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TAEHYUNG

Fiquei com febre. Minha cabeça doía o dia inteiro, meu corpo parecia estar fervendo, era como se a minha pele estivesse derretendo, e tudo o que eu conseguia fazer nessa situação era dormir, para não dizer que passei noites inteiras morrendo de dor.

O quão fodida a minha cabeça precisa estar, ao ponto de eu literalmente adoecer diante de uma situação estressante.

E nem mesmo fico surpreso por isso, já que ter febre emocional sempre foi comum pra mim na infância.

Por sorte esse episódio durou apenas dois dias, mais um e minha mãe me arrastaria para um hospital, e não existe nada que eu odeie mais do que hospitais.

Quando ela saiu para trabalhar no quarto dia, logo depois do pai do Hoseok sair, se despediu e me desejou uma boa aula. Aula essa que eu com toda certeza não compareci, esperei que o carro dela virasse a esquina de casa para poder subir as escadas de volta para o quarto, e tirar a farda do colégio.

Tentei voltar a dormir, mas não consegui, mesmo que eu tenha dormido apenas três horas na noite passada, eu simplesmente não consigo dormir e isso é tão estressante.

A cada dia que passa, eu tenho mais certeza de que a minha cabeça está mesmo fodida.

Perdi a noção de tempo enquanto jogava no celular, gastando as horas e quando dei por mim, Hoseok estava entrando no quarto, com as roupas amassadas, o rosto inchado e o cabelo bagunçado.

Os olhos dele desaparecem quando acorda, viram dois pequenos riscos e suas bochechas incham. É tão fofo.

Sem dizer nada ele subiu na cama, aconchegando-se ao meu lado. Passei um dos braços ao redor do seu pescoço, deixando sua cabeça apoiada no meu ombro, o ouvindo grunhir enquanto escondia o rosto na curva do meu pescoço.

– Por que não foi para a aula hoje? – sua voz soou baixa e rouca, me causando arrepios por todo o corpo.

– São nove da manhã, vamos evitar perguntas – murmurei, fechando os olhos ao sentir o cheirinho doce do seu cabelo.

– É o quinto dia seguido que você não vai para a escola – continuou, empurrando o celular das minhas mãos para que eu lhe desse atenção – Você está me fazendo ser cúmplice disso tudo.

– Mas você recebe tão bem para não me entregar – o abracei, e Hoseok sorri contra a minha pele, me fazendo vibrar.

– Eu sou assim tão fácil de comprar? – perguntou, correndo os dedos para dentro da minha camisa.

– Claro que não. Você tem noção das coisas que eu tenho que fazer para te agradar? – perguntei, correndo a ponta dos dedos pelo seu braço.

– Sim, e você faz todas elas muito bem – provocou, deixando um beijo molhado no meu pescoço que me derrete.

Falto me desmanchar enquanto sinto sua língua subindo pela minha pele até a minha orelha, mordiscando o meu lóbulo e sorrindo ao se afastar.

– Troca de roupa, vamos para a casa no lago – mandou, espreguiçando-se.

– Sério? – o olhei surpreso, me sentando quando ele se levantou – Só nós dois?

– Sim, voltamos à noite – seguiu em direção a porta – Não enrola! – gritou quando já estava fora do quarto.

Me levantei num pulo, esvaziando a mochila para dar espaço para as minhas coisas, os cadernos, os lápis, as tintas, as mudas de roupas, e aí sim, troquei de roupa como ele me pediu.

É a primeira vez que me empolgo com algo, desde a última sexta-feira. Estou correndo pelas escadas quando vejo Hoseok de pé perto da porta, com os olhos presos no celular.

VANTE: GIRASSÓIS DE DANTEWhere stories live. Discover now