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POV'S SINA

— Tô indo encontrar com o Krystian. - Pego a Aimê do colo do avô.

— Noah tentou vir pra cá. - Me bato um pouco  pra lidar com a bolsa e a pequena no colo. - Mas você não parece surpresa com isso.

— O que você espera que eu faça? - Dou as costas pra ele e vou andando em direção à porta da frente da casa.

—  Eu sei que você mantém contato com ele, sabe que isso só complicar mais na separação de vocês.

— Ele é o pai da sua neta, ela precisa dele, eu preciso dele.

— Você não precisou de mim pra se tornar essa mulher forte. Aimê vai ficar bem sem ele. - O encaro uma última vez antes de sair.

Sinto uma vontade enorme de chorar, tenho enfrentado tudo de cabeça erguida, mas tenho engolido muita coisa eu tô cansada de ter que ser forte por mim pela Aimê e agora pelo jeito até por Noah, ele perdeu a cabeça e tem agindo como um idiota, mas eu posso culpa- lo ?

Apesar do sol brilhando o clima está gelado, nada que meu casaco não resolva, não tem muito movimento na rua e decido ir a pé mesmo o hotel só ficava a algumas quadras dali.

Meu telefone começa a vibrar sem parar dentro da bolsa rosa pendurada no meu ombro, deixei no silencioso pra não dar problema se alguém me ligasse na hora errada.

Deslizo a pequena pelo meu corpo até seus pés encontrarem o chão, seguro sua mão o mais rápido o possível antes que ela sai correndo, não que isso a impeça por que agora ela está me puxando pela calçada, com a mão livre reviro tudo em busca do aparelho  quem quer que seja ainda não desistiu.

LIGAÇÃO ON.

S: Andrey?

A: Sina, pode falar agora ?

S: Me da dez segundos. - Coloco Aimê sentada em uma muretinha e a entrego um pirulito que havíamos ganhado de uma senhora quando fomos no parque ontem, tinha uma banana na bolsa também mas estou certa que o pirulito a manteria quieta por mais tempo. - Pode falar, alguma novidade?

A: Eu não tenho coragem de falar com o Noah então... Eu não sei mais o que fazer Sina, estou de mãos atadas tudo que eu pensei não deu certo...

Ele continua falando e falando mas eu já nem estou mais escutando, talvez eu também esteja a ponto de desistir.

S: Tudo bem Andrey. - o interrompo do discurso de desculpa.

A: Eu não quero desistir, entenda por favor.

S: Eu entendo acredite, só tenho a agradecer por tudo.

A: Eu sinto muito.

S: É eu também. - Desligo antes que ele possa falar qualquer outra coisa.

LIGAÇÃO OFF.

— Minha nossa tem mais doce na sua roupa que na boca. - Aimê me faz rir independente da situação.

— Foto po papai. - A malandra chega a fazer até pose, ela está tão acostumada que qualquer coisa que ela faça ou fale eu mando uma foto pra Noah.

— Sem fotos pro papai hoje ok? vamos ver o tio Krys ? -  Seus bracinhos sobem esperando que eu a levante.

Durante o caminho sinto ela amolecer no meu colo deito sua cabeça no meu ombro quando percebo que ela está prestes a dormir, ainda bem que já estamos na frente do hotel que o chinês estava hospedado.

Como venho aqui quase todos os dias então tenho acesso livre até o quarto dele, o elevador está lotado pra minha sorte, tenho que esperar o próximo.

Minha teoria é que quando criança dorme ela fica três vezes mais pesada não é possível, saio do elevador já com os dois braços ocupados como tive que deita-la, ando pelo corredor confiro se estava mesmo no quarto 425 e entro.

— Cheguei... Opa acho que errei o quarto. - Tem um homem seminu de frente pra mim, não sei nem o que fazer. - Desculpa.

— Tá procurando o Krystian? - Ele está super confortável só de cueca na minha frente, a porta do banheiro se abre.

— Não achei que você ia chegar tão cedo. - Olha que eu tive vários empecilhos no caminho, fico pensando se eu tivesse chegado o horário que eu queria, que cena eu teria encontrado.

— Quer que eu volte depois? - Pergunto meio sem jeito mas querendo rir ao mesmo tempo.

— Não, ele já está indo embora. - O chinês joga uma muda de roupa em cima do homem que agora está na poltrona.

— Estou ? - O homem pergunta confuso.

— Está. - Ele coloca um travesseiro no meio da cama e indica pra eu por Aimê lá.

— Acho melhor ficar com ela no colo. - Meus braços já estavam dormentes mas não sabia o que tinha acontecido naquela cama, porém eu imaginava... até demais na verdade.

— Nada do que aconteceu foi em cima da cama, acredite em mim. - Krys me informa e minha imaginação voa.

— Ele tem razão. - O loiro alto está sorrindo malicioso, resolvo nem questionar me ajeito e coloco a pequena deitada.

— Você tá aqui ainda? Não demorou tanto assim pra tirar a calça, não é tão difícil por de novo.

O cara termina de se vestir, pega uma carteira e um celular que estavam no chão e sai sem falar mais nada, a porta fica aberta.

— Tá aproveitando bem sua vinda não é?

— Achou que eu ia vir aqui só pra cuidar de você ? Preciso de uma recompensa. - Krys diz rindo.

— Uma bela de uma recompensa né?

— Um desperdício nunca mais ve-lo. - Ele fecha a porta com um único empurrão.

— Não vai mais ? - Pergunto.

— Eu não, vai que ele se apega, aqui é uma vez e acabou. - Dou risada e ando até a janela, abro a cortina e o quarto todo recebe a luz, até por que era bem pequeno. - Que risada falsa foi essa ?

—  Acho melhor você voltar pra casa. - Ele fecha a cara ao me olhar

— Do que você tá falando? Já tá desistindo?

— Aham.

— Sina, cala boca, vai lutar pelo seu homem... e vou ter que pedir pro hotel trocar os lençóis olha a situação que ela está vai sujar tudo. - Ele mostra a roupa de Aimê cheia de grude do pirulito.

— Nossa olha, tem na minha roupa também. - Aponto pro meu ombro e me jogo em cima dele na cama tentando esfregar a sujeira nele e ele tenta sair a todo custo mais não consegue.

— EU ACABEI DE TOMAR BANHO. - grita bravo.

— E de acordar minha filha também.

BY CHANCE/ BeauanyWhere stories live. Discover now