Capítulo 15. Desfecho trágico

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Lavínia adormeceu, mas não saiu de um pesadelo. Ela ouvia as gotas de água cair na pia do pequeno banheiro ao lado, e o silêncio da oficina a incomodava ao mesmo tempo a aliviava em não ver o monstro do Rubem. Com muito esforço ela conseguiu se sentar no colchão velho e viu que estava tendo uma hemorragia. Ela começou a chamar por socorro com a voz fraca e sofria por não querer morrer daquela forma.

Depois de algumas horas, um dos criminosos voltou ao cativeiro e ao ver Lavínia desfalecendo acionou uma espécie de rádio e falou:

― O seu objeto de troca está perdendo a validade ― o criminoso alerta a Rubem.

Outro criminoso chegou para confirmar a informação ao chefe e comentou:

― Cara, o Rubem cortou meu barato, ela acabou com a mulher ― comentou o criminoso diante de Lavínia.

Mais tarde, Lavínia escutou a voz de Rubem quando ele chegou ao local e estremeceu de medo ao se encolher em um canto do quarto. Rubem abriu a porta e já entrou a olhando como se ela fosse um animal doente e trazia com ele uma médica que pareceu agir sob constantes ameaças.

A profissional não disse a Rubem que a jovem precisaria de um hospital por medo de retaliação, mas Lavínia estava tendo um aborto, então ela passou uma medicação para ajudar na limpeza do útero e para febre. Depois que a médica saiu, Rubem voltou e a jovem ficou de cabeça baixa não conseguindo olhar na direção do criminoso e ele disse:

― Meu melhor amigo e amor seu, está contribuindo para nosso negócio, parece que chegamos a um acordo ― Rubem disse de forma irônica.

Ele para completar seu discurso de ódio, disse que optou por devolver Amanda aos pais por conhecê-la desde criança e uma pequena consideração pela família apesar de tudo, exceto Felipe que o atingiria através da Lavínia.

Lavínia não queria assunto com o criminoso, mas ele fez questão de contar histórias, dizendo que Felipe e ele eram amigos de infância, cresceram juntos e tudo que ele fez em sua maldita vida foram juntos. E tudo estava correndo muito bem até eles conhecerem a jovem.

Rubem pegou no queixo de Lavínia e depois o soltou de uma só vez. Segundo ele, Felipe mudou tanto que ele desconhecia o companheiro de negócios.

Lavínia ficou em silêncio e Rubem continuou dizendo que Felipe não era o "santo" que a jovem imaginava e logo após o criminoso apontou para o ventre de Lavínia:

― Esse não teve a chance de conhecer seu pai bandido, que já torturou e matou pessoas sem ter pena delas ― Lavínia que já estava com o psicológico abalado começou a chorar.

E Rubem continuava a dizer bem próximo do rosto da jovem:

― A minha satisfação é muito grande quando soube que havia matado uma parte de Felipe em seu ventre e eu vou destruí tudo dele, depois posso ter o prazer em matá-lo ― Rubem falou para Lavínia ao empurrá-la de volta ao colchão.

A jovem sentiu o horror daquelas palavras e chorava desesperada. Rubem não perdeu tempo, começou a filmar Lavínia e provavelmente enviaria o vídeo para Felipe. Depois de satisfeito com o terrorismo que acabara de fazer, ele saiu do quarto e a jovem ficou ainda pior com a surra, e dessa vez da parte emocional.

Na madrugada daquele mesmo dia, Lavínia começou a ouvir a movimentação de pessoas no local, os criminosos esperavam por Felipe pelo o que Lavínia pode ouvir.

Lavínia tentava ver pela fresta da porta e então ela ouviu a voz de Felipe quando ele chegou. Abriram a porta do quarto de cativeiro e a jovem queria desesperadamente correr até seu amor, mas colocaram uma arma na cabeça dela e qualquer reação a não ser a que os criminosos pedissem, seria morte na certa.

Felipe olhou para a jovem que estava a certa distância e respirou fundo mostrando as mãos em sinal de que estava desarmado.

Rubem e Felipe começaram a trocar insultos e ameaças. Felipe pediu que soltassem a Lavínia e Rubem perguntou pelos documentos que o incriminava. Depois de tanto desfiarem o ódio que sentiam um pelo outro e vendo que Rubem não sedia, Felipe abriu a pasta cheia de papeis e os arremessou ao alto, espalhando-os por todo o galpão, então ameaçou:

― Aqui está tudo que me pediu então você mesmo, recolha! ― Felipe também com sangue quente não tinha paciência para resolver a questão.

Rubem tomou Lavínia das mãos de um dos comparsas e levou-a para mais próximos de Felipe. O rapaz levou a mão nas costas e sacou uma arma apontando para o criminoso. Rubem parou e pediu para que seus comparsas espalhados pelo local que não atirassem ainda e com a arma na cabeça de Lavínia, ele disse ao ex. amigo:

― Quem diria ser você meu melhor amigo e quem me trairia? ― Rubem se referiu a Felipe.

Felipe não fez o jogo emocional de Rubem o conhecendo e pediu:

― Deixe Lavínia ir, ela não tem nada a ver com nossas desavenças ― Felipe pediu reparando o quanto seu amor estava ferida.

E Rubem levantando o rosto de Lavínia pelos cabelos para que Felipe a visse melhor, seguiu ameaçando:

― E quem me garante que um traidor feito você não entregou esses documentos para a polícia? ― Rubem disse não confiando nada em Felipe.

Felipe não conseguia mais se concentrar aos desafios de Rubem e ao ver o rosto de Lavínia se distraiu com a mira da arma e no mesmo instante um dos criminosos gritou avisando que a polícia havia cercado a área. Rubem soltou a jovem no chão e antes de Felipe atirar, Rubem disparou várias vezes contra ele e em seguida fugiu do local.

Lavínia gritou e chamou por Felipe que caiu ao chão ferido, ela se arrastou até ele e tentava mantê-lo acordado:

― Não me deixe meu amor ― ela implorou para que Felipe não fechasse os olhos.

Ele já desfalecia e tocou o ventre de Lavínia com dificuldade para falar e balbuciou:

― Te amo... Para sempre ― Felipe disse fechando os olhos.

Aos poucos ele perdeu as forças e sua mão deslizou da barriga de Lavínia até cair no chão. Ela gritou por socorro e os agentes que cercaram o local já haviam chamado à emergência e Lavínia foi aparada por Wesley, poucos antes de desmaiar e ser levada para o hospital.

Um Amor PeculiarWhere stories live. Discover now