CAPÍTULO BÔNUS: MAL ENTENDIDO

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Alexia Hawkins

O barulho do despertador tocando próximo ao meu ouvido me fez gemer alto contra o travesseiro, sentindo o cansaço de uma noite mal dormida. Não demorou muito para o Preston debruçar o tronco sobre as minhas costas para desligar o relógio e quando o silêncio voltou a reinar no nosso quarto, seus lábios roçaram as minhas costas nuas. A noite foi cansativa para ele também.

- Desculpa, amor, achei que tivesse desligado ontem.

Ainda de olhos fechados, sorri ao sentir sua mão afastar os meus cabelos para o lado para fazer seus lábios alcançarem meu pescoço, com o seu peito nu pressionando contra as minhas costas.

- Não tem problema, eu sei que você precisa ir trabalhar. - minha voz saiu em um sussurro.

Sua carícia continuou, me deixando arrepiada.

- Hoje não, mandei mensagem de madrugada avisando que tiraria o dia de folga. Vantagens de ser o patrão, você sabe. Além disso, essa semana não consegui te dar a devida atenção.

Levei minha mão até o seu cabelo e entrelacei meus dedos nos fios.

- Na verdade eu que fiz isso, Preston.

Ele riu, fazendo seu peito largo vibrar, parando por alguns segundos de beijar o meu pescoço.

- Sabe que ela é a única pessoa que não me importo de dividir você.

Bastou mencioná-la para com que ouvíssemos um grunhido em seguida de uma risadinha vinda do berço a menos de um metro da nossa cama. Nossa Elizabeth, a responsável pelas minhas noites mal dormidas e a pouca atenção que tenho dado ao Preston, estava chamando por nós. Quase que automaticamente, ambos paramos com as carícias para nos aproximar do fruto do nosso relacionamento. Vesti o robe de seda que achei aos pés da cama, enquanto meu marido coloca a cueca box e em seguida fomos dar uma olhada na pessoa mais importante das nossas vidas.

Assim que seus olhos verdes encontraram o rosto do pai, sua boquinha rosada esboçou um sorriso e os braços cheios de dobrinhas se ergueram em sua direção, o que fez o grandão ao meu lado se derreter de amores. Logo estendeu suas mãos para agarrar o corpo ainda pequeno e roliço da filha, que soltou um gritinho animada.

- Gosto do colo do papai, não é meu amor?

Impossível não sorrir quando as pequenas mãozinhas agarram com carinho o rosto do pai, que não deixa mais a barba crescer para não machucar a pele sensível da Elizabeth.

- Ela já sabe qual o melhor lugar do mundo. - respondi por ela, que recebeu vários beijos na bochecha corada e pelos grunhidos, adora cada segundo.

Preston interrompeu o carinho para me encarar, com uma paixão diferente que compartilha com o ser precioso entre os seus braços fortes, me dizendo em silêncio que assim que pudesse continuaria o que nossa filha nos obrigou a parar. Eu estou contando com isso.

Como se estivesse lendo meus pensamentos, debruçou-se o suficiente para tocar meus lábios nos meus, entrelacei os dedos nos cabelos da nuca por instinto o forçando a manter o contato por mais alguns instantes. Até a nossa Beth chamar a atenção novamente.

Dessa vez ela notou a minha presença e ficou ainda mais contente.

- Hey filha! - rocei a boca no seu nariz, fazendo-a rir – Desculpa ter roubado o papai de você!

Senti meu coração quase explodir de amor pela pequenina que gerei em meu ventre, fruto do relacionamento do homem que tem sido meu amigo, marido, amante e pai incrível. Basta um grunhido, um sorriso, vê-la tirar uma soneca no peito do pai, seu olhar admirando nossos rostos e as semelhanças que encontro em cada pedacinho dela, para que minha visão nuble por conta da emoção de cada detalhe como esses citados. Falta-me palavras para descrever o que é ser mãe e dedicar sua vida a uma criança que carrega um pedaço seu. Uma criança que carrega a sua alma, que você promete amar e cuidar, sem pedir nada em troca.

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