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POV'S NOAH

- Ela é linda. - Preciso fazer leitura labial como não consigo escutar nada do que eles dizem do outro lado do vidro.

- Os olhos, que cor são os olhos?- Bom acho que foi isso que Sofya perguntou, aponto pra manta que cobria a neném indicando que são verdes, isso mesmo ela tem os olhos exatamente no mesmo tom dos da mãe, na verdade ela é o xerox completo da Sina.

- A gente precisa levar ela agora. - A enfermeira estica os braços pra pega-la, e mesmo não querendo soltar minha menininha eu entrego.

Olho pro lado de fora e vejo o guardinha tentando tirar meus amigos do vidro pra poder dar espaço pra outras famílias.

Josh briga com o mesmo tentado ir mais pra frente enquanto Heyoon tenta puxar ele pra trás.

Ando pelo corredor procurando a porta do quarto que Sina estava, entrei e sai de lá tão empolgado que nem prestei atenção qual era.

Levo alguns minutos até encontrar, abro a porta de vagar e vejo a loira dormindo, seus olhos estavam um pouco roxo e seus cabelos ainda estavam molhados de suor, nada que tirasse sua beleza.

- Descansa guerreira. - Beijo sua testa.

Passei o parto inteiro ao lado dela, sinceramente não sei como ela aguentou foram horas e mais horas de sofrimento, mas que com certeza valeram a pena.

Ela apertava minha mão com tanta força que achei que fosse quebrar, eu até que estava calmo, mas a hora que o doutor disse que estava vendo a cabeça saindo eu quase desmaiei, só me mantive firme pelas broncas que Sina me dava entre uma contração e outra.

Acordo todo torto na poltrona, vendo a cena mais linda que eu já tinha visto na vida, Sina estava com a pequena nos braços passando levemente os dedos pelo seu nariz.

- Olha só filha o papai acordou.

- Como você tá? - Sento na cama ao lado delas e acaricio os poucos fios de cabelo que a neném tem.

- Agora tá tudo bem, na verdade eu só preciso muito de um banho.

- Eu vou chamar uma enfermeira pra te ajudar. - Ameaço levantar mas ela me impede.

- Não precisa, eu consigo sozinha.

Pego a Aimê meio desengonçado, e todo duro, Sina ri e arruma ela no meu colo.

- Eu já volto meu pacotinho. - Aimê recebe uma sequência de beijos da mãe.

Vou até a janela e abro um pedacinho da cortina dando visão pra uma grande parte da cidade.

- Olha só filha, quanta coisa tem pra você conhecer ainda, falando em conhecer daqui algumas horas sua família vem te ver... aham é verdade eles são meio loucos não precisa se assustar tá bom, com o tempo você se acostuma.

Ela é tão pequena e frágil, mas eu não sinto mais medo, pelo contrário agora eu tenho coragem pra enfrentar o que for por ela.

Fico ali conversando com ela até pegar no sono, na verdade ela dormiu nos três primeiros segundos, mas o papo tava bom demais pra eu ficar quieto.

- Gostei muito do conversar com você, você não briga ou revira os olhos quando eu falo alguma bobeira.

Escuto a porta abrir e me viro de vagar pra não acorda-la.

- O que você ta fazendo aqui?

- Vim conhecer minha neta. - Ele se aproxima e tira ela dos meus braços.

- Sina já vem. - Informo por não saber o que dizer já que um soco não seria possível no momento.

- Você tinha que arranjar uma forma de ficar próximo dela né?

- Eu terminei com ela como você pediu Richter.

- Mas é o pai da minha neta, o que te impede de se afastar da minha família.

- O que você quer com tudo isso?

- Quero dizer que minha filha e minha neta voltam pra casa comigo.

- Elas não vão a lugar nenhum.

- Não é você quem decide isso.

-Nem você pai. - A loira sai do banheiro com os cabelos pingando água.

- Sina...

- Foi por isso que terminou comigo? - Ela encara firmemente.

- Me desculpa eu não sabia o que fazer.

- Não se preocupa, eu sei o quanto esse homem consegue manipular a cabeça das pessoas quando quer.

- Esse homem? Eu sou seu pai Sina.

- Não você não é, e me da minha filha. - Ele se nega soltar a neném.

- Você tá igualzinha sua mãe, me diz o que você vai fazer sem o dinheiro que eu te dou ? vai criar como essa criança?

- Assim como a mamãe eu não preciso do seu dinheiro e nem de você, agora por favor me da minha filha. - Escorrem lágrimas pelos olhos de Sina.

- Eu vou te dar uma última chance, você vai pra casa comigo, ou perde tudo que você tem.

- Eu não vou perder nada, porque tudo que eu tenho não depende de você, minha família, minha filha, minha felicidade, nada disso você pode tirar de mim.

- Desde quando você virou a sua mãe? As duas coitadas tentando mostrar que são capazes de se virar, quando não são.

- Mamãe tá muito bem sem você e eu tambem vou ficar. - Mesmo tentando se manter firme suas mãos tremem esticadas esperando que seu pai entregue Aimê.

- Em respeito a minha neta te dou uma semana pra sair daquele apartamento e depois disso se vira, só anota o que eu vou te falar Sina, você ainda vai se arrepender disso. - Ele entrega a menina e sai deixando a porta aberta.

Sina agarra a filha, e soluça de tanto chorar.

- Ei ta tudo bem, tá tudo bem. - Abraço ela e ela se encosta no meu peito.

- Você podia ter me contado e passei os últimos meses achando que você não me amasse mais... você ainda me ama né?

- É claro que eu te amo Sina, e agora mais nada vai poder separar nos três.

- O que a gente vai fazer agora, onde eu vou morar ? - Ela se afasta e me olha assustada.

- Comigo é claro.

- Mas e seus pais ? sua irmã ? - Ela solta a pequena na cama.

- Minha mãe te ama e vai amar ter a neta por perto, minha irmã gosta mais de você do que de mim, eu sei que não é que você queria, que você gosta de ser independente mas é nossa única opção agora. - Puxo ela pra perto de novo e ela me beija em meio as lágrimas.

- Sendo ao seu lado tá otimo. - Logo que ela diz Aimê começa a chorar.

- Ao nosso lado mamãe não esquece de mim. - faço voz de bebê dublando a chorona enquanto a pego no colo.

Balanço ela por alguns minutos e nada dela se acalmar.

- Eu acho que só eu posso resolver o problema. - A loira aponta pros seios e se arruma na cama, eu entrego a bebê e sento na ponta da cama vendo os amores da minha vida.

BY CHANCE/ BeauanyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora