Um Amor Peculiar

Capítulo 9. Desejo atendido

Dias depois, Lavínia recebeu uma ligação de Amanda dizendo estar muito triste, porque um tio muito querido irmão de seu pai havia falecido devido a complicações de um câncer raro. Ela respondeu a amiga que sentia muito por todos eles, pensou no quanto estariam tristes e que pediu a Deus que confortasse a todos. Amanda disse que toda família provavelmente ficaria até a manhã do dia seguinte no velório.

Mais tarde, Lavínia e Andreia foram ao supermercado já no anoitecer, pois a dispensa da casa delas estava quase vazia. Depois de escolher alguns produtos, passou por elas um simpático rapaz:

― Onde vocês encontraram desse vinho? ― o rapaz apontou para o carrinho.

Andreia que não deixaria por isso mesmo colocou-se entre o rapaz e Lavínia.

― Deixe, que eu te leve ― ela estava toda serelepe.

O rapaz se apresentou como Anthony e por mais que se alegrava ao rir junto a Andreia, ele vez ou outra olhava para Lavínia que os seguiam pelos corredores do supermercado. Ele parecia inquieto e Lavínia ao encontrar seus olhos fintos nela, pensou: "O que há de errado com os rapazes dessa cidade".

Anthony pegou o vinho e foi em direção ao caixa, depois de pegar o número do celular da Andreia.

As garotas passaram suas compras pelo caixa do supermercado e ao saírem de lá, Anthony as aguardavam do lado de fora do estabelecimento. Lavínia cutucou a amiga e Andreia esperou por ele. Enquanto Lavínia guardava as compras, eles conversavam.

Anthony acompanhou sua nova crush até a direção do carro e se despediu. E ao passar por Lavínia esbarrou nela, mas não a olhou e disfarçando disse próximo ao seu ouvido:

― Fique longe de Felipe ― sussurrou o rapaz.

Lavínia olhou assustada para Anthony e ele seguiu seu caminho com as mãos no bolso do jeans sem olhar para trás. Ela engoliu seco e pensou que poderia ter a ver com sua recente carreira de detetive e o que ainda não sabia totalmente da verdade, como aqueles sujeitos supostamente acreditavam.

As jovens voltaram para casa e pararam com o carro na porta da garagem. Quando Lavínia pegou mais algumas sacolas para levar ao interior da residência, viu passar um carro branco e como sempre em alta velocidade. Ela tinha certeza de que era Felipe. A jovem soltou as sacolas de compras, não ouvindo mais a Andreia que reclamou e saiu correndo pela rua.

Lavínia chegou ofegante na casa de Felipe, e notou que ele havia guardado o carro na garagem há pouco tempo. "Hoje você não tem escapatória, Felipe." ― Pensou a garota. Ela tocou a campainha da casa e ele demorou muito a abrir a porta e ela insistiu até ouvir que alguém viria atendê-la.

Felipe apareceu com uma toalha no pescoço e só de bermuda. Lavínia o olhou dos pés a cabeça e ele perguntou:

― Lavínia, aconteceu alguma coisa? ― perguntou o rapaz diante da visita inesperada.

Lavínia olhou para o peito de Felipe e suspirou, perdendo a fala por um tempo e ele fez expressão de confuso.

― Amanda não está em casa ― Felipe disfarçou se fazendo de desentendido.

A jovem colocou a mão no peito do rapaz e o empurrou para dentro da casa e disse:

― Eu preciso falar é com você ― ela fechou a cara.

Lavínia o empurrou até o sofá e quando ele estava para cair, ela o puxou de volta para junto do seu corpo e ficaram com os rostos bem próximos. Aconteceu um encontro de olhares, a jovem observou que Felipe molhou os lábios e quase se beijaram.

Felipe desviou da garota e foi fechar a porta. Ele se fez de santo, como se não tivesse gostado da atitude dela, no fundo ela sabia que sim, ele gostava que a jovem estivesse ali.