19. Avoiding pain

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A doutora saiu de seu transe e voltou a atenção para Scarly.

Dra. H: perdão. Ejner Johansson, - fez uma pausa - bom, tivemos poucas sessões - se levantou e foi em direção à um armário que continha registros de ex-pacientes - pelo menos não o suficiente pra mim. Aqui, encontrei - pegou o arquivo - seu avô era um dos meus pacientes mais fechados e misteriosos.

S: o que o fez começar a terapia?

Dra. H: bom, o que acontece com um grande número dos meus pacientes. Transtornos psicológicos, pensamentos e atitudes suicidas. - Scarlett se surpreendeu.

S: meu avô tinha pensamentos suicidas?!

Dra. H: é o que mostra aqui, e isso é verdade, me lembro muito bem do seu avô, ele era quieto, foi muito difícil encontrar uma ponte para tentrar acessar a mente dele. Ele era reservado, o único progresso que fizemos foi depois de 8 meses de terapia.

S: como ele se sentia? Tipo, quando ele conversava com você, o que você conseguia ver nele?

Dra. H: bom, ele sempre estava indagando sinais de alguém que havia sido traído, magoado. Em uma das nossas terapias ele disse: "às vezes nosso pior inimigo é nosso melhor amigo" foi ali que eu notei o sentimento de traição.

S: - ela franziu o cenho confusa - quem era o melhor amigo do meu avô? - perguntou a si mesma mas a doutora respondeu.

Dra. H: ele nunca me disse, nunca trabalhou comigo com nomes, sempre eram metáforas, frases, mas nada de nomes. Quando eu estava considerando que estávamos avançando, já faziam 8 meses de terapia, e a última vez que ele apareceu aqui na clínica foi algo que me marcou bastante pois ele parecia feliz, eu via a felicidade nos olhos dele - gesticulou com as mãos - não soube explicar já que nossa última sessão ele estava quieto como sempre mas nessa não, ele estava elétrico, inquieto e um pouco ansioso, fiquei preocupada pois essas mudanças repentinas de comportamento nunca são um bom sinal. Ao final da sessão ele disse: "não se preocupe, essa foi a última, até porque hoje é um ótimo dia para comprar flores brancas". Eu juro que não entendi, flores brancas? Tentamos entrar em contato com ele diversas vezes mas na quarta ele disse que se não deixasse de ligar pra ele iria nos processar. Aí, exatos 5 meses depois, vejo no noticiário: "Ejner Johansson morre em um 'acidente de carro'." - ele fez aspas com os dedos.

S: você acha que não foi um acidente?! - Lane dá de ombros.

Dra. H: não sei, só não acredito muito nessa história. Foi tudo muito estranho - elas ficaram em silêncio por um tempo, Scarlett estava processando as informações e Lane estava lembrando das inúmeras teorias que havia criado e o grande desafio que foi Ejner - às vezes, me sinto como se não tivesse cumprido meu dever sabe? Ele precisava de mais, enfim. Espero que tenha lhe ajudado de alguma forma.

S: imagina! Você ajudou e muito, de verdade, muito obrigada. Não se preocupe essa conversa nunca aconteceu - Lane sorriu agradecida e Scarly sai da clínica.

Ela tinha milhares de perguntas passando pela sua cabeça agora, seu avô com pensamentos suicidas? Até a doutora desconfiava do suposto acidente, que flores brancas ele falava? Tantos enigmas, perguntas, nenhuma resposta, não uma que ela tivesse certeza. Várias soluções para um problema, a morte de seu avô, ela teria que encontrar não importa como, onde e quando, ela tinha que encontrar o melhor amigo dele ou o nome dele, alguma coisa. Ela não sabia aonde buscar pois na casa de seus pais não tinha nada, ela teria que achar o "esconderijo secreto" em que seu pai colocava esse tipo de informação que parecia ser tão valiosa. Ela estava determinada, não iria desistir, talvez aquilo poderia ser a solução do problema entre Evans e Johansson e quem sabe a salvação do seu casamento.

You're My BusinessWhere stories live. Discover now