Eu, Você e o Morro

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Iara

Passa uma semana desde o baile, não aconteceu quase nada nesse tempo, só vou da minha casa pra casa do Ícaro (para fazer o que vocês bem sabem) e uma vez ou outra para padaria.
Cruzei umas duas vezes com a Fabiane que me tratou super bem. Não fui grossa e retribui, ela nunca me fez nada e tenho que aprender a separar as coisas.

É domingo e estou com uma ressaca braba. Sem vontade de fazer nada e as meninas também, nem pra fazer o almoço prestamos então decidimos sair pra comer no contatinho da dona Jú.

— Gente, eu não vou poder ir não, depois eu como qualquer coisa — olhei para Luana admirando, dispensando comida essa daí.

— Tu não vai dizer que não vai também Vivi, tô morta de fome e com muita preguiça pra preparar algo — falei.

— Claro que vou, tô com uma vontade estranha de comer pastel.

— Minha afilhada querendo marcar presença — falei toda boba.

— Quem disse que é menina?

— Eu ué — dei de ombros e ela riu, Luana estava toda focada no celular enquanto digitava algo. Deve estar marcando uma trepada hahaha.

[...]

— Puta que pariu, parece que tá ficando mais longe — reclamou Vivi enquanto subimos o morro.

— Deixa de frescura mulher — zoei e ela negou com a cabeça.

Fizemos o resto do caminho sem falar muito e logo chegamos. De cara vi Ícaro e Gui numa mesa que tinha dois lugares vazios. Sem esperar por um convite, puxei Vivi para lá.

— Não me chamou pra comer porquê — reclamei com Ícaro mas ele me ignorou e me puxou para um beijo.

— Vou falar pra dona Jú disponibilizar uns quartos aqui, tão querendo transar em cima da mesa pô — Gui disse revirando os olhos.

— Já fizeram os pedidos? — perguntei.

— Já, há pouco tempo, vou chamar lá o garoto pra vocês fazerem também — disse Ícaro e olhou para Vivi — E aí Vivi? Tudo legal? E o moleque?

Ícaro parou por um tempo, com certeza pensando no que disse e virou para Gui que estava com os olhos arregalados.

— Merda, foi sem querer — Vivi suspirou e falou um "tá de boa" com a voz baixa.

— Tu tá grávida? — perguntou Gui com um tom estranho, como se eles fosse muito íntimos.

— Sim — respondeu Vivi sem olhar para ele.

Gui olhou pra Vivi de um jeito estranho, me arrisco a dizer que com decepção. Suspirou e passou a mão pelos cabelos curtos.

— Pô, perdi o apetite — disse Gui se levantando — Bom almoço pra vocês — não esperou por uma resposta e saiu andando com toda velocidade possível.

E eu tava como? Boiando completamente.
E essa reacção?
Olhei para Vivi e depois para Ícaro pedindo, apenas com o olhar, uma explicação para aquilo.

Com pressa, depois de alguns segundos parecendo pensar, Vivi levantou.

— Guilherme espera aí — gritou e saiu atrás dele.

Olhei para Ícaro.

— Eles namoraram na adolescência — puta que pariu, não tava sabendo disso não.

[...]

Depois do almoço, que seria de quarto mas virou apenas entre eu e Ícaro, ele me levou para casa.
Vivi e nem Gui voltaram, devem estar se resolvendo.

— Posso entrar pra uma rapidinha? — Ícaro disse todo safado enquanto apertava minha bunda.

— Não, tu precisa ir pra boca e eu quero dormir — ele fechou a cara — Passa aqui a noite — logo sorriu malicioso, homem safado.

Depois de muitos beijos Ícaro voltou para boca e eu entrei em casa. Nenhum sinal de Luana e nem Vivi, quando ia pro meu quarto, passando pelo da Luana, ouvi gemidos.

Jesus.
Sabia que ela só recusaria comida para ser a comida.

Curiosa e com um sorriso sapeca. Parei atrás da porta, os gemidos se intensificaram.

E... nenhum deles era masculino.

— Porra Gabi, me chupa... ãhh — era a Luana gemendo alto e eu coloquei minha mão na boca.

Caralho.
Gabi e Luana?
Tô passada.

Corri pro meu quarto rindo. Vou importunar as duas depois, não quero ser uma  empata foda.

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