de agir como uma criança e converse comigo!

Agora sou eu que rio com um tom de ironia, olho para Finn com uma expressão de incredulidade.

- Eu estou agindo como criança? Então por que é você que está vindo até mim? que eu saiba não temos nada para resolver, e aliás, sua namoradinha deve estar te esperando por aí. Por que não vai atrás dela? Hum?

Finn corre os dedos pelos cabelos loiros e suspira fundo, caminha até chegar um pouco mais próximo de mim.

- Eu só...- Ele suspira, dando uma longa pausa entre suas palavras. Continuo a encara-lo, em busca de decifrar sua expressão. - Queria saber como você está e ter uma conversa decente.

- Eu não sou algum tipo de psicóloga para conversar com você, Finn. Se me dá licença, eu estou exausta de toda essa merda. Meu dia foi exaustivo.

Faço menção de cruza-lo para ir até o elevador, mas ele me segura pelo braço mais uma vez. Uma leve corrente de ar passa por mim, me fazendo arrepiar com seu toque. Seu toque é mais suave do que dá primeira vez, me fazendo relembrar a sensação de sua pele tocando a minha.

- Victoria, por favor. Converse comigo! - ele quase súplica, sua mão encontra a minha e ele aperta de leve. Como fazia quando estávamos juntos. - Eu não vou tomar todo o seu tempo. Eu só sinto que nós devíamos ter tido essa conversa há um tempo atrás.

Incrivelmente suas palavras tem algum tipo de efeito sobre mim, e por fim, cedo a Finn mais uma vez. Percorro os dedos sobre meus cabelos parcialmente bagunçados e suspiro profundamente.

- Ok, Finn. Você venceu mais uma vez.

(...)

O efeito da bebida já tinha passado um pouco e os meus sentidos já se encontravam mais normais do que eu queria que estivesse. Me amaldiçoo diversas vezes por ter inicialmente ter aceitado o convite de Thomas para beber mais cedo e mais ainda por ter topado ter uma conversa com Finn.

Por sorte, não estávamos mais no terraço e sim em uma lanchonete que ficava dentro do hotel (coisa que eu nem imaginava que tinha ali também). Enquanto eu o esperava trazer alguma coisa para nós, tudo que eu queria era fugir dali e ir para meu quarto fingir que essa noite não aconteceu, mas eu estava tão cansada que eu só desejava que aquilo acabasse logo. Como quando nós vamos tomar algum tipo de injeção e apenas aceitamos aquilo para que acabe o mais breve possível.

Apoio meu rosto entre as mãos e inspiro e expiro levemente, sentindo meus ombros tensos relaxarem enquanto faço esse exercício de respiração. Nem percebo quando o homem de cabelo loiro surge com uma taça de sorvete de chocolate e cobertura de menta em suas mãos, que era o meu favorito.

My Dear Neighbour - Kim JonghyunOnde as histórias ganham vida. Descobre agora