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POV'S NOAH

— Obrigado por ter vindo dona... - Eu sabia o nome dela, me fiz de desinformado mesmo assim.

— Sem dona por favor, pode me chamar de Lena, bom vamos  combinar os horários e temas.

Minhas mãos suam frio, não sei nem por onde começar a falar com a mulher a minha frente, ela não sabe por que está aqui, supostamente eu a chamei por precisar de uma de suas palestras pros alunos da Universidade.

Any me ajudou com isso ela conseguiu imprimir um documento escondida, se alguém descobre na certa que aquele lance de cadeia volta a tona, mesmo assim nos arriscamos.

Olho pro carro do outro lado da rua onde Josh e Joalin me esperam, engulo a saliva com um certa difículdade, Lena parece estar ficando impaciente com minha enrolação.

— Eu vou ser direito.

— Ótimo. - Lena aprecia minha fala.

— Não preciso que você de nenhuma palestra.

— Pra que eu viajei até aqui então? - Ela me olha desconfortável.

—  Sina precisa de ajuda. - Ela trava por alguns segundos, sua respiração fica mais forte.

—Eu não tenho mais nada haver com a vida dela. - Ela coloca a bolsa no ombro se levanta e vai andando até a porta, eu não penso duas vezes e vou atrás dela depois de deixar algumas notas de dinheiro sobre a mesa pra pagar nosso café.

— Ela é sua filha.

— Não é mais. A um bom tempo já. - Como se fosse uma escolha dela deixar de ser mãe. 

— Ela ainda te ama. - Já estamos do lado de fora do restaurante e a mulher não para de andar.

— EU ABANDONEI ELA.

— Você precisou a gente sabe.

— Precisei? Quem precisa largar a filha? Principalmente com um canalha que nem o pai dela, você não tem noção da pessoa hipócrita que eu fui, das decisões erradas que eu tomei.

— Ela entende você ter ido embora. - A mulher tenta abrir o carro com a chave mas suas mãos tremulas a impedem.

—  Ela não sabe da verdade isso sim, eu podia ter levado ela junto e não quis. - Ela se encosta no carro e me olha, sorrindo e chorando ao mesmo tempo, como alguém que já desistiu de si mesma a um bom tempo.

Nesse momento eu sinto uma raiva daquela mulher mas ao mesmo tempo um sentimento de dó se instala em mim.

— Eu não entendo.

— Quando eu saí daquela casa tudo que eu queria era liberdade. E como é que se tem liberdade com uma criança pendurada nas suas pernas ? Como recomeça sua vida?

— Você diz isso como se ela fosse um peso pra você.

— Era o que eu pensava na época. Eu tinha sonhos, ambições e ela não se encaixava neles.

— Você nem se quer sente um pouco de remorso?

— Um pouco ? Se tem uma coisa que eu me arrependo todos os dias é de te-la deixado pra trás. - Lena não vence secar as lágrimas que pulam de seus olhos verdes.

—E por que não voltou ?

— Ter que encarar ela? Essa é a unica coisa que me dá medo nessa vida rapaz,  mas você não entenderia não tem filho.

—Eu tenho sim uma filha, sua neta.- Ela franze o cenho agora estranhando. - Richter tirou elas de mim...

— Como é o nome? Quanto tempo? - Ela me interrompe.

BY CHANCE/ BeauanyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora