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POV'S BAILEY

Minha mãe não parou de perguntar de Joalin mesmo depois de eu mentir que ela foi visitar uma amiga que estava muito doente.

Mentira péssima eu sei, mas o que eu ia dizer ?

Então consegui convencer meu pai de irmos dar uma volta na praia, tomar uma cerveja e bater um papo.

Não foi muito difícil esse sempre foi nosso programa pai e filho preferido.

—  Como tá a faculdade ? - Meu pai pergunta depois de um longo tempi em silêncio.

—  As vezes eu penso em jogar tudo pro ar e desistir. - Ele vira o rosto assustado e da um gole demorado na cerveja, eles investiram demais em mim, então entendo o desespero que sente ao me escutar falando aquilo. - Mas ai eu percebo que é só questão de seguir em frente, tudo tem seu lado ruim não tem?

— Sua mãe estava preocupada com você, as ligações foram ficando cada vez menos frequentes, não responde mais nossas mensagens.

— É eu sei pai... anda tudo meio corrido...

— Questão de prioridades Bailey, cuidado com as suas.

— Eu vou ser mais presente prometo. - A verdade é que eu sempre fui muito próximos dos meus pais, por isso era tão difícil mentir pra eles, então  acabei me afastando um pouco.

Ele sempre me apoiaram em tudo, por que então eu tenho medo de cintar sobre o término? É que se eu falar o motivo minha mãe nunca mais vai olhar na cara de Joalin, e mesmo que seja difícil admitir eu ainda tenho esperança da gente voltar.

O que acaba hoje, vou cintar tudo e seguir em frente, encontrar alguém que esteja comigo por inteiro, e que não me troque por uma sala com uma mesa e ar cindicionado. 

— Vamos voltar sua mãe já deve estar com o jantar pronto. - Ele se levanta e estende a mão pra me ajudar, durante o caminho vamos falando sobre futebol e nisso entramos numa aposta de qual time ganharia o campeonato, que Mamãe não saiba disso se não nós dois vamos levar uma surra.

Meu pai tinha razão assim que nos aproximamos do portão o cheiro de comida chega até nós.

Havia acabado de escurecer nós ficamos cerca de duas horas parados na areia da praia.

Meu pai entra na frente enquanto coloco a moto de Lamar na garagem, encosto a porta que meu pai deixou aberta e uma voz femenina passa pelo meu ouvido.

— Tá bom ? Ou precisa que pique mais um pouco ? - Travo na porta ao ver Joalin ao lado de minha mãe na pia.

— Isso já deve dar. - Minha mãe pega a tábua com tomates picados da mão da loira.

— Você voltou ? Por que ? - Joalin me encara meio sem saber o que fazer, uma reação estranha vindo dela que sempre é tão decidida.

— Isso é jeito de falar com sua namorada ? Parece até que não queria ela aqui. - Meu pai briga comigo.

— Não, não é isso só estou surpreso.

— Minha amiga melhorou. - Joalin me encara mostrando que já sabe da história que eu inventei.

— Pode me alcançar o queijo querida ? - Joalin não responde apenas abre a geladeira e põe o Queijo em cima da bancada pra minha mãe.

— Pode me ajudar numa coisa ? - A loira indica sutilmente com a cabeça pro lado das escadas.

— Claro. - Espero ela passar por mim e depois a sigo até um dos quartos vazios, ela para de pé e espera eu fechar a porta. - Obrigado.

— Obrigado nada, eu só voltei por que o próximo onibus só sai amanhã de manhã. Você vai contar pra eles Bailey.

— Tá bom eu conto.

— Sério? - Sua pose de durona caiu no chão após eu concordar.

—  Sim, vou mentir até quando? Até eu aparecer com outra pessoa?- Seu olhar me desvia depois disso.

— Ótimo. - Ela abre a porta e sai batendo o pé, sua cara não foi de contente, não entendi o porquê, não era exatamente o que ela queria?

Desço logo atrás da loira e quando penso em me jogar no sofá minha mãe me impede com um grito, dizendo que o jantar estava pronto e que se colocasse a bunda no sofá não ia levantar mais.

Sento de frente pra ela e logo em seguida Joalin puxa a cadeira ao meu lado.

— Eu fico tão feliz de ver vocês dois juntos, você sabe que é como uma filha pra mim não sabe ? - Da pra ouvir o som de Joalin engolindo ar junto com a comida ela me olha antes de olhar pra minha mãe.

— Fico muito feliz por isso mas... - Joalin começa mas minha mãe não a deixa terminar.

— Eu tava falando ontem mesmo com o Matt de como nosso filho teve a sorte de encontrar alguém que o priorize tanto, eu fico tão mais tranquila de saber que ele não está sozinho. - O olho de Joalin chega a tremer.

— Acho incrível a maturidade de vocês dois, de saber conciliar a faculdade o trabalho e o relacionamento. - Ok esse assunto já foi longe demais é hora de decepciona- los.

— Sobre isso, eu preciso falar com vocês. - Paro esperar algum auxílio de Joalin me ajudando a continuar mas a única coisa que recebo é uma cotovelada dela enquanto meus pais estão me afrontando.

—  Fala filho vocês tão pensando em casar ? Precisam de ajuda financeira? Sabe que pode pedir qualquer coisa pra gente.

— A gente terminou. - Joalin diz de uma vez.

O olhar da minha mãe alterna entre eu e a loira com o cenho franzido, meu pai vira a taça de vinho quase tudo num gole, sei que aquilo não o afetou tanto mas ele sabe o que está por vim da parte da mulher dele.

— Nessa conversa de cinco minutos que vocês tiveram lá em cima? Porque estava tudo bem até agora. - Joalin agora me olha indicando que eu vou ter que tomar partido dali em diante e explicar o resto.

— A gente não tá mais junto a meses mãe. - Meu pai vira a taça que era minha agora e se segura pra não rir, provavelmente não porque achou a situação engraçada.

— A meses? A meses?. - Ela levanta da cadeira e começa a tirar a louça da mesa.

— Niguem comeu ainda Vanessa. - Meu pai aponta pros pratos cheios.

— Então vamos comer. - Ela se senta novamente e quase assassina o prato com o garfo, com ceteza ela está imaginando minha cabeça ali. - Por que ?

— A gente percebeu que queríamos coisas diferentes.

— Não é bem assim essa história não, você queria se dedicar pra você, somente você aí me deu um pé na bunda. - Discordo da loira.

— O futuro que você imaginava pra nós era totalmente do que eu imaginava. - Ela retruca já brava.

— É claro por que no seu futuro nossa relação estaria a mesma coisa que estava naquela época, nós namorando, morando separados, sem casamento sem filhos sem nada, um típico namoro adolescente.

— Você queria o que ? Que eu ficasse em casa parindo criança e você trabalhando fora? - Quando eu percebo estamos os dois de pé um de frente pro outro.

—  Quando foi que eu disse que queria isso ? Eu só queria estar incluso nos seus planos. - Bufo.

— E você estava...

— Claro eu seria sua transa de final de semana Joalin.

— Você tá muito enganado Bailey, eu queria me casar com você eu nunca tive dúvida disso, mas você esperou que eu fosse a donzela em perigo que precisava ser resgatada por você, sendo eu podia me salvar sozinha, eu não queria alguém que me protegesse da dor ou de qualquer decepção eu precisava de alguém que tivesse comigo quando eu passasse por esses momentos, e você era essa pessoa mas alguma coisa mudou...

— Você me mudou, não vê isso? Você se afastou e me fez ficar com medo de te perder, e por causa desse medo eu comecei a querer tirar qualquer distração de perto mas não consegui não é mesmo? - Digo sentindo minha voz falhar.

— Talvez fosse pra ser assim. - Ela diz.

— Talvez...



BY CHANCE/ BeauanyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora