20. Definitive distance

645 46 61
                                    

Flashes com fotos antigas passavam pela sua mente. Ela viu Robert, Lisa, que parecia estar grávida pois sua mão estava sobre a barriga, e outras inúmeras pessoas desconhecidas, todos ao redor de uma sepultura, o sol estava raiando como nunca mas o clima era de tristeza imensa, estavam todos desolados, o mais abalado parecia ser Robert. Scarlett tentava entender o que estava acontecendo até que viu o que tinha escrito na sepultura...

GEORGE EVANS II
10/01/1926
10/08/1990

Ela acordou assustada, ofegante, confusa. Não fazia sentido, era apenas um sonho ou era real? Ela não estava lá. Ela desceu até a cozinha para tomar um copo d'água, ainda respirava com dificuldade pois estava atônita e paralisada com a situação. Escutou passos vindo das escadas e logo Chris surgiu na cozinha.

Eles estavam estranhos um com o outro há semanas, não se falavam, Mary já tinha voltado e era o "meio de comunicação" deles, toda a situação era tão incomum, ambos sabiam do amor que sentiam mas chegou um ponto que eles concordaram que a distância seria melhor.

Ele foi até a geladeira, pegou um copo e se serviu, ele evitou olhar pra ela que ainda continuou ali parada sem reação, sua mente estava focada no que tinha sonhado, quando voltou sua atenção ao que estava acontecendo naquele momento ela notou que a parte superior de suas mãos estavam vermelhas, ele estava com a cabeça abaixada, ela logo se aproximou e tocou levemente nas mãos dele.

S: tudo bem? - ele tirou a mão de perto dela rapidamente.

C: sim, tudo - disse ainda cabisbaixo.

S: olha pra mim - disse calma mas ele manteve a mesma posição - olha pra mim - aumentou um pouco a voz e ele virou, lentamente, o rosto em sua direção.

Foi quando ela viu o quanto os olhos dele estavam inchados, ela tocou no rosto dele, preocupada.

S: o que... o que é isso? Seu rosto, você... você estava chorando?!

C: e você não? - disse descontraído.

S: por que não me disse nada?! - ela reclamou.

C: porque ia se sentir culpada, não é culpa sua. Estive pensando sobre sua decisão nessas semanas e você está certa talvez seja melhor assim mesmo mas isso não significa que nós não podemos ficar tristes ou chorar... - ele disse a última palavra um pouco baixo como se sua voz falhasse.

S: - Scarlett ficou em silêncio mas lembrou que Chris poderia estar mentindo pois ele tinha crise de ansiedade e talvez não quisesse falar pra ela - está sendo sincero? Sabe que pode falar comigo, eu sempre vou estar do seu lado. - ele sorriu.

C: estou bem, não se preocupe. - ela o encarou - de verdade. Bom, boa noite - ele ia se virar, ignorar o motivo de ela estar acordada mas não conseguiu, não podia fingir que não se importava porque ele se importava e COMO - por que acordou?

S: sede - mentiu.

Esse foi o diálogo mais longo que tiveram entre essas semanas. Eles voltaram cada um para o seu quarto e foram dormir.

No dia seguinte, Scarlett estava no estacionamento da empresa, antes de apertar o botão do elevador para o piso que gostaria de ir alguém gritou "segura o elevador, por favor!". Ela segurou e a pessoa entrou no elevador.

You're My BusinessOnde histórias criam vida. Descubra agora