VANTE: GIRASSÓIS DE DANTE

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HOSEOK

Três semanas com aquele gato maldito foram o suficiente para me fazer crer no poder de um animal em ser cruel.

Eu não só levava um susto pela manhã, ao acordar e encontra-lo em cima da geladeira me encarando, como também era acordado por ele no meio da noite me mordendo e em outros casos, batendo na minha cara.

Mas tenho a plena certeza, de que Yeontan foi quem mais sofreu nesse tempo. Os cachorros são emocionados, e ele não é diferente.

Sempre acabava indo perturbar o gato e voltava chorando por ter apanhado dele. Eu ri muito disso, não vou mentir.

Estou começando a supor que o meu cachorro é masoquista.

Por sorte esse pesadelo com Mozzarella está acabando. Se eu passar mais uma semana ouvindo o miado esganiçado de quando ele se irrita, acho que me jogo da sacada.

Só que agora, eu tenho algo mais importante para me preocupar, como o fato de Taehyung estar suspirando arrastado no meu ouvido, com os dedos presos no emaranhado do meu cabelo, enquanto eu beijo seu pescoço.

Separando mais e mais as pernas quando comecei a descer a mão por dentro da sua coxa, invadindo seu short, raspando o polegar perto da sua virilha, só para ouvi-lo arfar baixinho, arranhando minha nuca em reflexo.

Na maior calma do mundo, eu poderia passar horas me aproveitando de cada pedacinho do corpo dele, poderia ficar minutos inteiros tocando cada pedacinho de pele, beijando cada centímetro, e não pretendia parar, não pretendia mesmo.

– Hoseok – grunhiu, deixando um tapinha no meu braço – Hoseok, para – mandou em um sussurro.

Ergui o olhar para encara-lo, seus olhos fixos na porta, e quando me virei para ver o que tanto ele observava, era o maldito do gato.

– Ele tá encarando – murmurou como se ele pudesse nos ouvir.

– Mas que porra? – franzi o cenho, dando um tempo para ver se ele fazia alguma coisa, mas o bichano de pelo amarelo sequer piscava.

– Quanto tempo você acha que ele está ali assistindo?

– Eu não sei.

– Vai fechar a porta, ele está me assustando – continuou sussurrando, dando tapinhas no meu ombro para que eu fosse até lá.

Puxei o ar antes de sair de perto dele, descer da cama e ir até a porta. Encarei o gato por um instante, fechando a porta devagar e ele continuava parado lá fora.

– Gato estranho da porra – grunhiu, cobrindo o rosto com as mãos – Você acha que ele assistia o Jimin e o Jungkook? – indagou de repente, iniciando um assunto onde eu não queria entrar de jeito nenhum.

– Credo, Taehyung.

– Vai saber se isso não é um comportamento que ele aprendeu em casa – justificou.

– Meu deus! – ri soprado – Vamos deixar esse assunto morrer, por favor.

Ele assentiu, tornando a encarar o teto quando o silêncio no quarto prevaleceu.

– Agora que o clima acabou acho melhor eu ir – se levantou, começando a andar pelo quarto atrás de suas coisas sem nem me dar a chance de protestar – Vou voltar quando esse demônio não estiver mais aqui – enfiou as coisas na mochila e passou o zíper.

– Vai pular do barco e me deixar aqui com essa coisa? – o acompanhei quando passou pela porta até a sala.

– O Yeontan está aqui para te dar apoio – apontou para onde o cachorro estava, ocupado demais com um boneco de pelúcia para se importar com a gente.