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não tive tempo de revisar esse capítulo direito, então caso vejam alguma coisa fora do comum, por favor me avisem

Taehyung é solitário, ao menos do meu ponto de vista.

Ele faz menção a supostos amigos, mas durante o mês não o vi conversar ou sair com ninguém que não fosse para resolver algo da escola, na verdade, arrisco dizer que ele sai mais comigo e com os meus amigos do que com qualquer possível conhecido dele, e essa suposição ganha ainda mais força, quando me ofereço para buscá-lo na escola.

No instante em que chego, o vejo sentado em uma espécie de fonte, sozinho, como se houvesse um campo de proteção ao seu redor, imerso em sua própria bolha. Taehyung tem as pernas cruzadas, a mochila deitada em seu colo servindo também como apoio para o caderno que usa para rabiscar.

Perco alguns bons segundos olhando para ele, os lábios pressionados um no outro e a cabeça baixa, o vento sopra, arrastando seu cabelo para o rosto e o obrigando a erguer uma das mãos para afastá-lo. Jamais poderei explicar como, mas tenho certeza de que vi tudo isso em câmera lenta.

Ele é tão bonito, mesmo de longe, é do tipo de pessoa que você sabe que é bonita de verdade sem precisar olhar duas vezes para ter certeza.

Vejo uma dezena de pessoas passarem por ele, em volta dele, rindo e conversando alto, agindo como se não o enxergasse, o que pra mim beira o absurdo. Só olhando pra ele meu coração salta dentro do peito, me sinto esquisito, com uma coisa estranha mexendo com o meu estômago. Penso no quão mais fácil tudo seria se tivéssemos estudado juntos, se ele tivesse a minha idade e frequentarmos essa escola ridícula cheia de branquelos mimados, o quão mais fácil seria me envolver com ele, sem a droga do medo constante dos nossos pais descobrirem.

Ou quem sabe, não seria nada desse tipo, talvez ele me odiasse, já que eu sabia ser extremamente irritante naquela época, insuportável, babaca, arrogante. Sem ignorar o fato de que eu era fissurado por Park Jimin durante todo o meu ensino médio, mas não dá pra ter certeza de nada.

Quero chamar por Taehyung, mas ele parece concentrado no que está fazendo, levando a ponta do lápis de um canto a outro, prendendo o lábio entre os dentes quando demonstra ter dificuldade.

Levo a mão até o volante para buzinar, mas algo me impede quando outra pessoa invade o meu campo de visão. Uma garota, de cabelo preto e pontas loiras, com uma mochila amarela cheia de broches coloridos.

A garota quase pula em cima dele, o abraça pelo pescoço e Taehyung se assusta, arregala os olhos e até deixa cair algumas coisas, ele se vira para ela e sorri quando a reconhece.

Ambos conversam por um momento enquanto ela se senta ao lado dele, com os pés longe do chão, o que me dá a certeza de que ela é bem baixinha. A garota se inclina para ver o que ele desenha, sorrindo e gesticulando de um jeito exagerado, Taehyung até guarda o caderno e os fones de ouvido, jogando a cabeça para trás para afastar o cabelo, e é quando seu olhar encontra o meu.

O garoto franziu o cenho, então cutucou a menina ao se colocar de pé, jogou a mochila nas costas e veio caminhando com ela logo atrás de si. Taehyung está vestindo o tão odiado uniforme de educação física, que por ironia fica absurdamente bem em seu corpo.

No instante em que chega perto o suficiente é que destravo as portas, ele abre e entra, jogando a mochila no banco de trás.

– Por que não me chamou? – foi a primeira coisa que disse, tento arrumar uma desculpa para ter passado quase dois minutos só o observando, feito um louco, quando percebo que a menina entrou também e agora sorri para mim nos bancos de trás.

– Oi – sorrio, o mais simpático que posso.

– Ah é! – Taehyung se prontifica, virando-se para mim – A Daehyun vai pra casa comigo.

VANTE: GIRASSÓIS DE DANTEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora