Capítulo 5

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Homens e mulheres são companheiros naturais, exceto em um sentido físico. Normalmente, não gostamos das mesmas distrações, e não nos parecem divertidas e interessantes as mesmas coisas, e nossa vidas cotidianas são tão diferentes que às vezes fica difícil nós entendermos uns aos outros. Existem poucos homens que se preocupam com o seu guarda-roupa, salvo de um modo muito ocasional, e existem poucas mulheres que gostam de falar sobre cavalos e cães de caça. Não obstante, estas numerosas diferenças podem ser favoráveis. Elogiem os homens e agradeçam sempre que eles concederem a você um pouco de seu tempo e dinheiro, e verão que sua generosidade aumentará.

Do capítulo intitul ado «Transformar a apatia em fervor»

O envelope em questão estava em uma pilha de correspondência, e não estava selado ou com remetente. O secretário de Colton, Mills, um jovem magro de traços insípidos e aparência discreta, entregou-a com estranheza.
—Isto. Creio que é de sua excelência, a duquesa.
Colton pegou o envelope que ele oferecia.
—De minha esposa?
—Sim, senhor.
—Por que demônios ela me escreveria uma carta?
Era uma pergunta ridícula. Porque como seu secretário ia saber o que Brianna pensava? A verdade é que a maioria das vezes nem o próprio Colton a entendia.
—Parece um convite, excelência — disse Mills, solícito.
— Eu posso ver. —Colton examinou o texto pela segunda vez. — É muito interessante ser convidado para minha própria casa. E ainda mais que a duquesa tenha se esquecido de me falar de seus planos. Por que demônios planeja um encontro campestre?
—Uma surpresa, senhor? —Mills recolocou uma pilha de documentos com sua usual eficiência, em uma atitude mais discreta que nunca.
Colton o olhou.
—Estou de acordo — disse com secura. —É uma surpresa, mas isso não me ajuda a compreender por que não me disse nenhuma palavra sobre isso.
—Seu aniversário, excelência.
—Meu aniversário?
—No dia cinco. Você fará vinte e nove anos.
—Já sei que idade tenho — replicou com aspereza, sentindo-se um pouco tolo. Ao pensar nisso, calculou que era na semana seguinte. A verdade é que não tinha passado por sua cabeça que sua encantadora e jovem esposa fizesse algo como planejar uma festa para celebrá-lo. Não sabia se se sentia comovido ou um tanto aborrecido. Ambas as coisas, certamente. Embora apreciasse o gesto de consideração, também estava muito ocupado para esquecer-se de tudo e ir para o campo para folgar durante cinco dias, em uma casa repleta de convidados.
Brianna tinha uma tendência infernal a complicar coisas que deveriam ser simples.
Suspirou, deixou o convite sobre a mesa, e descobriu um leve rastro do sedutor perfume impregnado no papel.
— Uma vez que sem dúvida ela já enviou outros convites ao evento, suponho que não tenho alternativa a não ser comparecer. Por favor, verifique minha agenda e mude todos os compromissos que sejam possíveis. Parece-me que deveria ver lorde Liverpool durante esses dias, e não cancele o compromisso com o primeiro-ministro a menos que ele esteja de acordo. Assim sendo, você me acompanhará a Rolthven e assim poderemos trabalhar um pouco enquanto estiver lá. Agora é melhor ir à procura de minha esposa e tentar descobrir se está tramando algo mais que eu não saiba.
—Sim, excelência. —Mills se comportou com sua eficiência e discrição habituais, enquanto Colton ficava de pé e saía de seu estúdio. No vestíbulo principal se encontrou com o mordomo, que o informou que a duquesa acabava de chegar e estava em casa.
Enquanto subia a curva elegante da escada principal que conduzia ao segundo andar onde estavam seus aposentos, Colton pensou em como lidar com a situação. Talvez uma repreensão firme. Embora não quisesse parecer ingrato por essa celebração em sua honra, ela devia entender que não podia reorganizar sua agenda. Parou antes de bater na porta do quarto dela, mas então lembrou que Brianna era sua esposa e que aquela era sua casa, assim ele a abriu.
A empregada, sobressaltada por essa irrupção abrupta e incomum no quarto de sua senhora no meio da tarde, levantou os olhos. Naquele momento sacudia uma dessas ridículas roupas íntimas transparentes com as quais Brianna estava se habituando. Inclinou-se com uma profunda reverência e a vaporosa renda ficou suspensa em suas mãos.
- Excelência
Ao ouvir o som de um respingo d'água atrás do biombo, colocado sobre o soalho no outro extremo do quarto, soube onde Brianna estava. Durante o banho, cantarolava uma melodia com uma musicalidade surpreendente. Não sabia que sua bela esposa sabia cantar.
Estava tomando banho, estava nua.
Esse fato irrefutável o conteve por um momento, pois embora fosse lá para falar com ela, não esperava encontrá-la nua. Provavelmente o melhor seria dar a volta e ir embora, sugeriu a voz da razão. Poderiam falar da festa durante o jantar.
Poderia inclusive pedir a ela que descesse um pouco antes para tomar uma taça de xerez, e discutir o assunto nesse momento. Ouviu outro pequeno respingo.
Um som com um erotismo inesperado. Era estranho, mas até esse momento nunca tinha pensado que o banho era um passatempo sedutor.
Colton olhou um segundo para a empregada de Brianna.
—Por favor, nos desculpe. A duquesa a chamará mais tarde se precisar.
—Sim, excelência. —A jovem colocou imediatamente a camisa sobre o tamborete da penteadeira, saiu apressadamente e fechou a porta.
—Colton? —disse Brianna de trás do bimbo. Era óbvio que reconheceu sua voz.
Eram quatro em ponto da tarde, repetiu para si mesmo. E, além disso, estava aborrecido pelo desconcertante comportamento de sua esposa.
Mas para o seu rebelde membro isso não importava. Nem tinha visto Brianna ainda e já sentia sua ereção crescer. A fragrância do sabão de lavanda o fez recordar da doçura de seu aroma. Essa sedutora imagem mental de seus ombros nus apoiados contra a borda da banheira provocou uma reação tão intensa que mal pode acreditar.
As quatro em ponto da tarde era um bom momento para fazer amor com sua esposa.
Foi para lá e rodeou o biombo.
Um par de divinos olhos azuis se levantou para ele quando subiu os dois degraus e parou junto à borda da tina. Brianna usava sua macia cabeleira dourada presa no alto de um modo informal, e algumas mechas rebeldes acariciavam seu pescoço. As curvas superiores de seus seios estavam completamente à vista, à pele suntuosa úmida e brilhante, e em suas suaves bochechas havia um belo ardor causado pela água quente, que se intensificaram quando ele passou a examinar sem pressa o que conseguia ver.
—Recebi seu convite.
Isso, sem dúvida alguma, tinha um duplo sentido, pensou ele com o olhar lascivo preso à pele sedosa e arredondada que aparecia por cima da água.
—Ah, sim? —respondeu ela em um tom muito baixo e vacilante.
Deus misericordioso, inclusive seus joelhos apenas visíveis sobre a água com espuma, era cativantes.
Se um homem se sentia fascinado por uma articulação, então tinha um verdadeiro problema.
—Sim — disse com a voz rouca.
—Está zangado?
Ele havia subido com a intenção de dizer a ela que não podia começar a organizar atos sociais sem o consultar, mas agora, olhando aquele delicioso rosto, descobriu que não estava nem um pouco irritado como antes. O que sentia não tinha nada a ver com a irritação e sim com a luxúria latente.
—Não estou certo. Eu não diria que zangado é a palavra correta. Há algum motivo para que decidisse não me consultar antes?
—Então não seria uma surpresa, você não acha?
— Suponho que não — ele reconheceu, sem saber como conduzir a situação.
O sorriso deslumbrante de Brianna provocou em seu sangue uma inundação que invadiu sua virilha.
—Estou muito contente que não esteja zangado comigo. Não tinha certeza que você gostaria da ideia.
Não gostava em especial, mas era impossível concentrar-se em outra coisa que não fosse à imagem feiticeira de sua impressionante esposa no banho. Lavar alguém que não fosse ele mesmo ficava fora dos limites de sua experiência, mas Colton estava disposto a tentar. Tirou a jaqueta, desfez a gravata, e viu que Brianna abria os olhos, surpresa. Desabotoou com calma os botões dos punhos e enrolou as mangas. O sabão estava sobre um prato de porcelana, pendurado na borda da banheira, e ao segurá-lo percebeu inclusive que o tato escorregadio e úmido o excitava.
—Permite que a ajude a terminar, madame.
Brianna emitiu um pequeno suspiro quando ele deslizou as mãos ensaboadas sobre seus seios. O contato era delicioso na água quente. Redondos, firmes e com uma pele tenra como cetim ele tocou e acariciou. Colton segurou e levantou um de cada vez devagar, como se avaliasse seu amadurecimento. Quando notou na palma da mão os mamilos endurecidos, sorriu sem poder evitar.
—Sou. —disse Brianna sem fôlego e com os olhos entreabertos — capaz de tomar banho sozinha.
—É perfeita, isso está claro — respondeu Colton com o membro tão duro que ficou com medo que arrebentasse suas calças.
Às quatro da tarde.
Lavou seus braços esbeltos, a nuca, a cativante suavidade de suas coxas. Descobriu a cálida doçura entre as pernas que Brianna separou para ele, e a respiração de sua esposa ficou ofegante quando deslizou os dedos naquela ardorosa intensidade. O primeiro gemido fez com que desejasse obter um segundo, e Colton se inclinou para frente para beijá-la, enquanto iniciava um movimento rítmico com uma mão presa à pele brilhante e acetinada.
Isto lembrou, não era a razão pela qual subiu para falar com ela.
Ainda assim, considerou que foi uma mudança de planos deliciosa.
Brianna apertou os músculos internos contra seus dedos invasores e ele sorriu e intensificou o beijo, transformando-o em algo mais intenso, mais lascivo.
Era devasso e peculiar que a tocasse dessa forma em plena luz do dia, mas Brianna descobriu que não tinha a menor objeção. Nenhuma.
A boca dele era ardente e insistente, sua língua, penetrante e inevitável, e ela acariciou apenas seu rosto, percorrendo com os dedos úmidos o queixo nítido, enquanto ele girava com delicadeza o polegar entre suas coxas separadas. Brianna tremeu sem querer ao sentir descargas de prazer que percorriam seu corpo e se instalavam na boca do estômago.
—É delicioso — murmurou Colton preso a seus lábios — mas posso fazer melhor. Parece que já terminou seu banho. Vamos para a cama?
Antes que ela pudesse responder, ele colocou os braços na água e a tirou da tina, sem se preocupar com sua roupa. Brianna ofegou ante aquele gesto audaz, que era completamente inesperado e impróprio dele.
—Colton, ficará molhado!
—Tenho um armário inteiro cheio de roupas secas no quarto ao lado.
Isso era verdade, mas mesmo assim ficou maravilhada que agisse de forma tão impulsiva. Segurou em seus ombros largos enquanto ele atravessava o quarto e colocava seu corpo molhado sobre a cama. Colton começou a despir-se de forma sistemática, com os olhos presos em sua pele reluzente. Primeiro jogou para o lado as botas com um gesto despreocupado, incomum nele. Tirou de qualquer maneira a fina camisa de linho, agora molhada, e depois as calças, revelando uma ereção desmedida.
Eles nunca fizeram amor durante o dia. As cortinas estavam abertas, como era lógico, e a luz do sol derramada sobre a pele dele dava um brilho dourado que definia os músculos tensos deslumbrantes de seu corpo, e provocava reflexos em sua densa cabeleira. Brianna sabia que seu marido a considerava bela, pois ele dissera com uma sinceridade lisonjeira, e a evidência do desejo que sentia por ela era particularmente óbvia nesse momento. Mas também o achava bonito em um sentido muito másculo, com seu corpo forte e esbelto e suas feições marcantes. As pessoas estavam acostumadas a dizer que Robert era o irmão mais bonito por causa de seu charme malicioso, mas do imparcial ponto de vista de Brianna, Colton era tão ou mais atraente. Era certo que não sorria frequentemente, e isso era algo que desejava mudar, mas desde o primeiro momento em que o viu, ela soube.
Era dela. E não tinha a menor intenção de compartilhá-lo com nenhuma outra mulher.
Devia estar fazendo certos progressos; o homem reservado e formal com quem se casou três meses antes não a teria tirado da banheira no meio da tarde.
—Desejo-a — ele disse. Uma declaração desnecessária posto que a evidência física continuasse enorme, presa em seu estômago firme.
—Então estamos de acordo, excelência — murmurou ela tirando o laço que amarrava seu cabelo e deixando que o cabelo caísse em liberdade. —Eu também o desejo.
Subiu na cama e se colocou sobre ela, aprisionou-a debaixo dele e procurou com a boca a sensível junção entre o pescoço e o ombro.
—Não tenho tempo para isto.
Era a coisa menos romântica que ela podia imaginar na boca de um homem, mas vindo dele era completamente autêntico.
Brianna deslizou a mão ao longo da dura musculatura de seus ombros com uma gargalhada contida.
—Farei todo o possível para que cada segundo deste momento valha à pena.
—Mm. — Lambeu-lhe o pescoço e ela notou presa junto à coxa, sua ereção rígida.
Essa resposta evasiva não a incomodou, pois seu caprichoso corpo estava à mercê do desejo, e tanto como desejava agradar e seduzir seu belo marido, também sentia uma enorme necessidade de tê-lo dentro dela. Quando ele colocou a mão em seu seio nu, ela se arqueou para facilitar a carícia, sem vergonha, desinibida, e um gemido surdo emergiu em sua garganta. Ele sentiu o pulsar entre as pernas e notou que estava úmida e que isso não tinha nada a ver com o banho.
— Com é suave — disse Colton com a voz rouca, acariciando-a com delicadeza.
«Não espere», pensou ela. Seria muito lascivo pedir que a tomasse de forma rápida e intensamente como fez na carruagem e na outra noite, depois que ela colocou em prática o conselho do segundo capítulo?
Para um homem tão conservador como seu marido, era provável que parecesse lascivo, decidiu Brianna, oprimida pelo desejo. Mordeu o lábio enquanto as mãos de seu marido continuavam percorrendo seu corpo. Mas mudou de posição com sutileza e levantou os quadris para sugerir sem palavras, com o coração palpitante.
Colton pareceu entender, pois utilizou os joelhos para separar suas pernas e ao mesmo tempo em que possuía seu corpo, possuía sua boca com um beijo ardente. Afundou o membro longo e duro no canal de Brianna, arrancando dela um grito de prazer do fundo de sua garganta.
Quando ele começou a se mover com investidas prolongadas e precisas que provocaram nela uma sensação de maravilhosos formigamentos de prazer que percorreram todas suas terminações nervosas, Brianna pensou que embora na vida cotidiana ficasse ainda um longo caminho a percorrer para se conhecerem mutuamente, aqui estavam chegando a um acordo. Colton tinha o rosto escurecido pela paixão e seus olhos celestes brilhavam sob a luz da tarde, enquanto acelerava o ritmo ante o beliscão agudo das unhas de Brianna em seus ombros.
Ela fechou os olhos, cercada pelo aroma de seu marido, fresco, limpo e masculino, dominada pela força afrodisíaca de seu corpo; uma espiral ascendente de plenitude sexual a transportou irremediavelmente ao topo de um êxtase vertiginoso, antes de cair de bom grado no paraíso. Brianna gritou ao chegar ao clímax. Foi um som breve e agudo que foi quase inconsciente, e Colton respondeu com um ruído surdo e todo seu corpo ficou rígido. O pulsar da ejaculação foi inconfundível quando irrompeu como uma onda, no corpo trêmulo de Brianna uma última vez, e a alagou com um jato.
No rastro letárgico seguinte, Brianna não protestou quando ele virou de lado arrastando consigo os corpos de ambos entrelaçados. Abraçada a ele, notava a respiração profunda em seu peito forte com uma sensação de nítida satisfação.
— Acho que tomar banho sozinha está descartado — murmurou com ironia assim que recuperou forças suficientes para falar. —Pode ser que a partir de agora solicite sua ajuda.
—Sempre a seu serviço, madame. —Colton acariciou seu quadril nu. Foi apenas um afago com os dedos; falou com uma voz alegre, mas com uma expressão difícil de decifrar. Emitiu um pequeno suspiro. —Mas reconheço que o que acaba de acontecer não era absolutamente minha intenção quando vim até aqui para falar contigo.
Ela, nua e refugiada entre seus braços, percebeu sua posição de vantagem e o pressionou.
—Ah, sim, o convite. Disse que não se importava.
—Não — ele corrigiu, e sua voz recuperou o timbre do duque austero — falei que não estava zangado. Há uma clara diferença. Pelo visto Mills acredita que fez isto por causa do meu aniversário.
Ela já sabia que Colton não daria saltos de alegria, mas só de pensar em tirá-lo de sua eterna e devota dedicação às responsabilidades ducais pareceu-lhe muito atraente para resistir. Durante o dia quase não o via, além do presente desvio, que era alentador. Quando Colton investia algum tempo para se divertir? Quando Brianna lhe perguntou uma noite, ele havia respondido distraidamente que de vez em quando caçava, e que tinha um camarote no Newmarket onde em que algumas ocasiões assistia as corridas. Para manter-se em forma praticava esgrima quase diariamente, e dar um passeio a cavalo pela manhã era parte de sua rotina diária.
Era pouco provável que a convidasse para tomar parte nessas atividades, de modo que, com a reunião campestre, ao menos o obrigava a passar um pouco de tempo com ela de um modo não somente sexual. Jantava a metade das noites nesse clube ou tinham convidados, e quando saíam juntos sempre estavam rodeados de outras pessoas.
—Planejei para agradá-lo — esclareceu sem ser totalmente sincera.
Durante um momento ele não disse nada. Então suspirou e sua respiração agitou os cabelos dela.
— Sei que o fez com a melhor das intenções, mas devo insistir para que no futuro me consulte primeiro.
A palavra insistir era irritante. Ela tirou o ás da manga.
—Sua avó está emocionadíssima.
Não era mentira. A venerável duquesa estava entusiasmada com a ideia de uma festa e uma horda de convidados, para não dizer que os seus três netos a visitariam de uma só vez. Brianna compreendeu que isso acontecia de vez em quando. Damien trabalhava para a Coroa e passava mais tempo fora do que em casa, os licenciosos interesses de Robert eram legendários e pouco acessíveis se o enterrassem no campo, e Colton tomava suas responsabilidades com tanta diligência que, em sua opinião, levava uma vida muito pouco equilibrada.
— É mesmo — Na voz de seu marido havia um ligeiro toque de aborrecimento. —Por que tenho a sensação de estar sendo manipulado?
—Colton — Brianna disse com toda a brusquidão que foi capaz, — não acredito que alguém iria manipulá-lo para que aceitasse comemorar seu aniversário. Já disse que não pedi sua permissão porque supus que fosse uma surpresa. Uma surpresa agradável.
«Espera e verá», disse uma vozinha dentro dela. Lady Rothburg fazia uma sugestão muito escandalosa no capítulo que acabara de ler, e embora Brianna ruborizasse cada vez que pensava nisso mesmo estando sozinha, estava disposta a tentar se com isso o agradasse.
—Em minha vida não há lugar para as surpresas, Brianna.
—Penso que você está equivocado, trata-se de nossas vidas e sendo assim eu tenho algo a dizer. —Acariciou-lhe a face com um gesto tenro e sincero.
Sincero.
E talvez, pela primeira vez, ele também sentiu, pois parecia desconcertado. Olhou-a nos olhos com aquelas magníficas esferas celestes.
Pode ser que seja uma loucura, mas ela insistiu.
—Ou não?
Não, mesmo que todos os homens da Inglaterra afirmassem, mas o certo é que ela se casou apenas com um.
—Não fazia ideia de que havia me casado com uma mulher tão combativa. — Ele rolou de repente, colocou-se sobre ela, pressionou-a contra o colchão e baixou a boca até que pôde murmurar preso aos seus lábios: — Parece-me que está discutindo comigo. Estou errado, ou tem certo hábito de fazê-lo?
—Eu não chamaria de hábito. —Brianna se sentiu imediatamente sem fôlego e ansiosa também, como se não tivessem acabado de fazer amor. Ele voltara a ficar excitado. Ela notava na coxa a pressão de seu membro novamente ereto.
—Hum, parece que discordo. —Abraçou-a com mais força e roçou sua testa com os lábios firmes. Então suspirou e acrescentou resignado: — Mas devo ir. Foi um entretenimento muito satisfatório, mas Mills deve estar perguntando-se que demônios aconteceu e tenho uma dúzia de.
Brianna o interrompeu, apoiou-se nos cotovelos e pressionou a boca contra seus lábios com um beijo deliberadamente provocante. Passou os braços ao redor do pescoço dele e se pendurou nele como se realmente tivesse o poder de impedir que abandonasse a cama.
Acontece que tinha. Apesar do horário apertado que insistiu ter, Colton ficou outra hora muito agradável antes de se retirar.
Um golpe de mestre, ela pensou eufórica quando voltou a se lavar na água da banheira que agora estava morna. Colton não havia dito que ela não tinha nem voz, nem voto em seu matrimônio, e pela forma como a beijou-lhe e acariciou.
Sim, as coisas estavam indo muito bem.

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