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Ícaro

Vi ela sair correndo e decidi não ir atrás, e minha mão estava doendo pra caralho, então preferi ir para casa descansar, amanhã eu me resolvo com aquela maluca, filha da mãe, ela quase arrancou minha mão.

Com muita dificuldade consegui fazer um curativo! Tomei um banho rápido e vesti apenas uma cueca, me deitei para tentar descansar, o dia não foi muito agradável.

Não conseguia dormir e minha mente só conseguia pensar nela, não sei que merda está acontecendo, mas aquela garota não sai da minha mente.

[...]

Acordei bem cedo, e novamente minha mente voou para aquela mulher, não sei o que ela fez comigo, mas com certeza está funcionando.

Escutei meu celular tocando e era o Gui, o que será que ele quer tão cedo.

— O que tu quer? — perguntei.

— Que isso Ícaro? É essa a educação que a dona Laura te deu? — não estava muito afim de zoação  hoje.

— Fala o que tu quer logo porra — falei pronto para desligar caso ele continuasse com brincadeiras.

— Queria saber se tá tudo bem, mas vejo que não — explicou mais sério .

— Então tchau — mais uma vez eu estava pronto para desligar mas mais uma vez ele falou antes que eu pudesse fazê-lo.

— Cara, tá tudo bem? Eu não sabia que a garota era sua mulher, tu nunca me falou nada, tu sabe que eu nunca ficaria com a mulher que tu gosta pô — disse.

— E quem disse que eu gosto dela? Tá doido moleque — ele riu.

— Ok, só não quero que fique um clima estranho entre a gente tá — desliguei sem falar mais nada.


Me arrumei e ia sair para comer algo mas não sei como acabei me desviando do caminho, não sei o que está acontecendo comigo, mas eu preciso dela. Bati na porta e esperei mas não obtive resposta, quando ia bater mais uma vez a porta é aberta e Vivi surge.

— Oi Ícaro — cumprimentou num tom estranho.

— Oi — disse seco — a Iara está aí? — ela estava parada em frente à porta não me permitindo entrar ou sequer ter alguma visão do interior da casa.

— A Iara não está, ela foi embora — disse novamente com um tom estranho.

— Como assim, foi pra onde? — perguntei estranhando.

— Ela foi embora do morro, foi embora Ícaro, para não voltar mais — arregalei os olhos, ela não pode ir embora, eu não vou deixar.

— Ela saiu há muito tempo? — perguntei sério.

— Porquê eu vou te ajudar Ícaro? — retribuiu com outra pergunta.

— Olha aqui, você vai me responder tudo que eu quiser saber, se não tu vai se ver comigo — resmunguei friamente.

— Ahh, Ícaro, vai fazer teu show longe de mim, tu não pode me tocar, eu sou quase fiel do Barão — falou com a voz de puta já me irritando, saltei para seu pescoço apertando com força

— Tem certeza? — perguntei olhando em seus olhos, ela deu tapas que não doíam nada, mas larguei seu pescoço para ver se agora ela abria a boca

— Elas saíram há pouco tempo, a Iara foi embora por sua causa — não precisei ouvir mais nada e saí dali — Filho da mãe — resmungou, ouvi mas preferi fingir que não.

Peguei meu celular e liguei pra Nandinho que está na entrada, pelo menos deve estar.

— E aí? mano — disse.

— Preciso da tua ajuda irmão, Tá aí na entrada? — perguntei andando rápido.

— Tô sim cara, manda aí? O que tu precisa? — perguntou.

— Preciso que tu pare uma mina aí, uma cacheada de cabelos longos, ela tá com aquela mina, Luana, tu conhece nem? Preciso que tu não deixe elas saírem do morro — falei enquanto caminhava rápido, não sei porquê, mas não podia deixar ela ir embora.

— Tá certo mano, acho até que tou vendo elas agora — agradeci a Deus.

— Valeu mano, to chegando aí — caminhei o mais rápido que consegui.

Em pouco tempo já estava na entrada, ela estava ali, com uma pequena mala na mão e o rosto vermelho, parece que chorou bastante, merda, ela deve ter chorado por minha culpa, eu vacilei feio. Nunca me envolvi emocionalmente com as mulheres, mas também não sou o tipo de cara que vive maltratando e batendo, só que ela mexe demais com o meu psicológico, ela me desafia, e acaba me fazendo perder a noção das coisas! Pô, beijar o meu melhor amigo?! E se eu não tivesse chegado?! Eles iam se comer como se eu não existisse? Gui podia não saber, mas ela com certeza sabia.

— Só podia ser tu, o que quer hein? — perguntou me olhando irritada.

— Onde tu tá indo? — perguntei ignorando sua pergunta.

— Estou indo embora, não está vendo? — falou brava.

— Tu não pode ir embora merda — falei baixo.

— Porquê não? — nem eu sabia na verdade.

— Porque eu não quero porra — falei um pouco alto, despertando a atenção de algumas pessoas — Não vai embora, eu preciso de tu, não sei direito, mas não quero você longe, me perdoa por ontem e por tudo — não sabia nem o que estava falando.

Iara permaneceu em silêncio, o que me fazia ficar mais ansioso, eu queria ela aqui comigo.

— Por favor Iara, não vai embora — eu sabia que podia obrigar ela a ficar, mas dessa vez eu queria fazer diferente, não queria obrigá-la a nada, quero que ela fique por vontade própria

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Eu, Você e o MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora