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Iara

Eu preciso definitivamente arrumar algo pra fazer, sério, pensei que morando aqui eu nem iria precisar porque poderia ficar com as meninas o dia todo mas me enganei, a Vivi vive pra cima e pra baixo com o Barão, e a Luana tá pegando alguém mas não fala quem é, sempre sai e não fala onde tá indo, eu hein. Agora eu tenho que ficar aqui sem nada pra fazer, Hoje é quinta-feira e graças a Deus amanhã tem baile, pelo menos assim eu saio para rebolar minha raba e me embebedar.

Estou vendo tv enquanto mexo no celular, mais uma vez sozinha em casa, aff, tá ficando chato isso já, ou talvez não, ouvi alguém bater na porta e fui correndo abrir, mas me deparei com um menino que nunca vi, não conheço a figura.

— Oi? — olhei pra ele que também me olhava sem falar nada.

— O chefe mandou eu vir aqui te chamar — o quê? Era só o que me faltava.

— Que chefe menino? Me chamar pra onde? — não estava entendendo.

— O Ícaro, ele quer te ver na boca — olhei pra ele e quase ri, o boy tá achando o quê? Que a gente tá namorando? Deus me livre, confesso que ele é um puta de um gostoso mas é só isso, foi sexo e basta.

— Vai falar pro teu chefe que eu não tô afim não, tenho mais o que fazer — bati a porta na cara do coitado, eu hein.

Continuei vendo os negócios lá na Tv mas sem a mesma concentração de antes. Passaram uns 20 minutos e mais uma vez alguém bateu na porta, fui abrir sem ânimo e quando vi confesso que esperava, era ele, Ícaro, em carne e osso.

— Não vai me convidar pra entrar? — ele não estava com a cara muito boa, parecia estar se controlando.

— Não — falei seca.

— O que tu quer? — fui ignorada por ele que me afastou e entrou na casa mesmo sem convite e sentou no mesmo sofá onde eu estava, bufei e fui até ele.

— Eu mandei alguém aqui vir te buscar — disse sem olhar pra mim.

— E eu disse que não tava afim — continuei na ignorância também.

— E quem disse que tu tem que estar afim? —Dessa vez olhou pra mim, tinha algo estranho no seu olhar, algo que eu não conseguia decifrar.

— Aqui, tenho mais o que fazer tá Ícaro, não se iluda foi sexo e ponto — eu já não estava gostando do rumo da conversa e tentei colocar um ponto final, mas parece que ele não concorda muito, pois se levantou e veio até mim, colocou nossos rostos muito próximos.

— Foi só sexo sim mas o ponto eu que coloco — olhei pra ele sem entender, mais um psicopata na minha vida, eu mereço, me afastei dele e fiquei olhando para o mesmo sem dizer nada.

— Agora me fala de tu, de onde é? Porque eu nunca te vi aqui — agora ele estava mais normal e voltou a sentar, eu sentei no outro sofá mas antes respondi.

— Não te interessa — ele me olhou e sorriu de lado com deboche, mas mesmo assim o sorriso dele é perfeito, se não fosse um psicopata seria o homem que qualquer mulher gostaria de sentar.

— Tu não vai embora não? — perguntei e ele me olhou.

— Tá me mandando embora? — me olhou sério.

— Não deu pra entender? — não vou me intimidar.

— Antes de ir embora eu queria fazer algo — disse se aproximando de mim, e eu até já imaginava do que se tratava, mas eu que não ia negar nem.

— O quê? — minha voz saiu rouca, nossos corpos já se encontravam próximos e ele não respondeu, apenas selou nossos lábios iniciando um beijo veloz, levou suas mãos até minha cintura e a apertou levemente enquanto as minhas seguravam seu pescoço, estávamos próximos do sofá, então ele sentou e eu fiquei por cima dele enquanto continuávamos nos beijando, até que fomos interrompidos com a porta sendo aberta, afastei ele e quando vi era a Vivi, ela não disse nada apenas sorriu maliciosa e passou por nós correndo, mas para mim não tinha mais clima, ele tentou continuar mas o afastei.

— Tu precisa ir embora — disse e ele me olhou com cara feia mas levantou e saiu sem falar nada.

Me joguei no sofá e fiquei pensando, eu estou me metendo em mais uma roubada, esse cara é um louco, ele não vai me deixar em paz tão cedo, mas ao mesmo tempo é um gato gostoso filho da puta que confesso que vontade de dar pra ele todos os dias não me falta.

—Hummm — Vivi apareceu com um pote de sorvete e sentou do meu lado.

— Desculpa tá, a gente só estava se beijando, não ia acontecer nada — é meio estranho transar no sofá da casa onde tu mora com mais duas pessoas.

— Tem problema não, não seria a primeira vez que esse sofá presenciaria uma situação dessas — ela me olhou com um sorrisinho que me fez entender e eu ri.

— Agora toma cuidado hein, Ícaro não é homem de se apaixonar ou assumir alguém, ele é bicho solto, transa contigo agora e com outra horas depois — eu hein, quem disse que eu, logo eu iria me apaixonar por ele, é mais fácil ele se apaixonar.

—Tá doida mulher? Eu não sou mulher de me apaixonar não — falei e ela deu de ombros e ficamos vendo Tv até que Luana se juntou a nós.

—Conta pra gente quem é o boy Luana — Vivi disse pra ela que estava mantendo segredo e isso é meio chato, ok que é a vida dela mas a gente se conta tudo.

—Vou contar nada, já disse que é segredo — eu dei de ombros e vi meu celular apitar, tinha um monte de pedidos para me seguir no Instagram e a maioria era pessoal daqui da Maré, aceitei alguns, e continuei vendo algumas coisas nas minhas redes até que bateu uma fome.

—Tou morrendo de fome — comentei me levantando pra cozinha, preparei o jantar rápido, algo simples e depois chamei as meninas, comemos enquanto falávamos sobre assuntos aleatórios até que terminamos e Luana lavou a louça.

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Eu, Você e o MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora