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[ Olivia Carrington ]

          Retiro meus fones de ouvido ao ver, de longe, a grande casa que era da minha avó, e agora minha. O motorista para lentamente o carro em frente à enorme porta de entrada. Desço do carro e analiso o jardim, tendo rápidas lembranças de quando eu era criança e brincava ali com minha vó Amelia...

Robert retira as malas do carro e eu corro até ele.

"Não vai carregar isso sozinho."- Sorrio e o ajudo. O que era mais que minha obrigação.

Ao adentrar minha casa, que está mais para mansão. Mas eu não gosto desse termo. As empregadas se aproximam de mim, e insistem em levar minhas malas para minha suíte. Respiro fundo e caminho lentamente até a sala de jantar, encontrando Olga, a chefe das empregadas e a melhor pessoa desta casa.

"Olga!"- Corro até ela e dou um abraço apertado.

"Olivia! Morri de saudade, meu Deus!"- Ela me aperta em seus braços e sinto meus olhos marejarem.

Olga foi a pessoa que mais cuidou de mim quando minha avó faleceu de causas misteriosas, que até hoje não descobriram o que foi. Desisti de ir atrás, apenas quero que ela descanse em paz, como desejava.

"Como está sua cabecinha? O colégio ligou aqui, avisando que você havia começado a ir ao psicólogo."- Ela me olha e eu posso sentir o orgulho em seu olhar.

"Estou melhor que nunca, eu parei de ter crises e, e..."- Respiro fundo - "Parei de tentar me matar, parece que tudo está em seu devido lugar, por enquanto. Não estou curada, até porque não existe cura, mas estou me sentindo bem."- Sorrio aliviada e vejo uma lágrima escorrer pelo rosto da mulher à minha frente.

"Eu tenho tanto orgulho de quem você está se tornando... Vejo sua avó em você."- A mulher de 50 anos me abraça novamente.

Somos interrompidas ao ouvir a voz de outra empregada, esta é nova na casa, ainda não a conheço.

"Srta. Carrington, suas malas já estão em seu quarto."

Agradeço e a cumprimento, subo as enormes escadas e corro pelo corredor, até entrar em meu quarto. Sinto o doce cheiro, tudo está limpo. Meu lugar favorito da casa, depois da biblioteca.

Meu celular começa a vibrar e eu o tiro do bolso da calça. Está calor e eu nem sei porque insisto em usar isso.

Vejo "S" no ecrã e um sorriso se instala em meu rostinho. Deslizo para o lado e atendo a ligação, a voz de Shawn faz meu coração disparar.

"Amor?"- Ele murmura do outro lado, já entendo que ele não pode falar alto onde quer que esteja.

"Oi, amor."- Solto uma voz entusiasmada, mas baixa- "Onde está?"

"Ainda estou no colégio, acabei de sair de uma reunião com os funcionários e a diretora, o clima não está dos melhores. Te liguei para saber se chegou bem, precisava ouvir sua voz para melhorar meu dia."- Ele desabafa. Me sento na cama e começo a desamarrar o cadarço do meu tênis.

"Cheguei muito bem, me sinto nostálgica aqui nessa casa, tudo me lembra minha avó... Mas agora, me fale de você, porque o clima não estava bom?"- Retiro os sapatos.

"Espere um minuto, não posso falar agora."- Percebo que ele afasta o celular do rosto, ouço várias vozes, logo em seguida escuto uma porta se fechar e o som de uma tranca- "Pronto, acabei de chegar no meu quarto aqui no colégio."

"Me conta, amor."- Sussurro, pois ainda não quero que meus empregados saibam que me relaciono com uma pessoa mais velha.

"A diretora Khoury disse que alguém deixou uma carta, sem identificação, no seu escritório. Na carta dizia que um de seus funcionários estava quebrando uma regra muito importante, e que isso envolvia um aluno da escola."- Ele suspira pesadamente.

PARADA Psychologist » {Shawn Mendes}Where stories live. Discover now